Marcello Medeiros
Cada vez mais procurado pelos teresopolitanos e turistas, o Núcleo Vale da Revolta do Parque Estadual dos Três Picos oferece – além da primordial conservação ambiental – atrativos turísticos diferentes de outras unidades da região e, por isso, tem caído no gosto da população. Porém, esse rico espaço às margens da BR-116 não tem sido visitado apenas por interessados em respirar o ar puro e contemplar esse preservado fragmento de Mata Atlântica: nas últimas semanas foram registradas invasões com o intuito de praticar furtos de objetos que pudessem ser revendidos como material reciclado. “O Instituto Estadual do Ambiente informa que a gestão do parque já comunicou o caso à 110° Delegacia de Polícia Civil, em Teresópolis, para que sejam tomadas as devidas providências”, informou ao Diário a Assessoria de Comunicação do INEA, responsável pelo gerenciamento dessa e outras unidades de conservação ambiental. Além disso, foi reforçada a segurança para evitar novos ataques.
Os alvos dos ladrões foram as estruturas prediais localizadas no final da estrada que corta o Núcleo Vale da Revolta, onde deveriam funcionar um banheiro para suporte ao camping e um restaurante, espaços que nunca foram inaugurados devido a necessidade de um novo aporte financeiro do governo estadual, para a instalação de um sistema de energia renovável. Vidros foram quebrados, uma das portas forçadas e furtados vários disjuntores e torneiras que sequer haviam sido utilizados. Os ‘gatunos’ teriam acessado a unidade por trilhas que conectam esse local a outro núcleo do PETP, o Jacarandá, cujo segurança também está sendo reforçada.

Alô, governo estadual
Com acesso nas proximidades do quilômetro 84 da rodovia Rio-Bahia, próximo ao bairro Vale da Revolta, a sede local do PETP funciona onde antes havia uma fazenda que levava o nome da comunidade vizinha. Apesar da pressão antrópica, a área resistiu até ser desapropriada pelo governo estadual, mais de 15 anos atrás. Alguns anos depois, veio o recurso para construir os locais onde funcionariam a sede principal do parque, auditório, a casa do chefe da unidade e os atrativos que foram depredados recentemente.

Com uma estrada de cerca de dois quilômetros quase toda plana, a unidade tem sido muito procurada para caminhada, corrida e crianças andarem de bicicleta. Pequenos rios e trilhas curtas, além de um grande gramado, são outras atrações que têm encantado os moradores locais, visitantes e turistas. Desse ponto ainda é possível caminhar até um topo de montanha, o Pico do Urubu, ou cruzar uma trilha de menos de um quilômetro avistando dezenas de árvores gigantes, a ‘Caminho das Centenárias’. A dedicação e receptividade dos servidores do INEA lotados no parque são outros diferenciais reconhecidos pela população. Agora, falta o governo estadual voltar a investir em Teresópolis para permitir que os prédios construídos poucos anos atrás possam ser realmente utilizados e não sem percam com a ação do tempo ou de vândalos, como registrado recentemente.
