Luiz Bandeira
Nesta segunda-feira, 13, foi comemorado o Dia de Santo Antônio, uma data importante para o catolicismo brasileiro e ainda mais para Teresópolis, visto que é um dos padroeiros no município. Muito popular no Brasil e em Portugal, esse santo é cercado de simpatias e tradições, sendo conhecido como o “santo casamenteiro”. A data é para homenagear o dia de sua morte, que ocorreu em 13 de Junho de 1241. A relação do santo com Teresópolis vem de quando nessa região existia um pequeno povoado denominado Freguesia de Santo Antônio do Paquequer. A primeira igreja matriz da então freguesia foi criada em 1855, na antiga Rua Bragantina, localizada em frente de onde hoje temos a Praça Nilo Peçanha, no Alto. Em 1934 foi construída pela família Sloper, em estilo nórdico, uma nova igreja dedicada ao Santo Antônio, na avenida principal do bairro. O aumento das celebrações e no número de devotos estimulou a adequação do templo que hoje conta com amplo e moderno centro de celebrações.
A equipe do jornal O Diário e Diário TV conversou o pároco da matriz de Santo Antônio, Padre Renato Andrade, entre fiéis que prestigiavam o almoço do padroeiro, nesta segunda-feira, 13. “A nossa festa começou no dia 31, fizemos a trezena de Santo Antônio, estamos aí então há duas semanas em festa, todas às noites um padre convidado veio aqui partilhar um tema, fazer uma pregação e as cantinas funcionando, as barraquinhas, desde o dia 31 de maio, e hoje coroando com esse grande dia, feriado da nossa cidade. Santo Antônio é um santo popular no mundo inteiro. Nasceu em Lisboa, morreu em Pádova e aí fica a briga entre portugueses e italianos de quem é o santo, mas é um santo nosso, é um santo da igreja que desde o século XII, com seu testemunho de fé, sua pregação, encanta o coração das pessoas e sobretudo os seus milagres diante de Deus, pedindo por nós”, pontuou.
A festa que antes tomava as ruas do bairro, agora está limitada ao espaço do pátio e ao salão de eventos da igreja
Uma das festas juninas
A festa de Santo Antônio tem relevância cultural para o brasileiro, que encontra nas celebrações juninas uma oportunidade de reverenciar os santos venerados no mês de junho, Santo Antônio, São Pedro e São João, e de manifestar a cultura caipira. Atualmente a festa do padroeiro de Teresópolis é limitada à área da igreja, mas por muito tempo a festa era muito frequentada e ocupava ruas do Alto com barraquinhas que vendiam produtos diversos. Esse ano, apesar da limitação do espaço, não faltou evento em homenagem a Santo Antônio, como aponta padre Renato. “Já tivemos missas pela manhã, 8h, 11h, tem a programação para as crianças, tem o tradicional almoço. Agora à noite a última missa seguida de procissão, rezando, esse ano de uma forma especial, foi muito importante essa festa, tem sido, porque é o fim da pandemia e queremos pedir que nunca mais volte. É uma festa então não só da nossa devoção, mas uma festa de gratidão à Deus, uma festa de celebrar a vida das pessoas, perdemos tantas pessoas, por isso a nossa alegria de estar festejando Santo Antônio no dia de hoje”.
Fama de Santo casamenteiro
A fama de ser um santo casamenteiro foi atribuída após um milagre, mesmo depois da morte dele. Conforme a lenda, uma moça de Nápoles queria se casar, mas não tinha o valor do dote, que como de costume na época, a família da noiva deveria entregar à família do noivo. Foi então que a mulher teria recorrido a Santo Antônio. A divindade teria aparecido e lhe dado um bilhete que deveria ser entregue a determinado comerciante. No bilhete estava escrito que o trabalhador desse à moça moedas de prata equivalentes ao peso do bilhete. Julgando irrisório o peso do bilhete, o comerciante aceitou, mas, quando colocou o bilhete num dos pratos da balança, foi preciso que se colocasse no outro 400 escudos de prata. O comerciante logo se lembrou o que havia prometido a Santo Antônio no mesmo mês.
