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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Rio Príncipe continua assoreado e representando perigo

Moradores da Posse questionam abandono de obra e promessa de investimento para a região

Marcello Medeiros

O recomeço do período de chuvas fortes é motivo de preocupação para muitos teresopolitanos, principalmente para aqueles que residem nas chamadas áreas de risco. E para quem vive em regiões afetadas pela maior catástrofe ambiental do país, não é preciso estar residindo em áreas de encostas ou margens de cursos d´água para ficar sem dormir nos momentos de temporal. Um desses exemplos é a região entre Campo Grande, Posse e Cascata do Imbuí, onde até condomínios de altíssimo luxo foram devastados pela força da água. E não bastassem as lembranças da madrugada de 12 de Janeiro de 2011, os moradores dessas localidades têm ainda outro motivo para ficarem ainda mais preocupados: O Rio Príncipe está assoreado e as passagens abaixo das pontes obstruídas, fazendo com que qualquer chuva seja motivo de desespero.
Um exemplo aconteceu na segunda-feira, quando o pequeno rio rapidamente tomou grandes proporções. Mas o que chama a atenção não é que o volume d´água e sim que a faraônica e questionável obra realizada pelo Instituto Estadual do Ambiente há anos está abandonada, não recebendo nenhum tipo de recuperação ou melhoria após ser considerada entregue, mesmo com dezenas de pedidos feitos pelas associações de moradores daquela região.
Após o temporal de quase sete anos atrás, o pequeno curso d´água ficou extremamente assoreado e tomado também por restos de imóveis afetados pela enxurrada. Todo material foi retirado, algumas pontes reconstruídas e, posteriormente, teve início a polêmica obra do INEA. O rio foi canalizado. Transformado em uma espécie de grande canaleta em vários pontos, ignorando os danos ambientais contra diversas espécies de fauna e flora que vivem no fundo e margens de um curso d´água. Tal serviço causa também o aumento da velocidade da água, aparentemente resolvendo o problema nessas localidades, mas aumentando o risco nos bairros seguintes. Nos pontos onde não houve a concretagem, as laterais e fundos receberam grandes pedras e telas. Ou seja, em nenhuma das opções é viável um serviço de drenagem eficiente. 
“Fizemos várias cobranças junto ao Inea em relação ao abandono do rio, de serviços que ficaram por fazer e áreas que consideramos mal feitas, como o estreitamento das pontes para a passagem da água. Algumas foram feitas com concreto, outro com gabião e nessa área próxima à igreja de São Sebastião, pedra e areia… Não entendemos. Queremos uma resposta do Inea. No ano passado estivemos com o então vice-presidente, que ficou de dar uma resposta, mas até agora nada. Temos outra tragédia, pois do jeito que está qualquer chuva normal é capaz de causar algum problema”, relata Louis Capelle, nascido e criado no bairro da Posse e parte da Associação dos Moradores.

Promessa de investimento
Anunciado como substituto ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), conhecida política do governo Dilma e Lula, o “Avançar”, do governo Michel Temer, tem previsão de investimento em R$ 5,91 bilhões do orçamento da União para retomada de obras públicas em diversas áreas do estado do Rio de Janeiro. “Cerca de um terço deste valor, equivalente a R$ 2 bilhões, será desembolsado até dezembro de 2018 e, dentro dessa previsão para os próximos meses, Teresópolis deve receber R$ 20 milhões – em um total de R$ 151,7 milhões havendo a continuidade do governo atual”, destacou O DIÁRIO em julho passado. Na ocasião, nossa reportagem também mostrou que, apesar da aparente boa notícia, tais recursos estavam sendo programados para apenas uma obra no município e, ainda assim, pelo que se sabe da região, nem é possível tamanho investimento diante do resultado do trabalho realizado a partir de 2011 e abandonado pouco tempo depois. 

Mais chuva e acompanhamento
De acordo com Secretaria Municipal de Defesa Civil, entre sábado e segunda-feira o maior acumulado havia sido registrado no Caleme, com 52mm. Nenhuma sirene foi acionada ou ocorrência registrada, mas como a previsão é mais chuva para os próximos dias, o órgão mantém estado de atenção. A Defesa Civil Municipal informa ainda que funcionam em Teresópolis 29 Núcleos de Defesa Civil Comunitários, atuando em 33 bairros com 473 voluntários. Em 2017, nos últimos dois meses, foram formados cerca de 200 voluntários e existem cerca de 120 pessoas aguardando o início dos treinamentos. Funcionam 26 estações de alerta e alarme, sendo 24 na zona urbana e duas no Segundo Distrito.
Além do trabalho da Defesa Civil, existem pluviômetros e réguas de rio do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, que mantém 20 estações no município, e mais cinco do mesmo tipo de responsabilidade do Instituto Estadual do Ambiente (INEA).
Para acompanhar os alertas em tempo real, ter acesso aos pluviômetros,  radares e satélites,  basta baixar o aplicativo *ALERTASDCT, disponível no Google Play Store para plataformas ANDROID,   ou através do link direto http://app.vc. vc/alertasdct para as demais plataformas. Para quem preferir acessar via internet, a opção é o Blog da Defesa Civil no endereço dcteresopolis.blog.br ou via Facebook (facebook.com/dcteresopolisefesacivil.teresopolis). 

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Edição 23/11/2024
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