Wanderley Peres
Resultado de pregão da Secretaria de Administração, publicado no último dia 9, levou muita gente a suspeitar, ou achar graça, nos grupos de whats app, da compra de 14.000 metros cúbicos de areia, realizada pela Prefeitura, registro de preços feito para aquisição em 12 meses, que pode não ser todo retirado ou então aditivado, aumentando ainda mais o volume da compra, que representaria 3.500 caminhões de 4 metros cúbicos cada. A quantidade de caminhões de areia sugere uma fila de quase 50 quilômetros, a distância de Teresópolis a Petrópolis, endereço da empresa que vendeu a metade da mercadoria, ficando a outra em Cabo Frio.
Empresas fornecedoras são de Petrópolis, Macaé e Itaboraí, no Rio de Janeiro; e de Corbélia, no Paraná
Segundo a Prefeitura informou a O DIÁRIO, ignorando a pergunta sobre o quanto de areia o governo gastou nos últimos cinco anos, “a retirada da areia do pregão é feita de acordo com a necessidade e a sua utilização seria nos reparos feitos em via pública como conserto de galerias pluviais, construção de caixas de passagem e recomposição de paralelos, por exemplo, e para a manutenção de rotina de prédios municipais, como escolas, creches e postos de saúde, o que justifica a quantidade”. Ainda segundo o governo, “o material é empenhado e retirado mediante comprovação de necessidade antes da realização de qualquer reparo e/ou serviço de manutenção de rotina e a fiscalização e acompanhamento são feitos pelos servidores das Secretarias de Obras e Serviços Públicos e de Agricultura”, foi assim informado o jornal O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS.
Da compra total, 5.500 metros cúbicos de areia viriam de Cabo Frio, da empresa Sane Lagos Ltda, que vendeu a areia industrial a R$ 56,00 o metro e a lavada a R$ 78,75, perfazendo o total de R$ 411 mil. O outro fornecedor encontrado pela Prefeitura de Teresópolis foi a empresa Valence Distribuidora e Serviços Ltda., de Petrópolis, que vai vender 8.500 metros cúbicos, sendo 3.000 metros cúbicos de areia industrial, por R$ 46,00 o metro; 3.000 metros cúbicos de areia lavada grossa, R$ 68,00 o metro; 1.000 metros cúbicos de areia lavada grossa, R$ 48,00 o metro e 1.500 metros cúbicos de areia lavada, R$ 55,00, R$ 82.500,00, representando uma compra de R$ 412 mil, segundo o DO.
Percebe-se que as empresas de areia contratadas pela Prefeitura não ficam em Teresópolis, onde existem diversas delas aptas para a venda, e até empresas de extração devidamente legalizadas; muito menos ficariam em Nilópolis, aos costumes de antigamente, quando compra exorbitante representando cerca da metade desta, e feita também às vésperas de uma eleição, vinte anos atrás, resultou em pedido de informações na Câmara Municipal e até em denúncia ao Ministério Público. Além da areia, que poderia ter sido adquirida no município, compra que custará quase R$ 1 milhão, para atender às secretarias de Serviços Públicos, Agricultura e Educação, o edital anunciado pela Prefeitura é no valor de R$ 5 milhões 608 mil e 345 reais, contemplando 99 itens – vergalhão, ardósia, tijolo, telha, pó de pedra, mourão e arame, malha de ferro, lona, janelas e portas forro, argamassa, cimento e brita, entre outros materiais – sendo vencedoras do certame as empresas Metinox 2004 Comercial e AML Comércio de Materiais Industriais, do Rio de Janeiro; Valence Distribuidora e Serviços, de Petrópolis; Sane Lagos, de Cabo Frio; Constrular Materiais de Construção de Macaé, de Macaé; QG.RJ Comércio e Serviços, de Itaboraí e a empresa Suprapack Soluções, do município de Corbélia, no Paraná.
