Marcello Medeiros
Trilha mais antiga e uma das mais frequentadas do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, o caminho até o cume da Pedra do Sino, que também é o ponto mais alto dessa cadeia de montanhas, é longo e exigente fisicamente. São aproximadamente 22 quilômetros, ida e volta. Visando diminuir essa distância, muita gente comete um crime ambiental que sabidamente é proibido: pega ou cria atalhos conectando dois pontos da trilha. Além de ação ilusória, visto que tal acesso é mais íngreme geralmente mais escorregadio que seguir pelas curvas de nível, a prática causa danos sérios ao meio ambiente. Por isso, a direção do Parque Nacional da Serra dos Órgãos realizou ação de fiscalização nos pontos onde a situação é mais comum e multou seis ‘trilheiros’ em R$ 1.500 cada um.
“No dia 21 de setembro de 2025, foi realizada a operação de fiscalização ‘Atalhos do Sino’, na trilha da Pedra do Sino, com o objetivo de autuar usuários que utilizam atalhos irregulares A prática tem causado sérios impactos ambientais, como erosão do solo, destruição da vegetação e danos a áreas sensíveis que levam anos para se recuperar. Participaram da ação três fiscais e três Agentes Temporários Ambientais. Durante a fiscalização, foram aplicadas seis multas no valor de R$ 1.500,00 cada uma, totalizando R$ 9.000,00”, divulgou o PARNASO em suas redes sociais nestas sexta-feira (24).

História e histórias
O caminho que leva ao ponto mais alto dessa cadeia de montanhas foi aberto em 12 de abril de 1841, a pedido de George March, um dos fundadores de Teresópolis, com objetivo de se conhecer melhor a região. Ao longo de tanto tempo, essa trilha viveu muitas histórias e fases diferentes, chegando a ser permitida, por exemplo, a utilização de cavalos para se chegar ao topo – a 2.255 metros de altitude.
Trilha em Teresópolis
O acesso da mais histórica rota de hiking e trekking do Parque Nacional da Serra dos Órgãos fica na sede Teresópolis da unidade de conservação ambiental. São aproximadamente 22 quilômetros de ‘aventura’, ida e volta. Além da trilha, é preciso somar aproximadamente mais três quilômetros, caso vá de carro ou moto, pois os veículos precisam ser deixados na antiga pousada, a 1,5 quilômetros do início da subida.
Os dois primeiros quilômetros são os mais duros, visto que são mais íngremes e há muitas pedras soltas. A aspereza desse trecho também é sentida na volta. Pouco depois da cachoeira Véu de Nova, a trilha tem trechos mais planos e cortes em curvas de nível, facilitando a caminhada. Também pouco depois começam as ‘janelas’ com visuais para Teresópolis e região, inspiradores para continuar subindo.
Cerca de três quilômetros após o antigo abrigo três, se chega aos campos de altitude. Vegetação arbustiva e rasteira dão lugar à protegida floresta. Entra em cena também o ‘geladinho da montanha’ e, se for na alta temporada, ainda pode encontrar poças d´água congeladas no trecho final. Em ritmo tranquilo, são aproximadamente quatro horas até o cimo – cume, daí o nome da montanha. No marco zero, estrutura construída pelo Serviço Geólogico do Exército décadas atrás, a indicação que você chegou ao ponto mais Alto da Serra dos Órgãos.

Guia turístico Teresópolis
Para qualquer lado que se olhe, há o que contemplar e se apaixonar. Desde as mais afastadas montanhas protegidas pelo Parque Estadual dos Três Picos às formações ainda no Parnaso e que compõem a famosa Travessia Petrópolis x Teresópolis. Olhando em direção ao Rio de Janeiro, a Baía da Guabanara ‘se espraia’ de maneira única. É um visual impactante. Se puder assistir ao nascer ou ao pôr do Sol, vai se apaixonar ainda mais pelo Sino. Saiba mais sobre as regras de visitação nas redes sociais do Parque Nacional da Serra dos Órgãos https://www.instagram.com/parnaso_oficial/ e https://www.facebook.com/icmbio.parnaso










