O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 1ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada do núcleo Rio de Janeiro, denunciou à Justiça Wandell Augusto Souza Lopes, Wendell Augusto Souza Lopes e George Moreno Souza do Bomfim pelos crimes de associação criminosa e estelionato. De acordo com as investigações da 1ª PIP Centro e da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor (DECON), o grupo fraudava caixas do medicamento Ozempic – utilizado para controle de diabetes e emagrecimento – por meio da adulteração de canetas de insulina Fiasp para simular o produto original. A pedido do MPRJ, o Juízo da 14ª Vara Criminal da Capital determinou a prisão preventiva dos denunciados, que são considerados foragidos.
De acordo com a denúncia, a fraude envolvia a devolução de medicamentos adulterados a farmácias após simulação de compras com cartões de crédito inválidos, gerando prejuízos financeiros e colocando em risco a saúde pública. Os denunciados adulteravam as caixas e canetas injetáveis de insulina, substituindo o conteúdo por um medicamento de baixo custo (Fiasp) e aplicando rótulos falsificados de Ozempic. As caixas falsas eram utilizadas em esquemas de entrega com pagamento na hora, onde motoboys de farmácias entregavam o produto a integrantes do grupo que, sob o pretexto de conferir a qualidade, trocavam as embalagens originais pelas adulteradas.
O golpe era concluído quando o suposto comprador simulava a tentativa de pagamento, que invariavelmente falhava. Com isso, os medicamentos adulterados eram devolvidos à farmácia como se fossem os originais. Em uma das fraudes, uma vítima adquiriu o produto falso e precisou ser internada após a aplicação do medicamento.
As investigações revelaram que os crimes aconteceram entre agosto e novembro de 2024 e atingiram diferentes redes de farmácias. Em um único episódio, o grupo conseguiu substituir seis caixas de Ozempic, avaliadas em aproximadamente R$ 1 mil cada, causando prejuízo de R$ 6 mil a uma das redes farmacêuticas.
A denúncia aponta ainda que os investigados são reincidentes e respondem por diversas outras ocorrências semelhantes. A atuação do grupo foi desbaratada em operação da DECON e da 13ª DP (Ipanema).