Secretária de saúde, Clarissa Guita foi a entrevistada do programa Hélio Carracena, da Diário TV, nesta quinta-feira, 9, quando respondeu também perguntas feitas pelos telespectadores. No cargo há dois meses, substituindo Antônio Vasconcellos, Clarissa montou nova equipe e tem procurado dar nova cara à secretaria, experimentando a transição do fim da primeira fase da pandemia para a volta dos casos, situação que é inédita e depende de atenção para que o atendimento à população seja eficiente.

Nascida em Teresópolis, onde estudou e se formou médica pela FESO, filha de médica, Clarissa já atuou como chefe de equipe no HCT, foi médica reguladora da secretaria de saúde e coordenadora de regulação médica por dois anos e meio, condição que a ambienta bem no meio que o governo pretende dela as necessárias transformações. Disse que tem procurado resolver os problemas emergenciais da Saúde, como é o caso da pediatria, e tem como meta a reabertura do hemonúcleo, que depende de chamamento de empresas; realização de mutirões de cirurgias eletivas represadas; e ampliar o atendimento nos PSFs, para melhorar a saúde de base, desafogando os hospitais e a Upa. Agradecida ao prefeito pela oportunidade de estar à frente da Secretaria de Saúde, enalteceu a boa relação com o governo do estado, que tem sido um grande parceiro do município. Quanto às provas de que a saúde vai melhorar, informou a contratação de mais médicos, nas especialidades de endócrino, cardio, vascular e otorrino, e na abertura de novos espaços de atendimento, como o Centro de Especialidades, que será montado na antiga clínica da Feso, prédio que foi adquirido pelo governo do estado e repassado ao município.

“Quando assumimos, havia uma sensação de que a pandemia havia passado. Mas ainda vivíamos a realidade complicada por conta das consultas e cirurgias acumuladas, algumas dívidas com hospitais, por conta de atrasos de repasse, dos PSFs com poucos médicos, sem contar a questão da pediatria, que dependia de pronta solução.”

Aumento de casos

“Vivemos uma nova onda de Covid, que contamina muito, mas com menor gravidade dos casos. Temos seguido à risca as notas técnicas do Estado, a última de número 183, que justamente confirma a virulência alta mas com pouca gravidade, tanto que os pacientes positivos estão internados por outros casos de doença. Pacientes internados por Covid apenas, só tivemos dois. Até agora, apesar de estarmos alertas, não temos mais os quadros respiratórios preocupantes ou graves, necessidade de oxigênio ou aparelhos. A maioria é de poli sintomáticos, sendo a Covid uma doença secundária. E essa não gravidade se dá justamente porque a maioria dos casos são de pessoas vacinadas, com as doses em dia, inclusive, e se explica a não gravidade porque a vacina não impede que peguemos a Covid, mas impede que o quadro se agrave.

Vacinação

“A Covid veio para ficar, e a vacina também. Agora, com espaços até menores entre uma aplicação e outra, não importando a marca. Hoje, estamos vacinando a dose 4 em pessoas acima de 50 anos ou mais e os profissionais de saúde. As demais doses, a vacinação é a todo momento nos postos, e sem dificuldades, sendo que em alguns postos, para não misturarmos o público, quando vacinamos crianças não são vacinados os adultos, porque as crianças dependem de observação. Nesta quarta-feira, por exemplo, foram 700 doses 4, num total de 1 mil aplicações, demonstrando o interesse pela vacina, com boa aceitação.”

Painel Covid

“Estamos atualizando o painel com doses e testes, não mais com leitos, como antigamente, porque não existe a necessidade, conforme a nota técnica da secretaria estadual. Não tem mais o painel de risco porque não condiz com os casos de Covid atualmente, é o que diz a nota técnica.
E não temos mais leitos Covid no município. Os pacientes com Covid apenas aguardam o período de isolamento na Upa para então serem direcionados aos hospitais, para cuidar do seu outro caso de doença, sua causa básica.”

Transferências

“Temos um paciente transferido para a Fiocruz e outro para o hospital Ricardo Cruz. São pacientes em quadro grave, por outras doenças, e que precisam ser regulados pelo Estado. São pacientes renais, ou outras comorbidades. É uma situação ruim para a família, mas estamos buscando humanizar esse atendimento, com informações, suporte às famílias, para minimizar esse transtorno.”

Pediatria

“Assim que assumimos, levamos as demandas de urgência ao prefeito e obtivemos autorização para contratação de mais profissionais na Beneficência Portuguesa. Eram dois médicos, colocamos mais um e depois mais um, normalizando o atendimento. Retornamos com a pediatria no Eithel, com dois pediatras e temos pediatria também no interior, em Bonsucesso. A Bené atende as 24 horas e o Eithel de 8 às 20h, de domingo a domingo.”

Mais Médicos

“Existe uma sobrecarga de pacientes na Upa, onde atendemos cerca de 20 a 30 por cento de pacientes de outros municípios e os postos de saúde estão com atendimento precário. A Upa não é hospital mas funciona como tal, podendo fazer a internação e tratamento, melhorando o atendimento da saúde. Com relação aos postos, estamos contratando 16 médicos, 25 técnicos e 17 enfermeiros e vamos contratar mais gente. Assim, o atendimento nos PSFs voltará a contento, essa é a determinação do prefeito.”

Mais cirurgias

“A pandemia represou muitos atendimentos e cirurgias eletivas voltaram a ser feitas, reduzindo a fila. O problema são os pacientes vasculares e então devemos habilitar o hospital São José para melhorar esse atendimento. Vamos habilitar também a cirurgia cardíaca no Hospital das Clínicas, e os pacientes não dependerão mais de transferências para outras cidades. Cada um com seu perfil, os três hospitais locais tem estreitado bastante o relacionamento com a secretaria de saúde e isso tem promovido uma melhora no atendimento.”