Foi realizada pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) uma consulta pública sobre o Projeto de Lei 3.209/20, que sugere a criação de uma nova unidade de conservação do Estado do Rio, o Monumento Natural Estadual (Mona), da Serra da Maria Comprida, em Petrópolis, na Região Serrana. A proposta surgiu de moradores da cidade, ecologistas e montanhistas em reunião da Frente Parlamentar Ambientalista da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), presidida pelo deputado Carlos Minc (PSB), que é autor do projeto. Segundo Minc, a preocupação do grupo é preservar sítios geológicos, costões rochosos e nascentes, além de garantir ecoturismo sustentável e fazer corredor florestal com outras Unidades de Conservação. "Esse projeto não implica em desapropriação, mas permite várias atividades que combinem preservação, sustentabilidade, empregos verdes e usufruto da paisagem", explicou.
O parlamentar também ressaltou, durante a Live, transmitida pelo Inea, que serão incorporadas ao texto, as sugestões apresentadas no encontro e que o Município tem a ganhar com a sanção do projeto. "Petrópolis poderá ganhar até R$ 200 mil por ano, por conta do ICMS verde. Além disso, nós vamos garantir um recurso na Lei Orçamentária Anual (LOA) para implantar a parte de sinalização do projeto, por exemplo. Queremos garantir que uma vez criada a unidade ela seja passível de receber recursos e de se manter", observou Minc.
O Mona
A proposta de criação do Mona abrange cerca de nove mil hectares, que envolvem os distritos de Cascatinha, Itaipava e Pedro do Rio, na Cidade Imperial. Na região existem, pelo menos, 22 montanhas. A mais alta é a Pedra da Maria Comprida, com 1.926 metros de altitude. Caso a unidade seja criada, será de responsabilidade do Instituto Estadual do Ambiente, fiscalizar e manter a unidade de conservação em funcionamento. Para o projeto de criação, o Inea realizou estudos sobre toda a biodiversidade encontrada na região e foram identificadas aproximadamente 640 espécies de plantas, sendo 239 espécies endêmicas (que só existem no Rio de Janeiro), e, destas, 193 apresentam algum grau de ameaça, segundo o instituto.