O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 1ª Promotoria de Justiça Criminal de Petrópolis, obteve, nesta segunda-feira (23), decisão da Justiça que decreta novamente a prisão preventiva de três dos réus acusados pelo assassinato da advogada e estudante de psicologia Anic de Almeida Peixoto Herdy: Henrique Vieira Fadiga, Maria Luíza Vieira Fadiga e Rebecca Azevedo dos Santos de Carvalho, moradores de Teresópolis. “O pedido do MPRJ, apresentado em aditamento à denúncia, foi motivado pelo surgimento de novas provas, incluindo a localização do corpo da vítima, o laudo de necropsia, perícias em veículos utilizados no crime e o conteúdo extraído de aparelhos celulares apreendidos. Esses elementos reforçam os indícios da participação dos réus no feminicídio, na ocultação do cadáver e no crime de extorsão”, informa o Ministério Público.
Embora os três acusados tenham sido soltos anteriormente — por serem primários e possuírem bons antecedentes —, a Promotoria reforçou o pedido de prisão com base nas novas provas, que evidenciam os riscos à ordem pública e à instrução criminal, além da possibilidade de fuga, considerando a gravidade dos crimes e as penas elevadas que poderão ser impostas. O juízo acolheu integralmente os fundamentos do MPRJ e decretou novamente a prisão preventiva.
O crime ocorreu em 29 de fevereiro de 2024. A vítima, de 54 anos, foi atraída para um motel, assassinada e teve o corpo ocultado na residência do acusado Lourival Correa Netto Fadiga, pai de Henrique e Maria Luíza, e amante de Rebecca. Segundo as investigações, os réus arquitetaram um plano que resultou na morte de Anic e na extorsão do viúvo da vítima, de quem obtiveram R$ 4,6 milhões. O caso segue em tramitação, com fase de instrução processual, na 1ª Vara Criminal de Petrópolis.

Encontro do cadáver em Teresópolis
Segundo as investigações, Anic foi assassinada em um motel, em Itaipava, na Região Serrana. Ela teria sido morta por asfixia mecânica e, em seguida, teve o corpo enrolado um lençol e transportado de carro para a casa de Lourival, no bairro Panorama, em Teresópolis. No mesmo dia em que a vítima foi vista pela última vez, o marido dela – o empresário Benjamin Cordeiro Herdy – recebeu uma mensagem de uma pessoa dizendo que estava com ela e exigia um alto valor para libertá-la. O valor de resgate foi entregue, mas a advogada não retornou para casa.
Lourival responde por homicídio, ocultação de cadáver e extorsão. “Os requisitos elencados no artigo 312 do Código de Processo Penal restam mantidos, não sendo as medidas cautelares diversas da prisão suficientes ao caso concreto. Em vista das considerações esposadas, a prorrogação da cautela se faz impositiva e é assegurada no presente momento, posto que os requisitos analisados quando da fixação da cautela mais gravosa se mantêm hígidos. Diante do exposto, conjugados o fumus comissi delicit e o periculum libertatis, mantenho o decreto prisional em desfavor do acusado Lourival”, decidiu o magistrado.