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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Paineira símbolo de Paineiras é totalmente descaracterizada

Marcello Medeiros

Uma cidade bonita, agradável, “boa para viver”, é composta de vários elementos. Um desses componentes fundamentais para que um município seja cobiçado como moradia é a preocupação com os atrativos naturais – com a conservação de fauna e flora que contribuem com a manutenção da qualidade de vida e continuação de várias espécies, inclusive a nossa. Porém, e se pode dizer infelizmente, boa parte dessa mesma população não tem essa preocupação e consequentemente muita dificuldade de compreender o básico quando se fala em cuidar melhor do ambiente em que se vive. Um desses exemplos é que ocorreu nos últimos dias na Avenida Presidente Rooselvet, próximo a um dos acessos de Paineiras. O grande exemplar de Ceiba speciosa, árvore símbolo desse bairro, foi totalmente descaracterizado. Pela maneira que muitos galhos foram arrancados, é facilmente perceptível que não pode ser chamado de poda o que foi realizado ali. Além do ataque cruel à espécie vegetal que todos os anos deixava mais florido esse cantinho de Teresópolis, a instalação de uma grande estrutura metálica, aparentemente para mais uma placa de sinalização, é outra agressão à beleza cênica que se via por ali.
Entramos em contato com o governo Vinicius Claussen para saber o motivo de desnecessária intervenção. A alegação da prefeitura foi a seguinte: “A Secretaria de Obras e Serviços Públicos informa que a poda da árvore foi feita atendendo a pedidos de moradores e da empresa Enel, para retirada dos galhos da fiação de energia elétrica”. Em relação à gigante e desproporcional estrutura metálica, nada foi informado.

“A Secretaria de Obras e Serviços Públicos informa que a poda da árvore foi feita atendendo a pedidos de moradores e da empresa Enel, para retirada dos galhos da fiação de energia elétrica”, alega a Prefeitura. Foto: Marcello Medeiros/O Diário

A história da Paineira
Essa árvore foi plantada pela ex-professora Sonia Murr de Azevedo quase 24 anos atrás, justamente pela preocupação dela que a via que leva o nome de tal planta tivesse sua denominação trocada e pelo fato de não haver mais tantas árvores que justificam a homenagem. “Depois que mudei para esse lado, comecei a passar aqui várias vezes ao dia e na mesma época percebi que estavam mudando os nomes antigos de ruas, para homenagear personalidades. Elas não deixam de ser importantes, mas fiquei com medo que tirassem o nome da rua de Paineiras e resolvi plantar a paineira para que as pessoas a vissem no início da rua e entendessem a sua importância”, relatou, em entrevista ao Diário em março de 2014, a ex-professora universitária.
A árvore foi comprada justamente com um comerciante daquele bairro, “seu Orangino”, e, quando plantada, tinha cerca de um metro e meio. Hoje, chega a pelo menos 10 e o número de flores em tons de rosa, branco e amarelo é incontável no auge de sua floração. “Venho a acompanhando no dia a dia. No começo me preocupei em fazer um cercadinho, pois tinha medo que as pessoas pudessem maltrata-la. Aí ela foi crescendo, crescendo… No primeiro ano, dava para se contar as flores dela. E foi interessante que as pessoas da família e amigos passavam aqui e ficavam me dando notícias, falando que tinha uma florzinha ou que já estava dando frutos e que teríamos que pegar as sementes da paina”, contou também, orgulhosa.

Pequenos atos
Na reportagem publicada pelo Diário na época, a Bióloga Hayssa Dumard falou um pouco sobre a paineira e destacou também sua importância para a fauna. “É uma árvore nativa do Brasil e aqui nesse bairro é muito mais especial porque é ele leva seu nome. Mas essa árvore é muito importante para a fauna local, pois depois dessa floração vem o fruto que serve de alimento para as Maritacas que são muito comuns em Teresópolis”, frisou.

Edição 12/07/2025
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