Luiz Bandeira
Teresópolis cresce a uma proporção muito maior que os investimentos feitos nos últimos anos em infraestrutura. O centro urbano do município já demonstra a necessidade de um plano para adequar e melhorar o que já existente e carece de um projeto de expansão que atenda ao crescimento urbano atual. O trânsito inchado, o desgaste das vias públicas, o transporte lotado, o deslocamento maciço de estudantes e trabalhadores, a concentração de empresas no Centro, são só alguns dos problemas que o aumento demográfico provoca. Se fosse observado o plano diretor do município, que projeta um crescimento mais distribuído por toda a cidade, entendendo que grandes concentrações de pessoas precisam ser amparadas por investimentos na mesma proporção em infraestrutura. Depois disso haveria margem para se investir recursos do município em outras áreas. Mas, atualmente, é urgente que se faça um levantamento de como anda a rede que coleta água de chuva nos bairros e na região central, sobretudo com o aumento de edificações com muitas unidades habitacionais, que impermeabilizam o solo, levando muito mais água para as galerias construídas há muitos anos para uma cidade bem menor. Este ano, com as chuvas de Verão alguns problemas vieram à tona, o mais constante e que exigiu um trabalho mais minucioso da Secretaria de Serviços Públicos é o alagamento do Parque Regadas, na esquina com a Rua Manoel Madruga, na Várzea. Toda vez que chove um pouco mais forte acontece alagamento que ultrapassa o limite da rua, invade a calçada e impede a passagem de pedestres, colocando ainda em risco o comércio.
Buscando solucionar o problema, no final da última semana máquinas da Secretaria de Serviços Públicos começaram a escavar até a tubulação da galeria para achar o quê vem causando esses alagamentos, aparentemente apenas bueiros entupidos. Porém, o que se descobriu é que o problema é muito mais complexo do que se imaginava. Nesta segunda-feira, 17, O Diário conversou com o secretário da pasta, Davi Serafim, para saber o que está causando os alagamentos. “A gente começou aqui, a princípio, uma análise de ralo, próximo a restaurante, que deveria ser um entupimento simples, que a gente encontra no dia-a-dia, acabou que a gente foi abrindo a rua e achando que a água não estava indo, até no ponto de ônibus do lado do antigo parquinho Filadélfia, ali em frente o Extra, alagando. E aí a gente descobriu que esse problema do alagamento é de uma antiga galeria que passa em baixo do prédio ao lado do parquinho, que está rompida e obstruída”, destaca Serafim.
Uma equipe de 12 servidores está trabalhando duro e manualmente, pois não há a possibilidade de acessar com a máquina retroescavadeira. “Está sendo um trabalho árduo, complicado, mas vai solucionar isso daqui de uma vez por todas. Nós temos lá, (na margem do Rio Paquequer), uma manilha de diâmetro de um metro e cinquenta, que está saindo, pra entender melhor, como se fosse um tubo de 100mm. Então ela está totalmente obstruída debaixo do prédio, onde ela cedeu e ali, já está sendo feita uma nova galeria pra evitar esse problema e não vai acontecer mais isso”, destacou o secretário.
Gordura na tubulação
Informações que chegaram através das redes sociais davam conta de que a obstrução da galeria era provocada por excesso de gordura despejado inapropriadamente por restaurantes da região. Questionamos ao secretário se essa informação procedia. “A gente também veio nesse primeiro momento com essa informação, imaginando que pudesse ser logo no ralo. Entupir uma galeria de um metro e cinquenta com gordura é muito difícil, entope diâmetro menor. A gente fez a limpeza aqui, pouquinha coisa de gordura e não foi isso que aconteceu não”, descartou Davi.
Previsão de conclusão
Agora com um diagnóstico mais preciso do problema, a Secretaria de Serviços Públicos já trabalha com um prazo para o término do reparo. “Vai levar uma semana. Nós estamos com uma equipe grande ali agora, trabalhando firme pra quando finalizar lá a gente vir aqui e fechar, porque a gente tem que vir desentupindo de lá (da margem do Rio Paquequer) pra cá (Parque Regadas), para fazer o serviço de uma vez por todas”, garantiu o secretário de Serviços Públicos do município.
Trabalho nas galerias
Nossa equipe perguntou ao secretário se há um plano para reparar outras galerias danificadas, ao que ouvimos dele que, “o prefeito já nos determinou e a gente já está trabalhando um ano e pouco com a limpeza de ralo, é um trabalho diferenciado que nunca teve no município, você pode observar que nessas chuvas aí a Rua Carmela Dutra não encheu, onde eram pontos que sempre enchia, a Manoel José Lebrão não encheu, então é um trabalho que a gente já vem fazendo de prevenção. Infelizmente esse caso aqui é uma situação, um fato atípico que não é corriqueiro encher aqui e deu esse problema, então a gente já tem feito esse trabalho, o prefeito já está com o planejamento de trocar toda e extensão da galeria da Rua Manoel Madruga, da Rua Tietê, no Bairro de Fátima, como outras ruas que sempre tiveram esse problema de alagamento devido às construções, a cidade cresceu muito e vem crescendo e a nossa rede, que está debaixo da terra, costumo dizer que é obra que ninguém vê, essa rede é muito antiga, então agora a gente já está com o plano de trocar toda a rede”, ´pontuou Davi Serafim.