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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Morreu aos 86 anos o Barbeiro Barboza

Um dos mais antigos da cidade, desde os 13 anos de idade na profissão, “seu” Barbosa era barbeiro há 73 anos

Morreu Mário da Silva Barboza, aos 86 anos. O velório ocorreu na Primeira Igreja Batista em Teresópolis, na Rua Nova Friburgo, 280, em Agriões, com sepultamento às 15h30min, desta sexta-feira, 26, no cemitério municipal Carlinda Berlim. Um dos mais antigos da cidade, desde os 13 anos de idade na profissão, “seu” Barbosa era barbeiro há 73 anos, desde os anos 1960 trabalhando no seu “Salão Barbosa”, na rua Edmundo Bittencourt, onde além de prestar um serviço de excelência, sempre com carinho, competência e destreza, a conversa agradável e respeitosa, se faziam presentes em um ambiente familiar e acolhedor.

Nove anos atrás, em maio de 2014, O DIÁRIO mostrou Barboza em atividade, no seu salão da rua Edmundo Bittencourt onde, “de política a desabafos, de dramas a alegrias compartilhadas, de tudo se passava pela cadeira do habilidoso e dedicado barbeiro”, como escreveu o jornalista Anderson Duarte. “Há quem diga que as profissões mais lucrativas e importantes para o mundo num futuro próximo sequer existem ainda, mas os efeitos da modernidade não chegaram ao ambiente acolhedor e único do Salão Barboza, que os seus clientes fiéis não trocavam por outro, de forma nenhuma, porque a perfeição dos serviços oferecidos pelo barbeiro, assim, com um misto de confiança, capricho incomparável e habilidade singular com as lâminas, fazia a diferença. A barbearia e seu dono, além de nos remeterem ao passado, eram um ponto de encontro entre amigos, local de bate papo, respeitoso, sem diferenciação de classes e com o calor humano sincero do dono, que ultrapassou a marca dos 60 anos na profissão”.

No ano de 2010, o barbeiro foi um dos escolhidos para receber o Prêmio Trabalhador do Ano, e nessa longa jornada de trabalho, Mário Barboza reuniu muitas histórias. Dos clientes ilustres – entre eles os ex-prefeitos Luís Barbosa e Robertão, o ex-deputado Salomão e o desembargador dr. Mouzinho, que também cortava o cabelo com Barboza – ao cliente da primeira vez, que sempre repetia o corte e os papos, na cadeira em estilo antigo e em ótimas condições, o barbeiro ressaltava, a todo momento, o prazer de trabalhar. “Trabalho de seis e meia da manhã às 18h, de segunda a sábado, e quando chego já tem dois ou três clientes me esperando. Sou casado há quase 50 anos, tenho três filhos, todos com duas faculdades, e netas lindas. São todos frutos do meu trabalho aqui, no Salão Barboza, e que faço como um hobby, gosto muito do que faço e tenho uma clientela ampla e muito fiel”, comentou em entrevista a O DIÁRIO.

Vascaíno apaixonado, amava o futebol e estampava com orgulho vários pôsteres da seleção brasileira que tantas vezes o alegrou. Se orgulhava em contar sobre os atletas que ele atendeu. Entre eles, Ronaldinho Gaúcho, nos tempos que ainda alçava ser a grande e badalada estrela que se tornou.

Tendo a navalha como o instrumento que lhe permitiu criar toda a família, Barboza foi um exemplo de profissional que manteve a sua atividade viva em meio a tantas dificuldades e provações. Ele venceu crises econômicas, regimes presidenciais descompromissados, incertezas no comércio, todas essas adversidades sem deixar de oferecer um sorriso, ou um bom e sincero aperto de mão aos seus clientes. Isso sem contar a sua paixão assumida pelos pássaros, que embelezam ainda mais o espaço do Salão.

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Edição 20/09/2024
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