Marcello Medeiros
Irresponsabilidade e desrespeito com o meio ambiente e o próximo geraram quatro dias de muito trabalho para os guarda-parques do Parque Estadual dos Três Picos, que tiveram que se desdobrar e solicitar reforços para extinguir dois focos de incêndio de grandes proporções na área da importante unidade de conservação ambiental. As queimadas criminosas ocorreram na região de Mury, às margens da RJ-142, em Nova Friburgo, e no Vale do Jaborandi, vizinho à Salinas, onde ficam as montanhas que dão nome ao PETP. Nesse último primeiro caso, tudo indica que o fogo teve início a pós a queda de um balão, no final da tarde do último domingo (18).
O artefato criminoso – e que alguns insistem em construir e acreditar que se trata de alguma espécie de cultura – foi visto baixando nas proximidades do Morro do Gato, que logo a seguir começou a ser devorado pelas chamas. “É sempre importante lembrar que soltar balão é crime!! A atividade pode causar incêndios em áreas florestais e urbanas. A pena para quem é flagrado soltando ou fazendo a comercialização de balões pode chegar até três anos de reclusão”, publicou o PETP em suas redes sociais.
As condições climáticas, com a vegetação seca e estiagem, e dificuldade de acesso em áreas de encostas, dificultaram um controle mais rápido das chamas. Os guarda-parques do INEA contaram com o apoio do Destacamento do Corpo de Bombeiros de Bonsucesso, em Teresópolis, e de moradores da região do Vale do Jaborandi. Devido aos dois grandes incêndios, a unidade de conservação precisou fechar a visitação em todas as sedes e deslocar as equipes para tentar evitar prejuízo ambiental ainda maior. Não foram divulgados os tamanhos das áreas destruídas no Parque dos Três Picos.
Muitos incêndios
Desde o fim de semana, o Corpo de Bombeiros foi acionado para atuar em queimadas em várias localidades de Teresópolis. Vila Muqui, Andradas, Vale Alpino, Vargem Grande e Fazendinha foram alguns dos pontos de atuação do CBMERJ após ações irresponsáveis e criminosas. “Os incêndios florestais são mais comuns neste período do ano e costumam acontecer simultaneamente em localidades distintas, o que exige planejamento, coordenação e concentração de recursos operacionais. Não estamos medindo esforços para dar celeridade às frentes de trabalho de forma a minimizar os danos ambientais. Aproveito para reforçar que a queimada de hoje é o deslizamento de amanhã, assim como o assoreamento dos rios”, destaca o secretário de Estado de Defesa Civil e comandante-geral do CBMERJ, coronel Roberto Robadey Jr.
Os focos de incêndio em vegetação são mais comuns quando há conjunção de fatores como baixa precipitação, pouca umidade do ar e altas temperaturas. A população pode ajudar a prevenir este tipo de ocorrência ao evitar acender fogueiras, queimar lixo no quintal, soltar balões, jogar pontas de cigarro em qualquer ambiente, principalmente, nas estradas próximas à vegetação, e jogar garrafas de vidro em áreas florestais e em beira de estrada. Elas funcionam como lente de aumento para os raios solares, gerando calor. Quem provoca incêndio está sujeito a pagar multas altas ou até mesmo ser preso, dependendo das consequências dos seus atos.