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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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OABRJ relembra apoio às vítimas nos dez anos da Tragédia

Catástrofe também ficou marcada pela onda de solidariedade que mobilizou a sociedade

Maior desastre climático do Brasil, as fortes chuvas que devastaram a Região Serrana em janeiro de 2011 completaram nesta terça-feira, dia 12, dez anos. E mesmo passada uma década, as marcas da destruição ainda são visíveis nas cidades de Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis, Areal, Bom Jardim, Sumidouro e São José do Vale do Rio Preto. Mas também se enxerga nesses locais outras marcas, as que foram deixadas por uma enxurrada de ações solidárias, que de pouco em pouco possibilitaram que cada pessoa encontrasse meios para se reerguer. Para honrar a memória das quase mil vítimas fatais, segundo os dados oficiais, o governo do estado anunciou na última semana a transferência provisória de sua sede para a região.
O governador em exercício, Cláudio Castro, decretou também luto oficial entre os dias 10 e 12 — período em que realiza atos ecumênicos e homenagens. Ao lado de seu secretariado, Castro visitou locais simbólicos da tragédia, obras em andamento e reuniu-se com governantes e representantes da sociedade civil. Presidente da OABRJ, Luciano Bandeira participou de um fórum em Teresópolis, nesta segunda-feira, dia 11, que também contou com a presença de todos os prefeitos da região.  "Estive em Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo naquela época e vi de perto a dor de centenas de famílias. Mas também acompanhei uma atuação firme da Ordem no socorro não só à advocacia, mas a toda a população desses locais. A OABRJ fará tudo o que puder para contribuir com as discussões e ações que evitem outras catástrofes. Presto a minha solidariedade a todos que perderam seus entes queridos, e reforço a importância da valorização da prevenção e redução de riscos na agenda nacional", defendeu o presidente.
Em meio à tristeza e ao choque dos acontecimentos, as diretorias da Seccional e das subseções, funcionários e advogados ergueram as mangas em uma mobilização de socorro às vítimas. Ações sociais, auxílio jurídico, apoio institucional para liberação dos corpos foram apenas algumas das ações da entidade empreendidas para minimizar as sequelas físicas e emocionais nos moradores da região.
Diferente de Nova Friburgo, nas cidades de Teresópolis e Petrópolis, as sedes das subseções não foram atingidas, mas o número de desabrigados também foi alto. Advogados atuaram como voluntários desde o primeiro momento. Em reunião com o então prefeito de Teresópolis, Jorge Mario, as diretorias da OABRJ e da subseção local negociaram a doação de três mil barracas que serviram de abrigo às vítimas. Partiu da Diretoria da OAB de Teresópolis, inclusive, o acordo que possibilitou o uso de um galpão para armazenar os corpos das vítimas que se amontoavam no IML da cidade. Na época vice-presidente da subseção, Rodrigo Ferreira – atual presidente da entidade – foi quem comandou essa negociação.
“A Delegacia de Teresópolis, onde fica o nosso IML, já não tinha mais capacidade para receber nenhuma vítima. Eu havia advogado para os proprietários de uma loja localizada naquela mesma rua e tive a ideia de pedir esse apoio. No local, os advogados de Teresópolis atuaram desde o primeiro momento como voluntários para auxiliar no reconhecimento das vítimas e nos trâmites para a liberação dos corpos às famílias. As consequências dessa tragédia estão aí até hoje. E, infelizmente, até hoje temos que trabalhar em defesa dos interesses da nossa tão castigada sociedade”, conta.

 

 

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Edição 23/11/2024
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