Cadastre-se gratuitamente e leia
O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
em seu dispositivo preferido

Pessoas com deficiência ainda têm dificuldades para se inserir no mercado de trabalho

No mês da inclusão social, funcionários do HSJ falam sobre sua rotina de trabalho e preconceitos que já tiveram que superar

O mercado de trabalho ainda é exclusivo quando o assunto são pessoas com deficiência. Apesar de existir uma lei que exige que as grandes empresas tenham parte do seu corpo de funcionários sendo pessoas com deficiência (PCD), o número ainda é bem baixo e desmotiva muitos a saírem na busca por independência e melhores condições de vida. Para tentar minimizar esse problema e aumentar as oportunidades e inclusão destas pessoas, muitas campanhas surgem a fim de conscientizar a população em geral. Uma delas é o setembro verde, que visa reforçar a luta por direitos e inclusão das pessoas com deficiência. No Hospital São José, em Teresópolis, a inclusão é uma das bases da instituição, que possui funcionários PCDs e busca dar todo o suporte e qualidade de trabalho para os mesmos. É o caso do Julio Carvalho, que trabalha no setor de serviços de prontuários do paciente há quase 17 anos. O assistente de documentos e pesquisa é deficiente auditivo.
Julio conta que sua relação com os outros funcionários do hospital é muito boa. Eles o aceitam do jeito que é e compreendem suas necessidades e dificuldades. Contudo, nem sempre foi assim. O assistente conta que muitas vezes já passou por situações vexatórias e de preconceito. “Muitos não entendem e nem respeitam um deficiente. Por causa da minha deficiência auditiva, muitos não têm paciência de me explicar as coisas. As pessoas às vezes esquecem a minha deficiência e simplesmente fica por isso mesmo”, explicou o funcionário.

Outro funcionário do Hospital é o Lucas Tavares, de 23 anos, que possui escoliose e trabalha no São José há mais de quatro anos


Durante a pandemia, uma nova dificuldade surgiu na rotina do deficiente. O uso de máscaras dificultou a sua compreensão das conversas e gerou mais intolerância e preconceito em um momento em que o mundo necessitava de empatia e amor. “O uso de máscaras dificultou muito a minha vida, pois faço uma leitura labial para dar o melhor entendimento. Muitas pessoas se recusam a abaixar a máscara para conversar comigo e ainda ficam chateadas quando eu não compreendo”, relatou.
Outro funcionário do Hospital é o Lucas Tavares, de 23 anos, que possui escoliose e trabalha no São José há mais de quatro anos. Ele ocupa o cargo de operador de atendimento no setor de telefonia e conta que desde os 11 anos, quando foi diagnosticado com a doença, vem lutando para enfrentar os preconceitos. “O período da adolescência foi o mais conturbado para mim, quando falamos em preconceito. Sofri muito bullying. Me tornei uma pessoa muito reclusa e tímida, a ponto de não querer fazer atividades na escola ou ir em certos locais sozinho. Fazia de tudo para sair do foco, desviar os olhares de mim”, contou Lucas.
O operador conta que conseguir um emprego foi fundamental para o seu desenvolvimento pessoal e para que conseguisse se aceitar e sair do isolamento em que vivia. Por isso, ele encoraja outros jovens e adultos PCDs a se darem uma chance e buscarem um emprego. “A maior compensação é saber a pessoa que me tornei depois daqui. Ter uma renda e estar trabalhando é legal, mas sentir-se digno, capaz de criar a própria história, de deixar um legado não tem preço. O meu conselho pra quem está receoso, é que faça. Distribua currículos, estude, invista em você, a gente é mais que rótulos e, no fim das contas, a deficiência é só um detalhe”, frisa.

Edição 26/07/2024
Diário TV Ao Vivo
Mais Lidas

ALERTA: Homens passam notas falsas no comércio de Teresópolis

Bloqueio total nas contas da Prefeitura de Teresópolis impedem pagamentos cotidianos do mau governo

Extremos climáticos dominam 1º Reunião de Engajamento do G20 Regional

Terreno da Sudamtex, de novo bairro a lixão clandestino

Homem é detido após furtar supermercado na Barra do Imbuí

WP Radio
WP Radio
OFFLINE LIVE