O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) assistiu, nesta sexta-feira (22/11), a apresentação do mais abrangente mapeamento de risco geológico já realizado em Petrópolis. Desenvolvido pelo Departamento de Recursos Minerais do Estado do Rio de Janeiro (DRM-RJ), o estudo contou com tecnologia avançada e inspeções técnicas detalhadas em campo, representando um marco nas estratégias de prevenção a desastres e integrará às iniciativas do programa Serrana Resiliente.
A entrega do levantamento ao MPRJ contou com a participação da promotora de Justiça Zilda Januzzi, titular da 1ª Promotoria de Tutela Coletiva de Petrópolis, que destacou a relevância do estudo para a gestão de riscos. “Esperamos que este mapeamento seja um instrumento para transformar a realidade social na cidade, orientando ações concretas do poder público. Petrópolis foi escolhida como cidade piloto do programa Serrana Resiliente, e este levantamento nos dá boas perspectivas para o futuro”, afirmou a promotora.
Para o presidente do DRM-RJ, Luiz Cláudio Almeida Magalhães, o estudo é o maior do gênero já realizado, não apenas no Brasil, mas no mundo. “Combinamos análises técnicas detalhadas e tecnologia de ponta, o que permitiu identificar áreas críticas e propor soluções efetivas para mitigação de riscos”, explicou.
O trabalho, conduzido por geólogos, geógrafos e engenheiros, avaliou mais de 15 mil pontos em 548 microbacias do município, identificando 1.755 setores de risco, dos quais 15.168 edificações estão expostas. Os dados foram auditados com visitas técnicas duplas às áreas de maior vulnerabilidade.
O levantamento será integrado ao programa Serrana Resiliente, que inclui iniciativas como a instalação de núcleos avançados do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e radares meteorológicos. A cartografia detalhada do município atende aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, especialmente o ODS 11, que busca tornar cidades e comunidades sustentáveis.
Ações concretas para reduzir vulnerabilidades
Além de mapear áreas suscetíveis a deslizamentos, o estudo sugere intervenções que vão desde obras e realocação de famílias até sistemas de alerta, cadastramento de vulneráveis e elaboração de planos de contingência. Esses dados também subsidiarão a revisão do Plano Municipal de Redução de Riscos de Petrópolis, cuja última atualização ocorreu em 2017.