Anderson Duarte
Foram impressionantes R$ 250 milhões em volume de movimentação de recursos ao longo do ano de 2016 segundo números da EMATER, apenas no segmento Agropecuário. Esse índice coloca o município de Teresópolis no primeiro lugar do PIB fluminense neste segmento e ratifica toda a importância de nossas regiões produtoras para a cadeia de consumo regional. Com novas tecnologias, aportes financeiros e financiamentos subvencionados, as propriedades e organizações que tocam a agricultura teresopolitana elevaram o patamar e potencialidade da cidade a índices invejáveis e que despertam a necessidade de aprimoramento e organização do segmento nos distritos produtores. Um número que impressiona é o relacionado a alface. A produção desta folhosa é tão expressiva que faz com que muito dificilmente alguém que esteja consumindo o produto em nosso estado não seja de procedência de nossas terras. Foram mais de R$ 120 milhões com a alface no período.
Os impressionantes números da agricultura teresopolitana foram lembrados nesta semana durante a apresentação do Consultor de Defesa de Interesses do Sistema Firjan, Riley Rodrigues, que fez sua explanação sobre a temática tendo como parâmetros o Mapa do Desenvolvimento do Estado. Durante a cerimônia de posse do empresário Ladmir Carvalho na Comissão Municipal da Firjan em Teresópolis, o consultor expos um pouco da dimensão econômica que figura nossa produção, mas também ressaltou que através de inserções e modificações de práticas de manuseio e benfeitorias é possível ampliar ainda mais essa gama de recursos que tocam o município. “Imaginem se fosse criado um selo de procedência, com a garantia de que era das terras teresopolitanas que viam tais produtos? Uma linha de produtos Premium com a chancela da cidade de Teresópolis e seus produtores. Algo assim pode aumentar ainda mais o valor agregado e a saída de tal produção”, lembrou durante sua fala o consultor da Firjan.
Para Ladmir Carvalho, agora representante da entidade no município, não há dúvidas da importância desse segmento na cidade, e usar a expertise e o ferramental oferecido pela Firjan para alavancar ainda mais o setor, pode efetivamente mudar os rumos do agronegócio teresopolitano. “Talvez o mais difícil de tudo nesse segmento nós já tenhamos conquistado até aqui, que é um produto de qualidade, relevante e muito requisitado. O atual cenário econômico do Rio de Janeiro e do país apresenta novos desafios para empresas, governantes, instituições públicas e cidadãos. É preciso ter uma direção muito clara a seguir para darmos início a um novo ciclo de crescimento no estado, e Teresópolis pode encontrar uma vocação importante para ela mesma e para todo o estado do Rio, aqui, em nossa região rural”, enalteceu Ladmir.
Outro produto que merece destaque é a produção da tangerina poncã, cujo município também lidera o ranking estadual, assim como na alface, e com quase dez mil toneladas anuais produzidas segundo a EMATER. Com uma área plantada de 456 hectares e produtividade média de 20 toneladas por hectare, a atividade é bem desenvolvida por 120 agricultores concentrados, principalmente, nas localidades de Cuiabá e Brejal. Nosso terceiro distrito se destaca na produção de Couve, com 523 produtores locais e faturamento anual de R$ 40 milhões no período; de Coentro com 319 produtores e faturamento de R$ 15 milhões; Cebolinha que possui 414 produtores e faturamento de R$ 12 milhões; Salsa com 300 produtores e faturamento anual em 2016 de R$ 9 milhões; Brócolis que possui 395 produtores e faturamento de R$ 8 milhões; Rúcula, com 300 produtores e faturamento de R$ 7 milhões e o Espinafre com 308 produtores e um faturamento anual de R$ 6 milhões.
Um dos objetivos da Firjan nos últimos anos, sobretudo com a elaboração do Mapa do Desenvolvimento do estado, é transformar o Rio de Janeiro no melhor ambiente de negócios do país. Para isso diversas propostas foram organizadas em cinco temas que sustentaram o desenvolvimento de planejamentos para o Rio: Sistema Tributário, Mercado de Trabalho, Infraestrutura, Gestão e Políticas Públicas e Gestão Empresarial. Os quatro primeiros temas refletem as principais necessidades dos empresários e da sociedade em relação ao ambiente de negócios no estado do Rio e no Brasil. O quinto tema representa o compromisso da indústria do Rio para a melhoria do ambiente de negócios, promovendo investimentos em inovação e produtividade, aprimorando seus processos de gestão e governança e atuando de forma sustentável, tanto nos aspectos econômicos quanto sociais e ambientais.
Na base do Mapa do Desenvolvimento estão a articulação institucional, a mobilização empresarial, serviços SESI, SENAI e IEL, além da elaboração de estudos e posicionamentos, que reforçam a forma pela qual o Sistema FIRJAN atua. O esforço de mobilização, não apenas na formulação das propostas, confere legitimidade e força às suas ações. Principalmente porque grande parte das propostas dependerá da execução do setor público, como as medidas a serem adotadas pelos poderes Executivo e Legislativo federais, estaduais e municipais. Engajamento e mobilização empresarial, aliados ao rigoroso embasamento técnico que sempre marcou a atuação do Sistema FIRJAN, serão as ferramentas fundamentais para a articulação institucional que atrairá o avanço proposto e esperado pela indústria do Rio de Janeiro.