Após o governar Wilson Witzel anunciar na noite da última quarta-feira, dia 19, que as aulas presenciais têm data para serem retomadas, muitos pais ficaram apreensivos em Teresópolis por conta da situação da pandemia em Teresópolis que apresenta números cada vez maiores. De acordo com decreto do governo estadual, a rede particular pode retornar a partir do dia 14 de setembro, e a pública, inclusive nas unidades de ensino superior, no dia 5 de outubro, mas essa é apenas a autorização e cada município terá a autonomia para decidir os procedimentos que serão adotados.
A medida vale apenas para regiões que permaneçam em baixo risco de contaminação pela Covid-19 por, no mínimo, duas semanas seguidas antes da data prevista para a abertura. Haverá uma limitação de funcionamento de apenas um terço da capacidade das unidades escolares.
Em Teresópolis, apesar de o prefeito Vinicius Claussen ser do mesmo partido do governador Wilson Witzel, o PSC, e adotar com frequência as mesmas ações, a Secretaria Municipal de Educação garantiu que ainda não existe data para retorno. De acordo com o que foi informado através de nota oficial, somente após um debate com a comunidade escolar é que as datas de retorno das aulas presenciais serão definidas.
Deverá ser criado um grupo com representantes das áreas da Educação e Saúde para discutir detalhes sobre os procedimentos e a data será definida em conjunto ao Gabinete de Crise da prefeitura.
Muitos pais se manifestaram nas redes sociais contra o possível retorno em Teresópolis e ameaçam não levar os filhos mesmo que as aulas recomecem com medo da contaminação. Quem também já havia se pronunciado contra o possível retorno foi o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teresópolis (SindPMT) que alertou para os números de contaminação que só aumentam e que as unidades escolares não tem estrutura para promover a prevenção adequada, mesmo com a restrição de atender somente uma parte dos alunos presencialmente.
“Enviamos uma recomendação para a Educação porque a gente não aprova esse retorno às aulas. Não adianta colocar essas crianças todas dentro de sala, seja pública ou particular. Acho que o índice de contágio vai aumentar muito com essas crianças todas juntas, seja da forma que for, mesmo reduzindo turma ou não. Isso vai cair nas costas do professor e ele não vai aguentar porque tem contato direto com essas crianças e o primeiro culpado vai ser o professor de não ter tomado conta do uso da máscara, de não terem passado álcool em gel, fora a preocupação com o espaço físico e dos pais de mandarem os filhos para a escola. Não é o momento de retorno”, afirmou Kátia Borges, presidente do SindPMT em reportagem recente sobre o tema.
Confira na íntegra a nota oficial da Secretaria Municipal de Educação:
“A Secretaria Municipal de Educação de Teresópolis informa que Teresópolis possui sistema próprio de ensino e, por conta disso, não está subordinado ao que indica o decreto estadual que determina datas para retorno as aulas presenciais. O município possui autonomia neste aspecto.
A SME ressalta que está debatendo com a rede de ensino e com a comunidade escolar as condições de retorno das aulas presenciais, sem data definida. Neste processo de construção coletiva e de transparência, será criado brevemente o Grupo Intersetorial, com representação da área educacional, da saúde e da comunidade escolar, para discutir os detalhes do retorno, porém frisando que ainda não há data para a volta às aulas presenciais. A definição das condições de retorno será dada pela Área da Saúde e pelo Gabinete de Crise. A Secretaria Municipal de Educação de Teresópolis informa ainda que, considerando as diferentes realidades dos 92 municípios do Estado do Rio de Janeiro, a UNDIME agendará reunião entre os secretários municipais e a Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro a fim de avaliar o impacto do decreto estadual nos diversos municípios”.