Luiz Bandeira
No dia 26 de maio passado, um crime violento abalou a localidade de Água Quente, no Segundo Distrito de Teresópolis. Um grupo criminoso armado surpreendeu um grupo de moradores e efetuou diversos disparos. Durante a ação, uma das vítimas foi alvejada, capturada e levada pelos criminosos. No dia seguinte, um corpo carbonizado foi encontrado em Sumidouro, levantando a suspeita de que se tratava da mesma pessoa sequestrada no ataque. As investigações da Polícia Civil avançaram rapidamente. De acordo com o delegado Márcio Dubugras, titular da 110ª DP de Teresópolis, imagens de câmeras de segurança ajudaram a reconstruir a dinâmica do crime. “Observamos que os criminosos chegaram atirando. As pessoas correram em desespero e, aparentemente, uma delas foi baleada e colocada dentro de um carro. A partir daí, cruzamos informações e imagens para identificar os autores”, explicou o delegado.
Dois dias após o ataque, em uma operação conjunta com o 30º Batalhão da Polícia Militar, um dos suspeitos foi preso. Com ele, os policiais encontraram uma arma de fogo e 217 tabletes de maconha. Na última sexta-feira, 27 de junho, um segundo envolvido foi localizado e detido. “Esse segundo elemento, de acordo com nossas investigações, também participou diretamente do homicídio. Foi um trabalho de inteligência, troca de informações e ação coordenada com a PM que permitiu essa prisão”, detalhou Dubugras.
A motivação do crime, segundo a Polícia Civil, tem ligação direta com o tráfico de drogas. A vítima, já identificada, estaria envolvida com a venda de entorpecentes. “As informações que levantamos mostram que essa vítima tinha ligação com o tráfico e foi morta por integrantes de uma facção rival. Infelizmente, isso tem sido comum: facções disputando território e eliminando concorrentes de forma brutal”, afirmou.

Criminalidade na zona rural
O delegado destacou que, embora a violência tenha diminuído na zona urbana de Teresópolis, o interior do município tem exigido atenção redobrada das forças de segurança. “A gente sabe que existem áreas mais sensíveis no interior, e estamos monitorando de perto. Recentemente, prendemos em Senador Camará o chefe de uma facção que mandava executar rivais aqui no interior. Esse é um trabalho constante, de inteligência e articulação com outras unidades do estado”, acrescentou.

Segundo ele, a taxa de elucidação de homicídios em Teresópolis é um diferencial da cidade. “Temos um índice superior a 80%, algo acima da média estadual. Isso é resultado de muito empenho da equipe e da colaboração da população, que muitas vezes nos fornece informações decisivas”, ressaltou.
A Polícia Civil continua investigando para identificar os demais envolvidos no crime. O delegado reforça o pedido para que denúncias anônimas sejam feitas. É fundamental a participação da comunidade. Quem souber de algo, pode procurar a delegacia ou fazer denúncia anônima pelo telefone do DISQUE DENÚNCIA: (21) 2253-1177 ou pelo WhatsApp da 110ª DP: 21 98596-7436. O sigilo é garantido.