Luiz Bandeira
A nova Avenida Ricardo Haddad, em Teresópolis, está prestes a ser concluída. Com 440 metros de extensão e 10 metros de largura, a via ligará a Rua Tenente Luiz Meireles à Rua Nilza Chiapeta Fadigas (antiga Cotinguiba), criando um novo eixo viário que, por meio da Rua Magé, se conectará à Avenida Feliciano Sodré. O traçado corta o terreno da antiga fábrica Sudamtex, na Várzea, uma das áreas mais valorizadas da cidade.
A obra está em sua fase final, com cerca de 50 metros de calçadas e da ciclovia ainda por concluir em ambos os lados. Também está prevista a instalação de cinco faixas elevadas para travessia de pedestres, reforçando a segurança no local. No entanto, apesar do avanço, ainda não há uma data oficial para a liberação do tráfego nem definição sobre o sentido da circulação — se a via será mão dupla ou se servirá a apenas um sentido.
Uma das preocupações apontadas por especialistas é a ponte localizada próxima à portaria da antiga fábrica. Embora a estrutura suporte veículos atualmente, teme-se que o aumento do fluxo possa comprometer sua integridade. Outro ponto de atenção é a largura limitada da ponte, que dificulta a passagem simultânea de veículos em sentidos opostos, especialmente caminhões e ônibus.
Outra questão ainda não definida são as extremidades da via, seu acesso e a conexão com a Rua Nilza Chiapeta Fadigas. A construção de uma rotatória próxima à rodoviária, na Rua Tenente Luiz Meireles, é considerada fundamental para garantir um acesso seguro à nova avenida.

Acordo e judiciário
A construção da Avenida Ricardo Haddad faz parte de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre a Prefeitura de Teresópolis, o Ministério Público e os proprietários do antigo complexo industrial. O acordo prevê não apenas a criação da via, mas também a implantação de espaços públicos de lazer e uma ciclovia, ampliando o uso coletivo da área.
O terreno da extinta Sudamtex tem 146 mil metros quadrados. Desde 2008, movimentos sociais defendem a criação de um parque urbano no local. Embora o projeto original tenha sido modificado ao longo dos anos, a proposta de transformar parte da área em espaço público permanece viva.

Expectativa e questionamentos
A abertura da nova via é cercada de expectativas e questionamentos. Enquanto o poder público aposta na obra como alternativa para reduzir o trânsito da região central, parte da população se mostra cética quanto à eficácia da medida. Resta aguardar a conclusão total dos trabalhos e a liberação oficial para que a cidade possa, de fato, avaliar o impacto da nova avenida na mobilidade urbana e na qualidade de vida dos teresopolitanos.