Wanderley Peres
No início deste mês a prefeitura publicou em Diário Oficial aditivo ao contrato de reforma e ampliação da escola Thiago de Medeiros, em Venda Nova, repassando mais R$ 93.953,48 a Prad Service, empresa que cobrou R$ 315 mil pela empreitada no ano passado, e não entregou a obra dentro do prazo combinado e anunciando na placa, maio desse ano. Mas, apesar de ter cobrado caro, R$ 315 mil por uma obra modesta, e ter conseguido aditivar mais 30% desse valor duas semanas atrás, indo a mais de R$ 400 mil o preço, a obra da Tiago de Medeiros continua abandonada, isso cinco meses depois do prazo contratado para o prédio ter sido entregue.
Desde o início do ano, O DIÁRIO vem publicando reclamações de pais de alunos dessa escola que teve sua reforma iniciada na semana seguinte ao início das aulas, em fevereiro deste ano somente quando deveria ter sido iniciada em agosto de 2018. Com a escola fechada para o atrasado "início das obras", de pintura e de ampliação, os alunos foram distribuídos em espaços precários e improvisados, parte deles na sede da associação de moradores que estava com a luz cortada, e outras turmas estudando numa igreja, de onde tinham que sair às pressas sempre que chegava um corpo para velório. Foram várias situações desse tipo, e em vários dias os pais de alunos eram informados, de véspera ou, às vezes, no mesmo dia, de que não haveria aula na igreja porque "teria velório". Publicada a matéria no jornal, a prefeitura cobrou a entrega da reforma das salas e os alunos voltaram ao prédio reformado, obra que não deveria durar mais de um mês se fosse feita em separado da construção das novas salas.
Quanto à matéria do jornal, a prefeitura negou que a obra estivesse paralisada, por falta de pagamento, como noticiado, dizendo que a obra "não parou por falta de pagamento e sim porque a empresa não tinha recebido". Agora, com o mato crescendo no canteiro de obras da escola de Venda Nova, a redação do DIÁRIO perguntou a prefeitura se a obra "estava realmente paralisada" desta vez e o motivo, e se existe um novo prazo para a entrega, previsão de punição à empresa, e o motivo para o aditivo concedido. A assessoria de imprensa não retornou.
Além da reforma da escola Tiago de Medeiros, diversas outras escolas estão tendo o mesmo problema, como a Sebastião Branco, onde a Majestic também recebeu aditivo para a conclusão dos serviços, ou a escola Ginda Bloch, que teve a obra abandonada pela empreiteira.