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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Morreu o radialista Ayrton Rebello

Defensor número 1 do Teresópolis FC, Ayrtão faria 90 anos na quinta-feira

Wanderley Peres

Às vésperas de seu nonagésimo aniversário, que ocorreria nesta quinta-feira, 5, morreu na tarde desta terça-feira, 3, o radialista Ayrton Rebello. O teresopolitano estava morando em Unamar e veio para Teresópolis na última semana a fim de organizar encontro que programou fazer com os amigos mais próximos na residência de sua filha, no bairro Fazendinha, de onde saiu em caminhada depois do almoço, em direção à Várzea, e caiu na rua, sendo socorrido à Upa, onde faleceu de mal subito. Ayrtão, como o chamávamos pela proximidade que temos com seu filho Ayrton, era um apaixonado pela cidade de Teresópolis e pelo clube de futebol Teresópolis, que hoje mesmo, o amigo quis saber como estava a questão do tombamento do bem, pela Câmara de Vereadores. Estávamos com dois compromissos agendados: Eu iria à casa de sua filha no sábado para comemorar os seus 90 anos, a serem completados nesta quinta-feira, 5, e ele iria à Casa da Memória na próxima semana para deixar relatos do que viu acontecer em Teresópolis no “Chá com Memória”, projeto da secretaria de Cultura para gravar depoimentos de fatos passados na história local. Irmão de Ângela, desde 2023 viúvo de Cidinha, Ayrton Rebello é pai de Mônica e Mariângela e de Alfredo José, Ayrton Filho e Alexandre; avô de Priscila, Verônica, Joana, Ana Júlia, Ana Clara, Bárbara e Olívia, Thiago, Lucas, Diogo, Gabriel, e bisavô de Helena, Aurora, Pedro I, Felipe, Pedro II, Rafael, Ravi e Álvaro. Um mês atrás, acompanhei Ayrton Rebello no encontro que agendei para o amigo com o prefeito Leonardo Vasconcellos, porque queria felicitá-lo, pessoalmente, pela ação de retomada do campo do Teresópolis FC. Sócio número 6 do clube que vinha se perdendo pela ganância imobiliária da atual direção, ao arrepio do contrato de doação que exigia a finalidade esportiva do bem em escritura, conforme vivia mostrando o documento, o desportista fez questão de entregar ao prefeito exemplar do seu livro ‘O Tempo não para – Memórias’, onde conta a sua história e, também, a história do rádio. Nome da autobiografia, ‘O Tempo não para’ é o jargão que o radialista Ayrton Rebello usou ao longo de décadas na transmissão de jogos de futebol, lembrando ainda a publicação os principais momentos de sua riquíssima trajetória, contando também sobre a origem de sua família Rebello, de Canoas, no interior do município. No Instagram, o prefeito Leonardo, lembrando do encontro ocorrido dia 28 de abril passado, escreveu sobre a luta incansável do radialista e da satisfação de ter cumprido a promessa de retomar o Teresópolis para o município. “Ayrton foi um defensor incansável do Teresópolis Futebol Clube, lutando pela preservação desse importante patrimônio da cidade. Teve a alegria de ver seu sonho se tornar realidade com a retomada do campo do Teresópolis pela Prefeitura, causa pela qual tanto batalhou”.

O lançamento da autobiografia de Ayrton Rebello Sexta-feira com tarde fria e chuva fina em Teresópolis, o dia de lançamento do livro “O Tempo não para”, de Ayrton Rebello. Programado para a Calçada da Fama, onde ocorreria ao ar livre em tenda montada entre os transeuntes, por conta do mau tempo o evento acabou indo para local mais aconchegante, a Casa da Memória Arthur Dalmasso, dos mais apropriados para vir à lume a história do ilustre cidadão, que se confunde com a história do rádio brasileiro e da política teresopolitana também, representando a obra um bom depósito de bons fragmentos da memória municipal. Filhos a postos, amigos presentes, curiosos atentos, o evento ocorreu com o sucesso merecido, prestigiado pelo então secretário de Cultura Ricardo Guarilha e a sub de Cultura Hilna Gallo, também amigos do autor. Ilustrada por um bem cuidado jardim, onde se destacam as resedás, estremosas que ajudei a plantar em 2014, cada uma delas enfiadas as mudas no chão da calçada por um servidor da Cultura, as conversas nos corredores da Vila Cecília, tão descuidada e quase em escombros por conta do descaso, fluíram a partir da proposta do livro, que relembra a importância do rádio, e os valores e costumes de antigamente, que não se tem nem se usam mais. Atrás da mesa em que teria sido assinado o contrato entre o governo do Estado e a empresa Estrada de Ferro Therezopolis, em 7 de julho 1890, para a construção de uma cidade que seria a capital do Estado, dando o pontapé no processo de emancipação do município, que ocorreria um ano depois, o radialista Ayrton recebeu os amigos, e deu atenção a cada um deles, e circulou quando havia folga, e foi recompensado com a presença de um bom público, embora o frio tenha espantado muitos dos seus fãs, especialmente aqueles que têm idade próxima à sua, já octagenária. Como foi um personagem importante da nossa história, além de ilustre, Ayrton teve que espremer em episódios as suas lembranças, curtas crônicas que dão conta das aventuras, onde estão os relatos de parte das suas missões dos domingos, quando, à frente dos microfones das emissoras de rádio mais importantes do país, marcou o coração de gerações. Além destas aventuras que já valem o livro, de tão memoráveis que foram, Ayrton ainda conta o que aconteceu com ele e o que viu aconteceu em Teresópolis no seu tempo de rádio, especialmente nos anos 1940 a 1970, tempo de memórias intensas. Um rapaz ainda, ele estava no caramanchão da Praça Olímpica, ao lado do presidente Jânio Quadros, em sua passagem por Teresópolis durante a candidatura à presidência em 1960. E esteve ao lado de outro presidente, Eurico Dutra, quando o ministro da Guerra que sucedeu Getúlio Vargas participou de evento no hotel Hygino em Teresópolis; e esteve ainda ao lado de outros influentes nomes da política nacional, porque participou dos bastidores da política também. Desportista e apaixonado pelo futebol de campo, sócio número 6 do Teresópolis Futebol, que ainda é a sua paixão, Ayrton aparece no livro ao lado de Garrincha, e também do impagável Fio Maravilha, que veio a Teresópolis para a inauguração de sua rádio Jovem Tê, trazido pelo Washington Rodrigues, outro grande amigo seu que se foi. Nome da autobiografia, “O Tempo não para” é o jargão que usava o radialista Ayrton Rebello ao longo de décadas na transmissão de jogos de futebol. Com mais de 70 anos de experiência, Ayrton lembra em seu livro de memórias, os principais momentos de sua riquíssima trajetória, de quebra contando o autor sobre a origem de sua família, os Rebellos de Canoas. “O Tempo não para é livro recomendado a todos os jornalistas e radialistas, bem como, àqueles que dão valor a um dos mais valiosos sentimentos, que é a amizade”, escreveu Manolo Martins na apresentação da obra, que tem como atrativo extra as narrações de gols nos memoráveis jogos de futebol, bastando o leitor apontar a câmera do celular para o qrcode do capítulo.

“Ayrton foi um defensor incansável do Teresópolis Futebol Clube, lutando pela preservação desse importante patrimônio da cidade. Teve a alegria de ver seu sonho se tornar realidade com a retomada do campo do Teresópolis pela Prefeitura, causa pela qual tanto batalhou”, escreveu no Instagram o prefeito Leonardo Vasconcellos

Edição 05/06/2025
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