Criado em 06 de julho de 2009, o Parque Natural Municipal Montanhas de Teresópolis tem como símbolo a Pedra da Tartaruga. Mas, nesses quase 14 anos de história, a unidade de conservação ambiental garantiu proteção a muito mais do que esse atrativo natural: evitou que diversas outras áreas fossem degradas e permitiu que o teresopolitano e turistas pudessem experimentar um olhar diferenciado para ambientes que poderiam ter sido perdidos em consequência da ganância do homem. Um dos exemplos de conservação ambiental e investimento no turismo ecológico é a localidade de Santa Rita, no Segundo Distrito, onde fica uma das sedes do PNMMT. Duramente afetada pela Tragédia de 2011, essa localidade tem crescido graças a esse segmento e com regularidade recebido investimentos da direção do parque, que tem buscado oferecer atrativos para todo tipo de visitante e manter em pauta sempre a preocupação com o meio ambiente. Para quem já está acostumado a “subir montanhas”, a dica em Santa Rita é a Pedra Alpina, montanha que fica justamente ao lado da sede local e permite avistar de cima toda essa região e até o nosso “quelônio de pedra”.
Com elevação máxima de 1.280 metros de altitude, a Pedra Alpina, até antes da abertura de uma boa trilha então era frequentada apenas por montanhistas e poucos moradores da região. Vítima de frequentes crimes ambientais no período que antecedeu a criação do parque, tinha acesso bastante difícil e, mesmo garantindo um visual espetacular, acabava ficando em segundo plano quando se pensava em alguma atividade para o fim de semana. Hoje a realidade é bastante diferente.
O novo trajeto tem início em frente ao camping da sede do PNMMT, no Segundo Distrito de Teresópolis, no meio da Trilha do Jacu. Seguindo o padrão de sinalização da unidade, o pequeno pórtico de madeira indica o acesso da Alpina, além de ter sido instalada uma placa indicando distância e dificuldade técnica. São apenas dois quilômetros aproximadamente, mas o ganho de elevação é grande, o que pode representar um desafio maior para quem não está acostumado com esse esporte.
A trilha está bem demarcada, tem pequenos degraus em alguns pontos e, foram instaladas placas indicando espécies de fauna e flora que podem ser registradas pelo caminho. O primeiro trecho atravessa fragmento florestal que resistiu à ocupação humana naquela região e, com aproximadamente 15 minutos de subida, a vegetação começa a diminuir e se chega ao primeiro “ponto obrigatório para fotografia”. Já se avista, bem de perto, as pedras de Santa Rita (1.360m) e Pessegueiros (1.550m). A primeira tem dezenas de boas vias de escalada e, em 2005, foi batizada pelo Centro Excursionista Teresopolitano (CET) como Campo Escola Chiquinho Leal, em homenagem ao falecido escalador.
Sol e belezas
Subindo pela crista o visual fica ainda melhor. Na direita se avista montanhas como Timóteo, “Pedra do Japonês” (Referência ao montanhista Matsumoto, morador da região) e a Vale do Paquequer, além de outros aglomerados rochosos entre Teresópolis e Petrópolis, como a Pedra Santo Afonso. Pequenas flores amarelas deixam ainda mais bonita a íngreme subida. Devido às condições geradas pelo passado de ataques criminosos, como a queimada citada anteriormente, a vegetação é arbustiva em 70% da trilha e, portanto, é necessário levar proteção contra o Sol. Também não há água pelo caminho. A cada metro percorrido, é ampliada a visão e, se a pessoa estiver de mente e coração abertos, a percepção em relação a como é bela e valiosa nossa região. Mesmo antes de chegar ao topo, já é possível admirar famosas montanhas da Serra dos Órgãos, como Nariz e Verruga do Frade. Nesse mesmo momento também surge a primeira vista para o símbolo do PNMMT, a Pedra da Tartaruga, de incomum ângulo.
Decisão difícil
São aproximadamente duas horas de subida até o cume da Alpina – em um ritmo tranquilo e contemplativo. Além de tudo que relatei até o momento, toda a grandiosidade da Região Serrana se descortina diante dos olhos. Só para se ter uma ideia, entram nesse já bonito cenário os Três Picos e a Mulher de Pedra, na área do PETP. As mais altas formações da Serra dos Órgãos são destaque, assim como a melhor vista para o imponente Arrieiro, também conhecido como Avalanche e montanha mais alta do Parque Municipal, com 1.780 metros de altitude.
Motivo de orgulho
Como grande incentivador e voluntário desde o embrionário do PNMMT, sempre fico muito feliz com cada conquista obtida pela unidade de conservação ambiental, que resistiu à catástrofe de 2011 e péssimos políticos que estiveram à frente do Palácio Teresa Cristina nos últimos anos, obtendo resultados positivos graças à dedicação e paixão da sua equipe de funcionários. O novo acesso da Pedra Alpina, a trilha do Jacu e outros atrativos da sede Santa Rita são mais do que motivo de orgulho para mim: eles representam a possibilidade de um futuro melhor para o Segundo Distrito de Teresópolis, tão agredido nos últimos anos, e uma janela de oportunidades para a conservação ambiental no município. Para cima, sempre!