Luiz Bandeira
A secretária municipal de Educação, Satiele Santos, foi às redes sociais nesta quinta-feira, 02, para prestar esclarecimentos sobre o que motivou pais e responsáveis por alunos matriculados na Escola Municipal Pedro Torres Leite, em Santa Rita, no Segundo Distrito, denunciarem falta de merenda para servir aos estudantes e ainda “que eles estarão sendo liberados mais cedo justamente por falta de alimentos”. A secretária rechaça as acusações informando que “não há falta de alimentos para a produção da merenda escolar na rede municipal de ensino”. Ainda segundo ela, a entrega de hortifrutigranjeiros e de proteínas, entre outros alimentos estocáveis, é feita semanalmente. “As unidades de ensino do município estão abastecidas para atender aos alunos de cada escola, inclusive, na manhã desta quinta-feira, 02, foram entregues proteínas e hortifrutigranjeiros na Escola Municipal Pedro Torres Leite, no interior”, garantiu Satiele. No vídeo, também encaminhado para a nossa redação, a secretária explica também sobre a liberação dos alunos. “Na verdade nessa semana está sendo realizada a revisão do Projeto Político Pedagógico (PPP) nas unidades da rede municipal e que, por isso, os alunos estão sendo dispensados mais cedo, inclusive, os estudantes já foram comunicados de que nesta sexta-feira, 03, não haverá aula para finalização da revisão do PPP”, frisou.
AS DENÚNCIAS – Nesta quarta-feira, 1º de março, denúncias de pais de alunos matriculados em algumas unidades escolares da rede pública municipal dão conta de que não haveria merenda para servir aos alunos e que, por conta disso, os estudantes estariam sendo liberados mais cedo. As primeiras reclamações vieram de moradores de Santa Rita, Colônia Alpina, onde pais e responsáveis por alunos matriculados na escola municipal Pedro Torres Leite denunciam que “os alunos estão comendo apenas ovo” e que esse alimento só teria sido fornecido “porque funcionários compraram”. Também através das redes sociais muitos pais se manifestaram, a maioria indicando o mesmo problema em outras unidades, como por exemplo, nas escolas Belkis Frony Morgado, no Bairro de São Pedro, Vera Maria Vianna Pedrosa, no Meudom, Maria Mendes, em Cruzeiro, e Nadir Veiga Castanheira, em Três Córregos, as duas últimas no Segundo Distrito. Em contrapartida, pais de alunos do Cerom, no Bairro de São Pedro, Beatriz Silva e Lar de Isabel na Barra do Imbuí, relataram que não faltou alimento nos últimos dias para os estudantes, inclusive “com carne no cardápio do almoço servido aos alunos”.
Gestão da merenda
De acordo com o programa de reformulação do modelo de merenda escolar no município, implementado pela gestão do Prefeito Vinicius Claussen em meados de 2021, com o objetivo de melhorar a qualidade da merenda servida nas escolas do município, a Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Educação, voltou a adotar um modelo antigo, no qual cada unidade escolar passou a ter gestão sobre a preparação dos alimentos em sua própria cozinha. Esse serviço até então, era gerenciado por uma empresa contratada, através de licitação. Para isso, a Prefeitura adquire gêneros alimentícios de empresas fornecedoras, e também realiza chamada pública para a compra de alimentos produzidos pelos produtores da Agricultura Familiar de Teresópolis. A merenda passou a ser preparada por moradoras do mesmo bairro da escola, contratadas e capacitadas via POT (Programa Operação Trabalho).
Com um montante de R$ 1,9 milhão de investimento, a Secretaria Municipal de Educação realizou em setembro do ano passado, Chamada Pública 04/2022 para a compra de gêneros alimentícios da agricultura familiar para creches e escolas municipais pelo período de nove meses, o que garante alimentação para os cerca de 23 mil alunos da rede municipal até junho deste ano. Esse valor na ocasião foi propagado pelo governo municipal como histórico e seria aplicado exclusivamente na compra da alimentação escolar.
Novas creches
Nesse início de ano letivo a Secretaria Municipal de Educação vem passando por momentos bem distintos. No curto período entre o final de janeiro e início de fevereiro, duas novas unidades educacionais foram entregues para diminuir um déficit de vagas em creches. Cerca de duzentas famílias moradoras da Barra do Imbuí e da Granja Guarany, podem agora contar com vagas para os pequenos alunos nas creches reformadas Lar de Isabel e Começando a Viver. Essas unidades demandaram investimentos em obras de reforma estrutural, uma delas inclusive mudou de endereço e por isso a prefeitura teve que adquirir outro imóvel que ainda foi todo reformado. Essas inaugurações foram muito comemoradas, já que atende a meta do governo de zerar a fila de espera por vagas em creche na cidade. Agora, logo na volta às aulas pós-carnaval, vem essa denúncia que causou indignação de parte da população, que inclusive se manifestou nas redes sociais, relatando o mesmo problema de falta de alimentos em outras unidades educacionais do município.