Luiz Bandeira
O crescimento do número de matrículas no ensino superior na modalidade de ensino à distância (EAD) aumentou 7,7 pontos percentuais de 2019 para 2020, saltando de 19,1% para 26,8%. Em contrapartida, as matrículas para cursos presenciais diminuíram 5,6 pontos percentuais, chegando à queda de 9,4% em 2020. Os dados são do Mapa do Ensino Superior no Brasil 2022, que apresenta dados gerais do setor no país, de instituições de ensino superior (IES) privadas e públicas, e realizado pelo Instituto Semesp. O diretor da instituição pioneira no ensino à distância em Teresópolis, Unopar, Antônio Carlos “Bideu”, afirma com segurança que a apresentação desse estudo, com dados de 2019, não revela o crescimento ainda mais acentuado verificado nos dois últimos anos. “O crescimento do ensino à distância é um negócio fantástico, hoje é muito maior do que está aí projetado. A Unopar hoje está com um milhão e duzentos mil alunos. No ciclo passado nós fizemos 480 mil matrículas de EAD. Esse é o crescimento, essa é a tendência e o online, aquele que você faz em casa, esse então cresce cada vez mais”, celebra o diretor.
Segundo o que foi apurado no estudo, esse novo cenário foi resultado dos impactos do primeiro ano da pandemia de Covid-19. De acordo com a instituição, pela primeira vez na história da coleta de dados do Censo do Ensino Superior, o número total de ingressantes no EAD (dois milhões) ultrapassou o presencial (1,75 milhão). Antônio Bideu já havia percebido que a opção do aluno por ficar em casa seguindo as recomendações de segurança sanitárias, mas também de não abrir mão a graduação, provocaria uma maior procura por cursos EAD. “A barreira do ensino à distância existia por que havia um descrédito total. Aí veio a pandemia e a pandemia mostrou que todas as universidades, todas as faculdades tiveram que ter esse molde de ensino à distância senão elas fechariam e com isso se mostrou que o aluno aprende e aprende muito mais. Eu sempre falei que o aluno do EAD aprende muito mais do que o aluno do presencial”.
Presencial diminui matriculas
Os ingressantes na modalidade presencial tiveram queda de 13,9%, e os do EAD aumentaram 26,2%. Ainda em relação ao impacto da pandemia no setor, 92% das instituições de ensino superior suspenderam as aulas presenciais em 2020, e 77% destas não retornaram as atividades presenciais naquele ano. O total de matrículas – presenciais e EAD – no país cresceu 0,9% de 2019 para 2020.
No ensino presencial, segundo o diretor da Unopar, tem todo o custo que envolve estar em sala de aula, transporte e alimentação, por exemplo, são citados como gastos necessários para o estudante cursar a graduação no formato presencial. “No nosso caso aqui da Unopar, ela vem uma vez por semana, que nós chamamos como semipresencial, ou ele vem e faz tudo em casa, com a mesma qualidade, as aulas chegam àa casa dele”, detalha o diretor da Unopar. “Existem poucas graduações que não são feitas na modalidade EAD, mas a evolução está tão grande que hoje nós já temos, fisioterapia, biomedicina, enfermagem com a qualidade total e o aluno não precisa vir todo dia na universidade ou na faculdade”, completa Antônio Carlos Bideu.