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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Queimada criminosa quase derrubou sinais de celular e TV em Teresópolis

Fogo por pouco não atingiu antenas instaladas na parte mais alta do bairro Vila Muqui

Marcello Medeiros

Mais uma vez um ato criminoso provocado pela pesada mão do homem colocou em risco boa parte da população. Dessa vez, clientes de algumas operadoras de telefonia celular e utilizadores de sinais de TV aberta correram o risco de ficar sem os serviços por conta de uma grande queimada que teve início no bairro de Paineiras, subiu para a parte mais alta da Vila Muqui e “cercou” as cinco antenas instaladas no local. O ato criminoso teve início na manhã da última segunda-feira (19) e se estendeu até o início da noite, até ser controlado pelo 16º Grupamento de Bombeiros Militares. Na manhã desta terça (20), o repórter-cinematográfico Gilberto Oliveira, do Diário, realizou um voo de drone para registrar de cima o tamanho do estrago.
As imagens aéreas dão dimensão da quantidade de vegetação destruída e o risco que correram os sistemas de transmissão – mais uma vez. Com a vegetação seca e as condições climáticas propícias, o fogo se alastrou rapidamente morro acima, chegando a virar para outros dois bairros vizinhos, Panorama e Jardim Europa. No segundo caso, há um fragmento florestal mais denso e com exemplares arbóreos maiores, que, ao contrário dos arbustos secos nos lados de Paineiras e Muqui, não permitiram o rápido caminho das chamas. Ainda assim, os militares tiveram que trabalhar até o Sol desaparecer no horizonte para evitar prejuízo maior.
“Os incêndios florestais são mais comuns neste período do ano e costumam acontecer simultaneamente em localidades distintas, o que exige planejamento, coordenação e concentração de recursos operacionais. Não estamos medindo esforços para dar celeridade às frentes de trabalho de forma a minimizar os danos ambientais. Aproveito para reforçar que a queimada de hoje é o deslizamento de amanhã, assim como o assoreamento dos rios”, destaca o secretário de Estado de Defesa Civil e comandante-geral do CBMERJ, coronel Roberto Robadey Jr.

Com a vegetação seca e as condições climáticas propícias, o fogo se alastrou rapidamente morro acima, chegando a virar para outros dois bairros vizinhos, Panorama e Jardim Europa. Foto: Gilberto Oliveira

Balão causa prejuízo
No fim de semana, outros crimes semelhantes ocorreram na região. Em Andradas e Balança, na zona rural, grandes áreas às margens de estradas foram destruídas por queimadas. Até a tarde desta terça-feira, equipes do Corpo de Bombeiros de Nova Friburgo e brigadistas do INEA trabalhavam para conter chamas na área do Parque Estadual dos Três Picos, que desde domingo vem sendo duramente afetado após a queda de um balão nas proximidades do Morro do Gato, em Salinas.

Fogo na Fazendinha
Na tarde desta terça-feira (20), foi registrada mais uma queimada na zona urbana, dessa vez a partir do terreno da antiga Sudamtex e tomando a encosta vizinha ao bairro da Fazendinha. Até o fechamento desta edição, as chamas não haviam sido controladas pelo Corpo de Bombeiros.

Empresas de telefonia celular e emissoras de tv com sinal aberto há anos utilizam o topo de morro para oferecer o serviço em Teresópolis. Foto: Gilberto Oliveira

Mato seco, fogo rápido e doenças
Os focos de incêndio em vegetação são mais comuns quando há conjunção de fatores como baixa precipitação, pouca umidade do ar e altas temperaturas. A população pode ajudar a prevenir este tipo de ocorrência ao evitar acender fogueiras, queimar lixo no quintal, soltar balões, jogar pontas de cigarro em qualquer ambiente, principalmente, nas estradas próximas à vegetação, e jogar garrafas de vidro em áreas florestais e em beira de estrada. Elas funcionam como lente de aumento para os raios solares, gerando calor. Quem provoca incêndio está sujeito a pagar multas altas ou até mesmo ser preso, dependendo das consequências dos seus atos. O crime deve ser denunciado pelo telefone da Policia Militar (190) ou diretamente ao CBMERJ, no 193.
As partículas carregadas de toxinas, liberadas durante queimadas, se inaladas involuntariamente por longo período, podem causar estresse oxidativo das células e danos genéticos irreversíveis, resultando até mesmo em câncer de pulmão. A descoberta é resultado de um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Fundação Oswaldo Cruz e Universidade Federal de Rondônia(Ufro). As crianças menores de cinco anos, prejudicadas pelo impacto das partículas com componentes cancerígenos da fumaça das queimadas, desenvolvem alergias respiratórias, que comprometem o aprendizado escolar. Conforme a pesquisa, os mais atingidos são principalmente famílias de baixa renda, que estão em áreas de risco sem alternativa de sair.


Edição 21/09/2024
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