Obra de pintura contratada a uma empresa do Rio de Janeiro em 8 de novembro passado, ao custo de R$ 195.355,35, a reforma da prefeitura está parada. Iniciada em 31 de janeiro, com prazo para terminar em final de abril, conforme informado em placa plantada nos jardins do palácio Teresa Cristina, a reforma que deveria ter ficado pronta só não se pode dizer que está parada porque um operário foi visto nesta quarta-feira, 11, andando no matagal que virou o telhado, depois, claro, que a paralisação do serviço foi denunciada na Câmara de Vereadores.
Segundo a placa, o contrato de “fornecimento de mão obras e material para pintura e fachada e recomposição de telhado da Sede Administrativa atual da Prefeitura”, firmado com a empresa carioca, prevê a “recomposição do telhado, a remoção da pintura antiga de paredes e das esquadrias de madeira de portas e janelas, substituição de telhas quebradas, eliminação de pontos de infiltração, limpeza e isolamento do telhado”. Ou seja, uma modesta reforma, como tantas outras feitas pelos governos passados. Reforma meia bomba aliás, e programada para ser feita fora de época porque o telhado, origem principal da deterioração do prédio, sofreria interferência no período das chuvas, que terminou em abril, quando o trabalho deveria ter sido entregue, com a “troca de telhas” quebradas, como foi feito em praticamente todas as demais reformas, em vez de ser substituído o madeirame e todo o telhado, com a necessária rediagramação da cobertura e a sua imprescindível impermeabilização.
Feita com recursos próprios, a prefeitura teve a construção iniciada em 1927, durante a gestão do prefeito Euclydes Machado, delegado de polícia e banqueiro, sócio do banco Therezopolis, que a inaugurou em dezembro de 1929, último mês de seu governo, quando já estava eleito para sucedê-lo o engenheiro responsável pela obra, Nestor Pinto, único prefeito negro de Teresópolis e um dos primeiros do Brasil. Parcialmente pronto, com parte sem ser erguida, e com apenas alguns cômodos próprios para utilização, o prédio da prefeitura funcionou por dezesseis anos em estado precário até que, 13 prefeitos depois, o prefeito nomeado Roger Malhardes retomou a construção, em 1946, parcialmente pronta ao fim de seu primeiro mandato como prefeito eleito, em 1954, obra que teve bom andamento, também, durante o tempo de José Jannotti prefeito, entre 1947 e 1950, alcançando, ainda, alguns detalhes da construção, os governos Flávio Bortoluzzi, Omar Magalhães e Waldir Barbosa Moreira, que cuidou do pátio e jardins.
Além de abrigar a chefia do poder executivo municipal, o prédio da prefeitura foi também sede da Câmara Municipal entre 1930 e 1969, abrigando ainda o Fórum, o Tiro de Guerra, o Cartório Eleitoral e diversos outros órgãos do estado com representação no município. Chamado “Palácio Cor de Rosa” pela sua cor, o prédio receberia o nome de Palácio Teresa Cristina pela Lei 0680, de 15-04-1970 e seria tombado pela Lei Orgânica Municipal.