Um ano atrás, a reportagem do jornal O Diário e Diário TV saiu às ruas da região central do município para realizar levantamento em relação a um número que há muito tempo chama atenção do teresopolitano: quantas farmácias e drogarias existem no município? Na ocasião, anotamos 29 lojas em funcionamento nas principais ruas e avenidas da Várzea e Centro, sem contar as de manipulação – outras cinco. Nesta sexta-feira, repetimos o levantamento e constamos que a impressão que se tem percorrendo vias como Lúcio Meira, Feliciano Sodré e Delfim Moreira segue realmente o que acredita o cidadão local. É cada vez maior o número de lojas do tipo. Atualmente, são 36 somente nessa área, lojas divididas em 22 empresas diferentes vendendo não só medicamentos, mas produtos de limpeza e diversos itens de perfumaria. Dessas, duas grandes redes disputam a preferência do público com maior número de ocorrências, Original (cinco lojas) e Conceito (quatro), seguidas de perto pela Raia, que mantém três grandes estabelecimentos somente nesse trecho. FTB, FarmaCenter, Central, AME e Pacheco tem duas lojas cada.
A Avenida Delfim Moreira é a mais disputada no ramo de drogarias. São 15 em funcionamento, além de mais uma farmácia homeopática. Nas proximidades, mais algumas lojas do mesmo tipo disputam a preferência dos clientes
O que não mudou em relação a pesquisa realizada em 2018 foi a localização preferida desse tipo de comerciante. A Avenida Delfim Moreira continua sendo a que tem maior número de portas abertas para farmácias e drogarias, 15 lojas. Em seguida vem a Feliciano Sodré, com oito, e Lúcio Meira, com sete. As outras lojas estão distribuídas na Waldir Barbosa Moreira (Antiga 1º de Maio, em frente ao terminal rodoviário) e Calçada da Fama. Também analisando os dados do ano anterior, registramos que duas farmácias mudaram de nome, continuando no mesmo endereço. A situação chama tanto atenção que, em vídeo divulgado essa semana sobre as “coisas de Teresópolis”, para divulgar seu show de stand-up, o humorista Léo Lins cita a grande quantidade de farmácias e igrejas no município.
Importante destacar ainda que cada loja dessa representa uma ou mais vagas a menos no trânsito. Se o estabelecimento for pequeno, tem direito a demarcar um local para parada emergencial, de 15 minutos, na frente da sua porta. Algumas lojas, porém, têm optado em recuar os balcões e criar na parte da frente locais para os clientes deixarem seus carros, o que implica na redução de duas ou três vagas em avenidas como Lúcio Meira e Feliciano Sodré.
“Uma observação em relação a essa situação vai além dos endereços pesquisados nesta sexta-feira. Na Avenida Presidente Rooselvelt, um estabelecimento inaugurado recentemente marcou três vagas para públicos específicos na calçada em frente, instalando ainda grandes e esteticamente feias placas sinalizando a ‘propriedade’. Com a palavra, as secretarias municipais de Fazenda (Setor de Posturas) e Segurança Pública”. O caso citado foi destacado pelo Diário no ano passado e continua exatamente do mesmo jeito nos dias de hoje.
Mais lojas nos bairros
Como citado, o número é referente somente à região central do município. Levando em conta os muitos bairros de Teresópolis, a quantidade de farmácias e drogarias é ainda maior. Na Barra do Imbuí, entorno da Praça Maria Corina, são mais duas. A rede TNG, por exemplo, está investindo no município e já possui duas lojas. Elas ficam na Avenida Tenente Luiz Meirelles, acesso aos populosos São Pedro e Meudon, e no Centro Comercial Francis, na Ermitage – região que vem apresentando grande crescimento desde a criação do bairro Parque Ermitage, na antiga fazenda de mesmo nome desapropriada para o condomínio popular construído pelo governo estadual para as vítimas da Tragédia de 2011.
Outro fator que deve ser considerado é a ampliação do número de vagas de emprego para balconistas e outros profissionais, como farmacêuticos. Teresópolis possui um curso na área, oferecido pelo Centro Universitário Serra dos Órgãos (UNIFESO), de onde saiu grande parte dos responsáveis pelos estabelecimentos no município.
Drogaria e farmácia
Existe uma diferença entre os dois tipos de comércio. A drogaria é um estabelecimento de dispensação e comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos em suas embalagens originais. Entende-se por dispensação o ato do farmacêutico que consiste na substituição de um medicamento por outro que foi prescrito, bem como na orientação sobre a sua respectiva dosagem, interação com outros medicamentos, possíveis reações adversas e cuidados com a conservação e armazenamento do produto. Já a farmácia é um estabelecimento de manipulação de fórmulas magistrais e oficinais, de comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, compreendendo o de dispensação* e o de atendimento privativo de unidade hospitalar ou de qualquer outra equivalente de assistência médica.
Medicamentos em supermercados
Medicamentos que não necessitam de prescrição médica para serem adquiridos poderão ser vendidos em estabelecimentos comerciais além de farmácias. É o que diz o Projeto de Lei (PL) 3.589/2019, de autoria do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). O senador pretende diminuir os preços de medicamentos, como analgésicos e antitérmicos, e facilitar o acesso a esses produtos. O projeto foi apresentado na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e aguarda recebimentos de emendas. Pelo texto, medicamentos como analgésicos e antitérmicos vão poder ser vendidos fora das farmácias. Além de mercados, também hotéis e estabelecimentos similares podem ser ponto de venda de remédios. A justificativa é aliviar os custos das famílias que gastam boa parte do orçamento com a compra de medicação.