Marcello Medeiros
Você alguma vez já parou para imaginar como seria Teresópolis se, em 30 de dezembro de 1939, o governo federal não tivesse tido a iniciativa de transformar uma grande área na parte alta da Serra dos Órgãos em uma unidade de conservação ambiental? Se não, basta olhar para localidades densamente ocupadas e a péssima qualidade de vida nessas regiões e projetar os problemas gerados pelo crescimento totalmente desordenado de muitos municípios em pontos onde hoje temos fauna e flora preservados, ambientes para vivenciar experiências diferentes da correria do dia a dia e a certeza que nossas futuras gerações poderão passar por esses mesmos locais com o intuito de fazer uma simples caminhada, uma escalada ou apenas um dia de lazer na beira de um rio cristalino e de água pura. E, tal situação também pode ser imaginada em Petrópolis e Guapimirim, onde o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, que se estende ainda até Magé, também mantém sedes e atrativos em funcionamento.
Na última quinta-feira, 30 de novembro, o PARNASO completou 84 anos de existência, sendo a terceira mais antiga e uma das mais importantes do país. São 20.024 hectares protegidos. Trata-se de uma Unidade de Conservação Federal de Proteção Integral, subordinada ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), cujo objetivo maior é o de preservar amostras representativas dos ecossistemas nacionais. É um dos melhores locais do país para a prática de esportes de montanha, como escalada, caminhada, rapel e outros, além de ter fantásticas cachoeiras. O parque tem a maior rede de trilhas do país, com mais de 200 quilômetros de caminhos em todos os níveis de dificuldade: desde a trilha suspensa, acessível até a cadeirantes, até a pesada Travessia Petrópolis-Teresópolis, com mais de 30 quilômetros de subidas e descidas pela parte alta das montanhas. São tantas e tão boas opções, de beleza cênica única e inesquecível, que anualmente milhares de pessoas de todo o país, e até do exterior, visitam as três sedes do parque.
Diversidade
O PARNASO abriga mais de 2.800 espécies de plantas catalogadas pela ciência, 462 espécies de aves, 105 de mamíferos, 103 de anfíbios e 83 de répteis, incluindo 130 animais ameaçados de extinção e muitas espécies endêmicas (que só ocorrem neste local).
Pesquisa científica
O Parque Nacional da Serra dos Órgãos é a unidade de conservação federal com o maior número de pesquisas autorizadas no país. Oferecemos boa infraestrutura de apoio à pesquisa, e outros tipo de apoio, como acesso ao banco de dados de gestão do conhecimento científico produzido no PARNASO.
Acesso gratuito
A unidade de conservação funciona de terça a domingo, incluindo feriados, das 7h às 16h. Às segundas-feiras, permanece fechado para manutenção interna, não havendo visitação. Em Teresópolis, o acesso é pela Avenida Rotariana, no Soberbo. Desde meados da pandemia, devido ao encerramento do contrato da empresa que fazia de forma terceirizada o controle de visitantes, o parque passou a ser gratuito em todas as suas áreas: entrada, estacionamento e trilhas.
“Atingida a lotação máxima, os portões serão fechados e não serão reabertos. Respeitando-se a lotação diária correspondente às mesmas e o controle de público é dado por ordem de chegada”, informa o parque. Para acesso a identificação individual é obrigatória (CPF acompanhado de documento com foto – RG, CNH ou passaporte). Não é permitida a entrada de animais domésticos e é proibido churrasco, fogueira, aparelhos sonoros, garrafas e copos de vidro e uso de entorpecentes.
Neste sábado, 02 de dezembro, será realizado um evento em parceria com o Sesc para comemorar os 84 anos do PARNASO, com programação na beira da piscina (que inclusive estará cheia neste dia ). Veja mais sobre as regras e atrativos em https://www.icmbio.gov.br/parnaserradosorgaos/