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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Prefeitura continua incomodando as árvores

Uma árvore não tomba e deixa cair seus galhos na avenida por causa das chuvas, ou dos ventos, e sim por falta de cuidados.

Wanderley Peres

Operação da prefeitura, na manhã desta segunda-feira, 20, na rua Waldir Barbosa Moreira, provocou a curiosidade de quem passava pelo local. Guardas municipais, secretários, até o prefeito estava presente. Mas, não era nada demais. Só mais uma operação da secretaria de Serviços Públicos para poda das árvores que não foram incomodadas na incursão anterior, e as vítimas da vez foram agora as do canteiro central em frente à rodoviária, perdendo, algumas, frondosos galhos, e outras sobrando só o tronco.

Os motivos do corte nas árvores seriam as obras de implantação da passagem de integração e o risco que elas estariam oferecendo aos taxistas antes protegidos debaixo da marquise da rodoviária e agora alojados ao relento e sob o suposto iminente perigo.

Ao fim da operação que aleijou várias espécies, a equipe deixou o local, arejando ainda o espaço aéreo no ponto de táxi da rua Rui Barbosa, onde as cinquentenárias espatódeas também sofreram o seu bocado.

Sendo o risco que representavam as árvores o motivo da poda mal dada, conversa mal explicada, vale lembrar que nenhum engenheiro ambiental, biólogo, ou jardineiro mesmo, foi identificado no grupo. Tivesse, orientaria para o equívoco de se mexer em árvores nos meses de verão, quando a seiva está em fluxo, daí ser fatal para as árvores a inconveniência. Não é culpa dela o medo que provoca, mas de quem deveria ter cuidados com ela para uma vida mais saudável e nada fazem no seu devido tempo, daí esse equivocado inconveniente no ápice do verão.

Uma árvore não tomba e deixa cair seus galhos na avenida por causa das chuvas, ou dos ventos, e sim por falta de cuidados. Árvores caem porque envelheceram e precisam ser extraídas do meio em que foram inseridas, algumas equivocadamente por se tratar de espécies que não se adaptam ao local, ou porque tem porte exagerado, ou mesmo foram plantadas em espaçamento inadequado, como é o caso daquelas sibipirunas em frente ao antigo fórum, na Reta, e que em breve vão brigar entre si nas copas porque estão próximas demais umas das outras.

As árvores oferecem riscos, também, pela agressão que sofrem por roçadeiras quando tem gramados aos seus pés, por falta de permeabilidade no entorno das raízes, pelas parasitas e fungos que sufocam o caule, pelas pragas hospedeiras que pesam os galhos. As árvores caem em função da contaminação pela poluição e pelo estrangulamento dos seus troncos, ficando impedidas de se desenvolver, especialmente aquelas ornadas por cercados de concreto, como se pudessem fugir de onde foram fincadas.

O prefeito é um inepto, situação peculiar a de vários dos seus assessores, também neófitos de quase tudo. Mas, bem podiam orientar-se para lidar com melindrado assunto. Uma árvore é um ser vivo, e no vegetal que tomba sob a violência da estúpida  motosserra correm as mesmas águas que correram em nossos corpos tempos atrás, as mesmas águas que vão nos alimentar, a nós e aos nossos filhos, no futuro. Ah! Mãe-Terra, como é maltratada.

Deixe as árvores em paz, por ora, prefeito. Mexa com elas, e a partir de orientação de quem entenda do assunto, somente entre maio e agosto, os “meses sem erre”, quando elas estarão menos sensíveis. Só gente estúpida faz isso de setembro a abril.

 

 

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Edição 21/12/2024
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