Luiz Bandeira
No final do mês passado um caso de violência contra uma mulher repercutiu nas redes sociais. Marta Silva de Oliveira, moradora do bairro Jardim Serrano, teve o rosto completamente desfigurado após sofrer golpes violentos na face, sobretudo na região dos olhos e da boca. O apontado autor do crime, um menor de idade. A vítima relatou à equipe de reportagem do jornal O Diário e Diário TV nesta sexta-feira, 08, que sofreu severos golpes de um adolescente porque o repreendeu por frequentemente agredir com chutes, pedradas e pauladas, os cães que ela abriga em sua casa. Devido às consequências das fortes e desnecessárias agressões, ela foi socorrida e levada para a Unidade de Pronto Atendimento, ficando uma semana internada. Após receber alta, procurou a Polícia Civil para denunciar o bárbaro crime.
Nessa sexta-feira, 08, nós entrevistamos o Delegado Titular da 110ª DP, Márcio Dubugras, para detalhar o registro policial e o desdobramento dessa história. “Trata-se na realidade de um ato covarde, uma senhora que fazia um trabalho de proteção dos animais, ela alimentava e cuidava do tratamento deles quando estavam doentes e esse menor ele costumava bater nos animais, nos cachorros, jogar pedras nos cachorros e ela foi defender os cachorros e começou uma discussão e ele a agrediu, ela caiu e ele deu vários socos e nós acreditamos também chutes no rosto dessa senhora”, relata o Delegado.
Em seguida, nossa equipe foi até o Jardim Serrano para conversar com Marta Silva. Muito ferida no rosto, ela descreveu os motivos que levaram a discussão entre os dois vizinhos. “Eu moro aqui há mais de 30 anos e sempre apareceram os cachorros aqui, e a gente sempre cuida e doa, porque eu não tenho espaço físico e nem condições financeiras de ficar com eles. Eu vou cuidando deles e eles foram ficando, mas de seis a oito meses pra cá eu tenho passado um verdadeiro inferno”, relata a vítima, que disse ainda que o jovem constantemente bate com violência nos cães e que chegou a deixar um deles certo período paralisado. Ainda segundo ela, o motivo seria “que os cães o atacavam”. Sobre essa acusação, é importante relatar que nossa equipe, quando foi ao encontro da vítima, foi recepcionada pelos mesmos cães que motivaram a discórdia, mas os animais, mesmo latindo muito, em nenhum momento pareceram ameaçadores.
A vítima contou como começaram as discussões entre os dois. “Acabou que como eu comecei a cobrar dele, falando que eu ia colocar ele atrás das grades, porque isso é crime, ele começou a implicar e já fazia com o intuito de me provocar”, relata “dona” Marta. Ela disse ainda que a partir daí teve o telhado danificado com uma pedra que jogaram sobre a sua casa e que seu filho, que sofre de microcefalia, para defender um dos cães, recebeu do adolescente agressor um golpe com um pedaço de pau na perna. Afirmou também que já havia conversado com a avó do rapaz e que ela pediu para que não oferecesse denúncia contra seu neto. No dia em que foi agredida, Marta conta que ele disse “que ia matar ela” e “matava também os cachorros” e que ele “não pagaria porque ele é menor de idade e só tem 17 anos”.
Contudo, depois da violenta agressão, a Polícia Civil pediu a apreensão desse menor e assim que o mandado foi concedido pela Vara da Infância e Juventude, ele foi apreendido e está cumprindo medida socioeducativa. Mas a história infelizmente a história não acabou aí. Esta semana a vítima voltou à delegacia para denunciar que agora está sendo vítima de ameaça por parte de pessoas que consideram que o menor não deveria responder pelas graves agressões cometidas contra a vítima, que não teve condições de se defender.