Marcello Medeiros
O final da noite da Véspera de Natal e o início da madrugada da data que deveria ser apenas de alegria e confraternização acabaram sendo de preocupação para pedestres, motoristas e outros elementos envolvidos no trânsito por conta da ação de bandos de motoqueiros em Teresopolis. Reunidos para o que chamam de “rolezinho”, eles, foram, mais uma vez, muito além de dar um passeio com suas motocicletas, o que seria prazeroso até levando-se em conta o espírito natalino. O que se viu foram grupos utilizando motos sem placas e outros acessórios de segurança, apostando corrida e fazendo manobras em via pública, portanto cometendo crimes e infrações de trânsito, além de colocar em risco pessoas que nada têm a ver com o gosto pelo desrespeito ao próximo e à legislação. Tais bandos foram vistos nas zonas urbana e rural, com as forças de segurança conseguindo retirar de circulação algumas motocicletas que teriam sido utilizadas nessa errônea prática – que ocorreu em diversas cidades do país. Nesta terça-feira (26), a reportagem do Diário conversou com a autoridade policial do município para saber mais sobre a implicação legal para quem se envolve nesse tipo de situação. De acordo com o Delegado Marcio Dubugras, não se trata apenas de desrespeito às normas de trânsito: configurada a reunião com tal intenção, o que se confirma facilmente através dos telefones celulares recolhidos com os autuados, por exemplo, eles podem ser autuados por formação de quadrilha.
“Esses motoqueiros que ficam se juntando para fazer manobras, empinar moto, correr, praticar rachas em via pública, no nosso entender, configurando que se juntam para esse tipo de atividade, podem entrar na formação de quadrilha. Quando há intenção de se juntar para cometer delitos, é formação quadrilha, todos podem ser presos e sem direito a fiança, com as motos apreendidas e colocadas em leilão”, explica Dubugras.
O Delegado atenta ainda para a mudança recente na Lei que deixa ainda mais rigorosa a sanção para quem retira a motocicleta da placa ou modifica de alguma maneira o sinal identificador do veículo. “Foi muito benéfica essa mudança no Código Penal, está sem placa, com a placa adulterada, mexeu na numeração, raspou ou qualquer coisa do tipo, pode ser preso e pegar até seis anos de cadeia”, enfatiza.
Ainda em entrevista exclusiva ao Diário, o Titular da 110ª Delegacia de Polícia informou que irá estender a punição também aqueles que emprestam veículos para essas práticas delituosas: “Toda semana há ocorrências na cidade de acidente, causando lesões, mortes, envolvendo motos, atropelando pessoas e ruas e calçadas. A única forma de diminuir esse tipo de situação é imputando o crime, apreendendo a moto e mandando para leilão. Outra coisa que temos deixado claro é que também vai arcar o proprietário da moto que a empresta para uma pessoa inabilitada, então vai responder por crime o inabilitado e o proprietário da moto”.
Fiscalização nas ruas
A secretaria municipal de Segurança Pública, com agentes da Guarda Civil Municipal, e apoio de policiais do 30º BPM promoveram, na noite do último domingo, 24, até a manhã desta segunda-feira, 25, a “Operação Natal”, uma ação de fiscalização e manutenção da ordem pública em locais estratégicos, nas áreas urbana e rural do município. “Ao todo foram apreendidas 17 motocicletas irregulares, 16 foram levadas para o Depósito Público Municipal e uma para o pátio da 110ª DP. As ações de fiscalização seguem durante todo o mês de janeiro, com a Operação Verão”, informa a SMSP.
A “Operação Natal” teve como objetivo a identificação e fiscalização de crimes e infrações de trânsito praticadas por condutores de motocicletas, entre eles, desrespeito aos sinais de trânsito e o limite de velocidade. Com o objetivo de intensificar a coibição às violações no trânsito, principalmente com relação aos motoqueiros, a secretaria de Segurança Pública está articulando com a Polícia Militar a “Operação Verão”. Serão feitas operações de trânsito em conjunto visando unir forças para promover mais segurança e ordem, e assim evitar tragédias. A fiscalização começou no Natal e os trabalhos seguem durante todo o mês de janeiro.
Como denunciar
A GCM destaca que é fundamental o apoio da população na construção de um trânsito mais seguro, ressaltando que é possível colaborar denunciando irregularidades, como os veículos com o cano de descarga aberto, a falta das placas, ou mesmo as bandalhas, como o retorno em local não permitido, a circulação em faixas de pedestres ou calçadas, e os avanços de sinal. O cidadão pode fazer contato com o telefone da GCM que é o número 153. A ligação é gratuita e a pessoa não precisa se identificar.