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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Prefeitura de Teresópolis nega canibalização de veículos no pátio do Parque de Exposições

Respondendo a O DIÁRIO, o governo negou a canibalização dos veículos, que chegaram ao local, a maioria, rodando, e agora nem rodas têm mais.

“Administração municipal não autoriza retirada de peças dos veículos parados”

“Dos 120 veículos parados em 2018, 70 foram recuperados. E outros 33 também”

“40 veículos que circulavam sem documentação foram regularizados”

“Veículos tiveram vida útil reduzida diante da carga de trabalho”

“Valor do conserto não pode ultrapassar o preço de mercado do veículo”

Wanderley Peres

A Prefeitura tem um contrato de R$ 1 milhão e meio por ano para a manutenção dos veículos da sua frota e, por causa de pequenos defeitos, diversos automóveis utilitários e de passeio estão sendo mandados para o Parque de Albuquerque onde, à exposição das pessoas, o patrimônio público vem sendo vilipendiado à luz do dia, de forma acintosa, transformando-se em carcaças e bens inservíveis bens que poderiam servir muito ainda à população.

Nissan March 2016 com o documento em dia, 2021 no verde, virou sucata com 2 anos de uso, ainda em 2018, por conta de um suspeito problema no motor, que não foi reparado. Exposto ao tempo e à falta de segurança do pátio do Parque de Exposições, sumiram diversas partes do veículo. Pneus, rodas, suspensão, para-choques e outros itens que não teriam sido utilizados em veículo similar da frota porque é o único

Respondendo a O DIÁRIO, o governo negou a canibalização dos veículos, que chegaram ao local, a maioria, rodando, e agora nem rodas têm mais. Contrariando o que disse antes, de que as peças retiradas eram colocadas em outros veículos, da própria frota, a Prefeitura diz agora que não faz isso, nem deixa outros fazerem porque o local tem vigia.

As imagens dos veículos destruídos desmentem as afirmações do governo. E, se as peças não estão sendo retiradas para consertar outros veículos da frota – o que é errado, mas seria mal menor – estariam sendo retiradas com outra intenção então porque os furtos em curso saltam aos olhos, basta perceber as laterais de alumínio dos ônibus, que só falta o governo afirmar que deterioraram com o tempo. Lanternas, para-choques, para-lamas, volantes, motores, caixas de marcha… O que tem valor no mercado está sumindo no pátio de Albuquerque e a Prefeitura diz que não, que não tem nada de errado. Nem anuncia celeridade no leilão, que já deveria ter sido providenciado, para salvar algum trocado com os restos de peças de valor que possam ter sobrado nos carros “que não estão sendo canibalizados”.

São vários ônibus, ambulâncias e caminhões faltando peças no Parque de Exposições

Pontuando às diversas perguntas do DIÁRIO à administração municipal, a assessoria de imprensa respondeu parte delas. Algumas, mas respondeu. Afirmou que a máquina parada no pátio seria uma Patrol do governo do estado, não da Prefeitura, e que estaria ali “em estado de manutenção”. Responsável pela frota de veículos da Prefeitura, quase 100 deles sob a relapsa guarda do secretário de Agricultura no pátio de Exposições de Albuquerque, justificando a quantidade de veículos parados, a secretaria de Segurança disse que “os veículos oficiais tiveram sua vida útil reduzida devido ao desgaste por conta da grande carga de serviços e viagens no atendimento dos interesses da população” e que, “por determinação do TCE-RJ, o valor dos consertos não pode ultrapassar o preço de mercado do carro e, com isso, muitos veículos são considerados inservíveis e ficam disponibilizados para leilão, ainda sem data prevista para realização”. Disse ainda a Prefeitura que o local tem vigia e não há registros de furtos.

Aparentemente este ônibus teve o motor retirado pelo teto. Outras peças também sumiram

Embora as condições dos veículos no pátio comprovem o contrário, porque os veículos estão sendo canibalizados sim, inclusive veículos em bom estado, que chegaram rodando ao local, a Prefeitura disse que “a manutenção da frota é feita em oficina especializada e a empresa não tem autorização para retirar peças de quaisquer veículos”, afirmando ainda que a prática teria sido abolida pela atual gestão municipal. “O controle é feito pelo chefe da oficina da Subsecretaria de Assessoramento de Transportes, com identificação de cada bem”, disse. “Segundo levantamento da Subsecretaria de Assessoramento de Transportes feito em agosto de 2018, quando a atual gestão assumiu a Prefeitura, existiam 120 veículos parados por falta de manutenção, dos quais 70 foram recuperados e reintegrados às secretarias de origem, voltando a circular a serviço da população e, mais Recentemente, outros 33 veículos/equipamentos foram recuperados”, afirmou, informando que que estão sendo tomadas as providências necessárias para levar os veículos ou sucatas à hasta pública, ainda sem data prevista.

O ônibus da Educação, que era utilizado para viagens interurbanas com os alunos. Guardado no pátio da Sudamtex o veículo teve várias partes furtadas, inclusive sua lateral de alumínio, além de lanternas, para-choques, retrovisores e também partes do motor. O veículo foi levado para Albuquerque depois que moradores denunciaram a canibalização do ônibus, que era feita aos olhos de quem passasse em frente a antiga garagem dos Serviços Públicos

Sobre o veículo Nissan March 2016, que estaria com o documento 2021 no verde, conforme apurou O DÁRIO, a Prefeitura afirmou que a sua baixa foi dada em 2018. Ainda com relação à documentação dos veículos, a Prefeitura disse que vem promovendo a regularização da frota. “Segundo dados do setor, cerca de 40 veículos entre automóveis, motos, caminhões e ambulâncias, que há anos circulavam sem documentação, foram normalizados”, disse a assessoria de imprensa da Prefeitura.

Diversas ambulâncias também ilustram o pátio do Parque de Exposições de Albuquerque

Edição 23/11/2024
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