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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Petrópolis: uma semana depois, comerciantes ainda estão limpando lojas

No acesso do Alto da Serra, registramos um pequeno comércio fazendo a doação de pães, água e leite para moradores afetados pelas chuvas

Marcello Medeiros

Na última terça-feira, 22, uma semana após a catástrofe que vai ficar na marcada da história de Petrópolis, a equipe de reportagem do jornal O Diário e Diário TV retornou ao município vizinho para registrar os novos pontos de doação de alimentos, roupas e outros produtos, além de realizar novos registros nos locais duramente afetados por deslizamentos de terra e alagamentos com proporções semelhantes às ocorridas em janeiro de 2011. Mesmo com a retirada das vias públicas de boa parte dos sedimentos arrastados pela água barrenta na semana passada, ainda há muitos estabelecimentos comerciais prejudicados. A maioria que ainda sofre as consequências do último dia 15 está na Rua do Imperador, no trecho entre o Obelisco e o acesso principal da Rua Teresa. Papelaria, farmácia, lanchonetes, lojas de utilidades… São muitos os lojistas que até a última terça-feira ainda estavam com seus funcionários retirando lama, descartando produtos destruídos e tentando recuperar prateleiras e outros móveis que não haviam sido danificados pela enxurrada. Em uma farmácia de rede, a impressão que nós tivemos é que não sobrou absolutamente nada do que estava exposto para venda ou mesmo o estoque, sem esquecer os computadores e outros equipamentos danificados pela lama. Também acompanhamos a dificuldade para a limpeza de uma loja de produtos naturais, bem próximo de tal farmácia.
Nas galerias que ligam a Rua do Imperador a 16 de março, os corredores já foram limpos e a maior parte das lojas deve ser reaberta em breve. Um desses acessos entre as vias públicas viralizou nas redes sociais com um vídeo que mostra todo o mobiliário de quiosques sendo arrastado pela força da enchente, que, nesse trecho, teve maior proporção em consequência do declive da Rua Teresa, quase em frente, por onde veio boa parte do volume de chuva. Falando no polo têxtil da cidade vizinha, uma semana depois a cena que encontramos é de cortar o coração: a grande maioria das lojas está fechada, frisando que muitas já estavam vazias em consequência da crise gerada pela pandemia. No trecho final da Rua Teresa, após o acesso do bairro Alto da Serra, a situação fica ainda pior. Muita lama nas vitrines e nenhum estabelecimento em atendimento. Segundo apuramos no local, esse trecho específico precisou ser esvaziado e deve ser evitado em consequência do risco de novos deslizamentos de grandes pedras.
Circulando pelo Centro Histórico de Petrópolis, encontramos dezenas de amontoados de lama, restos de móveis e outros objetos e produtos destruídos pelos deslizamentos de terra e alagamentos. Por outro lado, do Obelisco em direção ao antigo terminal rodoviário, a impressão que se tem é que não houve tragédia, com exceção das marcas deixadas no curso d´água que atravessa o Centro. As ruas já foram limpas e todas as lojas estão abertas, com os petropolitanos trabalhando para tentar reerguer a economia e encontrar forças para ajudar de alguma maneira aqueles que perderam familiares, amigos e suas residências não só na região do entorno, mas também em bairros mais distantes como Chácara Flora, Sargento Boening e Caxambu.

Grande volume de escombros
Desde o dia da tragédia, 26,5 mil toneladas de escombros foram removidas. Equipes da Secretaria de Infraestrutura e Obras (Seinfra) estão atuando 24 horas por dia, com o objetivo de normalizar a mobilidade urbana, facilitando o atendimento às vítimas, e a volta dos serviços essenciais ao município. Durante toda a madrugada desta terça-feira, dia 22, trabalhadores e equipes limparam diversas vias, e cerca de 1,5 mil tonelada de lixo foi retirada das ruas.
As ações durante a madrugada fazem parte da força-tarefa realizada pelo Governo do Estado em parceria da Prefeitura de Petrópolis. A operação noturna contou com cinco carretas, 10 retroescavadeiras, 24 caminhões, duas máquinas pá-carregadeira e três caminhões-pipa. Desde quarta-feira, uma grande tarefa foi mobilizada pelo Governo do Estado, com a coordenação da Seinfra, que conta com a participação de 600 trabalhadores e mais de 250 equipamentos. – Há um grande esforço concentrado do Governo do Estado, com a participação de várias secretarias, para devolver aos petropolitanos a normalidade. A limpeza e desobstrução de vias avançaram muito, por isso, intensificamos nossas equipes também de madrugada – destacou o governador Cláudio Castro.
As localidades que foram atendidas nesta última madrugada foram Rua Albino Siqueira, Rua Teresa (Pronto-Socorro), Rua Souza Franco (antiga João Pessoa), Estrada Mineira, Bairro Correias e Bairro Nogueira. O entorno do Palácio de Cristal também recebeu o serviço. – Durante a noite tem menos pessoas e carros nas ruas, o trabalho flui melhor, por isso alcançamos bons resultados. Já retiramos mais de 26 mil toneladas de resíduos das ruas, contando com 200 veículos destruídos. Chegamos aqui na terça-feira com um cenário de guerra e destruição e não estamos medindo esforços para que a cidade possa voltar à vida normal o mais breve possível – destacou o secretário de Infraestrutura e Obras, Max Lemos.

Número de mortes
O número de mortos em Petrópolis em consequência do temporal chegou a 198, até o fechamento desta edição. Segundo a Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol), entre as vítimas fatais, 119 são mulheres e 79 homens. Desse total, 37 são menores de idade. Dessas, 181 vítimas foram identificadas, 170 foram liberadas para as funerárias e as demais aguardam o comparecimento das famílias no Instituto Médico Legal (IML). A equipe técnica da Polícia Civil ainda faz a análise de DNA de nove despojos, que são fragmentos de corpos, encontrados nas buscas. Até o momento, há registro de 69 desaparecidos comunicados à Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA).

Fotos: Marcello Medeiros – O Diário de Teresópolis

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Edição 26/11/2024
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