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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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NUNCA ACONTECEU ISSO EM TERESÓPOLIS: Vinícius foge da responsabilidade e não comparece a compromisso

Não teve transmissão do cargo no evento de posse do prefeito Leonardo

Pela primeira vez na história de Teresópolis um prefeito não comparece ao ato solene de transmissão do cargo. Há vários dias sumido da Prefeitura, e supostamente em viagem internacional há semanas, Vinícius Claussen mandou bilhete ao prefeito eleito, desincumbindo-se, com uma missiva, do cargo que recebeu das mãos do então prefeito, Pedro Gil, em 3 de julho de 2018, quando fez evento de gala no Hygino, para onde o então prefeito interino se deu ao desfrute de comparecer para a pomposa cerimônia.

Outro que não transmitiu o cargo foi o prefeito Tricano, em 1993. Fragorosamente derrotado nas urnas onde buscava eleger seu sucessor, e vendo o fim do seu mandato, que cumpriria quase todo ele, abandonou a Prefeitura faltando um dia para o fim do mandato, alegando suposto “compromisso inadiável”. Para não ferir o protocolo, no entanto, Tricano convocou o vice-prefeito, Robertinho Rocha, seu desafeto, que no cargo a partir das primeiras horas do dia 1º de janeiro, passou a Prefeitura ao prefeito eleito, Luiz Barbosa Corrêa.

Depois do feio que Tricano fez 31 anos atrás, ninguém mais faltou ao sagrado compromisso. Luiz Barbosa entregou o cargo a Tricano, em 1997; Tricano entregou o cargo ao Roberto Petto, em 2003; Petto entregou ao Jorge Mario, em 2009; Marcio Catão entregou o cargo a Tricano em 2016; e Pedro Gil entregou o cargo ao Vinícius, em 2018. No conturbado período da política local que a desgraça de alguns prefeitos agraciou vários substitutos, outras posses ocorreram na Prefeitura, mas por imposição da Justiça e mesmo em situações incomuns, como a morte de Robertão, as cassações de Jorge Mario e Arlei, e a anulação do mandato de Tricano. Em janeiro de 1999, Afaf assumiu a Prefeitura pelas mãos do presidente da Câmara, com o afastamento de Tricano; e em julho do mesmo ano o presidente da Câmara entregou o cargo ao Tricano, por decisão da Justiça. Em 2011, Robertão também assumiu na marra, porque o titular havia sido afastado e, portanto, não era mais prefeito; três dias depois assumindo o presidente da Câmara, porque esse suplente havia morrido, não incidindo aí falta alguma. Ao assumir a Prefeitura, tirada das mãos do prefeito em abril de 2018, Pedro Gil foi recebido por ele, e o seu vice-prefeito, Sandro Dias, que exercia o cargo, compareceu à festa da posse, porque mesmo sendo prefeito substituto de um mandato extinto, entendeu a grandiosidade do ato de transmissão de cargo, que é solene por natureza.

Antes de 1993, quando o Tricano não quis dar posse ao eleito mandando o vice Robertinho, coisa que Vinícius nem fez igual, não mandando seu parceiro de chapa fazer o seu serviço de entregar a terra arrasada, Celso Dalmaso entregou a Prefeitura a Tricano em janeiro de 1989; e Luiz Barbosa entregou o mandato a Celso em 1983. Em 1973, o arenista Flávio Bortoluzzi entregou a Prefeitura ao emedebista Malhardes; Waldir Barbosa entregou o cargo ao desafeto do mesmo partido, a Arena, como o havia recebido dele, quatro anos antes. Omar Magalhães, é claro que entregou a Prefeitura ao Flávio, em 1963, porque havia recebido o cargo, também em ato respeitoso e solene em 1959, das mãos de Jannotti. E antes disso, quando governaram a cidade dois desafetos, entre 1947 e 1958, Malhardes e Jannotti viam esse dia, de entrega da Prefeitura e o recebimento dela, como algo que era maior que as suas desavenças.

Nem mesmo uma tragédia impediu a elegância dessa solenidade uma vez. Em janeiro de 1977, três dias depois de uma enchente que destruiu a cidade e fez 38 vítimas fatais, Malhardes entregou a cidade ao Pedro Jahara, apesar dela estar toda enlameada pelo enorme rastro de destruição. O prefeito fez antes a transição do cargo, apontando as providências tomadas e as soluções que havia encontrado para minimizar os problemas do contribuinte.

E em outras três ocasiões o prefeito entregou a Prefeitura a substitutos, sabidamente, provisórios: Jannotti entregou o cargo ao vice Osvaldinho Oliveira, em 1955; Omar Magalhães entregou a Prefeitura nas mãos do primeiro secretário da Câmara, Paulinho Nascimento, em 1962; e Pedro Jahara entregou a Prefeitura a Luiz Barbosa em maio de 1982.

Se o desastroso Vinícius Claussen está mesmo em viagem internacional, como tantos sabem, não se sabe bem. Pode ser que seja verdade até mesmo sua escala nas Maldivas, paradisíaca ilha do oceano Índico, que também é paraíso fiscal muito procurado. Pode ter em algum lugar a explicação para o relapso prefeito faltar ao compromisso que sabia bem o dia e horário. Embora a pergunta continue sem resposta, na verdade, o prefeito não foi à Prefeitura porque perdeu o gosto pelo brinquedo ao vê-lo quebrado e, ainda, porque, além de ter que assistir o seu adversário sendo ovacionado, se aparecesse na Prefeitura neste dia 1º de Janeiro de 2025, o prefeito fujão poderia ser ovado pelos servidores a quem deu o calote do décimo terceiro salário, e querem tanto o seu fígado que até foram ao seu restaurante em busca do exótico prato.

Edição 04/01/2025
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