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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Árvores em queda preocupam população no centro e no interior

Falta de poda pode comprometer segurança dos vizinhos e principalmente para os carros e pedestres que passam nas vias

Anderson Duarte

Cercada por três parques naturais, a cidade de Teresópolis é uma das mais arborizadas do país, mas, muitas destas árvores, por ficarem no ambiente urbanizado e sem a devida manutenção, como a poda, por exemplo, acabam representando risco de queda. De acordo com o relato de alguns moradores através das redes sociais do Grupo DIÁRIO, muitos bairros estão com árvores nestas condições e algumas prestes a cair. Dois destes relatos, um na localidade da Ponte do Madruga, no Segundo Distrito, e outro no bairro do Vale do Paraiso, são os mais preocupantes. Quando o assunto é cobertura verde no viário urbano, a cidade de Teresópolis é referência, mas a ausência de um trabalho intensivo de manutenção destas árvores acaba por gerar muitos riscos pela abundância. As duas situações encaminhadas a nossa redação mostram exemplos deste risco, já que em determinadas vias, onde as árvores de grande porte acabam apresentando inclinação considerável, a queda parece inevitável.


“Um problema que a gente vê há muito tempo, não só com esse governo agora, é que a prefeitura joga a responsabilidade da poda ou controle destas arvores para a companhia elétrica, ou seja, a Enel, mas ninguém resolve nada. Já encaminhamos muitas reclamações solicitando a execução da poda desta árvore aqui perto da nossa casa, mas nada de resposta. A situação é muito complicada, porque se ela cair, não vai avisar antes, não vai dar prazo, simplesmente vai cair e quem estiver no raio do estrago já era”, lamenta o morador do interior que alertou nossa reportagem quando nossa viatura do quadro Diário Comunidade atendia aos anseios da região. Além dos problemas relacionados as quedas, ainda tem outro problema sério, que a árvore que representa risco à rede elétrica, sem contar os galhos que caem sobre as residências.
“É quase um pecado, afinal é uma árvore linda, grande, mas tá na cara que necessita urgentemente de poda. Para piorar, se a árvore cair, cai na minha casa”, diz a moradora de Agriões que se sente ameaçada com o grande exemplar de uma embaúba. Ela afirma que, junto com uma vizinha, solicitou a poda para a Prefeitura por diversas vezes. “Eu até já conversei com funcionários do órgão público sobre a questão, mas, segundo eles, não tem muita estrutura para isso”, explica. A moradora diz, ainda, que ligou até para a Enel, já que alguns galhos estão em contato com a rede elétrica, e pediu urgência no serviço. “Eles vieram, fizeram um paliativo, mas para realizar a poda completa precisam que a prefeitura entre em contato com eles para fazerem ação conjunta”, afirma. Segundo ela, não há resposta positiva de nenhum dos órgãos. Segundo a Enel, a distribuidora somente realiza poda de árvores que estão próximas ou em contato com a rede elétrica, com autorização da Prefeitura Municipal. Esse processo tem como objetivo preservar a segurança da rede e garantir o fornecimento de energia, diminuindo a chance de ocorrências.

Árvores urbanas, principalmente aquelas isoladas, têm maior propensão à queda. Essa afirmação é verdadeira e tem registros científicos. Uma série de fatores corroboram para que árvores isoladas sejam mais vulneráveis, tais como: maior exposição a ventos, solos pobres e compactados que dificultam o enraizamento, copas descaracterizadas que muitas vezes deslocam o centro de gravidade do espécime, corte das raízes de sustentação para construção de passeios e outras estruturas urbanas, abalroamento por caminhões, ônibus e outros veículos. A avaliação do risco de queda de uma árvore possui incertezas, no entanto, elas tendem a diminuir com a utilização de equipamentos para avaliações não destrutivas e de tecnologias confiáveis de diagnóstico, ou seja, com base técnica e científica, que ajuda o poder público na gestão da arborização urbana. Segundo especialistas consultados por nossa reportagem, o principal gargalo tecnológico está na avaliação das raízes pelo fato de estarem enterradas. 
O estado do sistema de raízes das árvores, porém, não é apenas a razão das quedas, já que muitos exemplares completamente sadios também podem cair pela ação do vento e peso próprio, além da ausência de poda como vimos. Tecnicamente é necessário um monitoramento mais frequente e práticas de manejo, o que inclui a decisão sobre a remoção ou poda das árvores. Deve-se evitar qualquer postura ‘conservadora’, que descaracterize as árvores das cidades com podas drásticas, e cabe a prefeitura e as empresas que venham a serem contratadas para trabalhar com a arborização urbana, a utilização do melhor conhecimento e da tecnologia mais moderna para a iniciação, com urgência, do inventário de árvores da cidade, estabelecendo-se um programa de manejo preventivo, com prioridade para os bairros com arborização mais antiga, as avenidas e os locais com grande concentração de veículos e pessoas, entre outros critérios.

 

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Edição 23/11/2024
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