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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Seis anos de Vinícius Claussen na Prefeitura de Teresópolis

Entre as promessas feitas, nem mesmo a de doar os salários Vinícius cumpriu, fazendo do cargo de prefeito meio de vida

Wanderley Peres

Longe do povo, seis anos atrás, em 3 de julho de 2018, em evento vip, com cerca de 200 convidados ilustres, o prefeito Vinícius Claussen tomava posse da Prefeitura de Teresópolis no Espaço Cultural Higino, no bairro do Alto, quando reuniu em seu entorno autoridades do Executivo, Legislativo e Judiciário, empresários, convidados de vários municípios, além de servidores públicos e pessoas que rumaram ao bairro para cumprimentar os novos gestores municipais.
Ao arrepio do costume tradicional, que é realização da posse do eleito em evento solene no prédio da Câmara Municipal, a sessão oficial de posse e de transmissão de cargo em espaço neutro, bem demonstrou o descaso de Vinícius com o poder Legislativo. Fato inédito na história do município, a exigência provocou espanto, mas não indignação, não percebendo de pronto, os vereadores, quase todos presentes, as motivações para a festa de recepção, em terreno alheio, que organizaram para receber o prefeito: se não fosse pela repulsa ao povo, por óbvio estava a repulsa à Câmara, com quem logo que assumiu o mandato iniciou processo de distanciamento, desprezo que só aumentou, sendo necessário barganhas inconfessáveis para não ver-se cassado ao longo dos anos, e mesmo ter o mínimo necessário para o funcionamento do governo aprovado pelos vereadores que sempre desprezou, àqueles que não submeteram às suas vontades.

FESTA DE GALA NO HIGINO, PARA A POSSE DO PREFEITO: Eleito com 22 votos a mais que o segundo colocado, Vinícius foi o único prefeito a tomar posse do cargo fora do paço municipal


Na posse, sem enaltecer a importância da relação que teria, ou não, com os vereadores que haviam sucumbido aos seus desejos, de sair de casa para fazerem recepção em casa alheia, “o novo prefeito falou aos presentes sobre o processo que o levou, junto com o seu vice, à prefeitura. Falou ainda das medidas que já vem trabalhando desde o resultado da eleição, como a reunião que teve em Brasília com o Ministro da Saúde, que prometeu trazer recursos para a cidade. Segundo Claussen a questão da Saúde Pública é uma das maiores prioridades da sua gestão. “Em breve receberemos a visita técnica do secretário nacional de Saúde, Rogério Abdala, que fará um planejamento estratégico de gestão para tirarmos a saúde da UTI. Até o fim do ano teremos uma saúde que faça a diferença e a população mais satisfeita com o serviço público. Todos os nossos secretários estão comprometidos com isso. É a força de um time que ama a cidade e a força dos teresopolitanos que efetivamente vão mudar o rumo da nossa história. Conto com a ajuda de todos”, é o que disse, conforme o site da Prefeitura.
Repetindo o prefeito, que em certo momento foi ovacionado pelo secretariado com hurras e gritos de “hero”, herói, pela vitória conquistada sobre a “Velha Política”, e por ter reunido um secretariado que tinha condições de “administrar o Estado do Rio de Janeiro”, o vice-prefeito, Dr. Ari, enalteceu o time de secretários reunidos para governar a cidade, em número de 16, que foram a 21, e dos quais apenas quatro continuaram até o final. “Estamos com um time unido, competente e também temos que contar com os servidores da Prefeitura. Temos de levar alegria para que o município saia do negativismo e pare de pensar que nada vai dar certo. Esse é um passo imenso para qualquer gestão”, disse.

“Não é bem assim”. Prefeito até hoje não apresentou documentos onde proba que salários foram doados

ATÉ A “DEVOLUÇÃO” DOS SALÁRIOS ERA MENTIRA

Além das promessas não cumpridas, principalmente na área da saúde, por ser o vice-prefeito médico e, na gestão, porque o eleito seria bom administrador de seus negócios particulares, nem mesmo a promessa de devolver os salários os dois cumpriram. Se Vinícius Claussen e Ari Boulanger tivessem cumprido a promessa, sabidamente eleitoreira, teriam devolvido cerca de R$ 2 milhões e 72 mil ao longo dos seis anos de governo que completa nesta quarta-feira, 3, porque prometeram trabalhar de graça, e publicar no Portal da Transparência o destino do dinheiro doado, conforme documento que divulgaram como propaganda política, para ganhar a eleição.
“Destinaremos a integralidade dos salários líquidos mensais a que teremos direito de receber, por todo o mandato de prefeito e vice-prefeito, respectivamente, a instituições de caridade, a nós indicadas, conforme a necessidade, fazendo constar do portal da Transparência e do Diário Oficial do Estado esse ato voluntário. Tal declaração se dá de forma irrevogável e irretratável, uma vez que entendemos que os cargos de prefeito e vice-prefeito não são empregos e sem profissões, e que devemos servir ao povo e à nossa cidade com quem efetivamente a ama”, firmaram os dois em documento registrado em cartório no dia 30 de maio de 2018, faltando três dias para a eleição extemporânea de 3 de junho daquele ano.

Posse para convidados no Higino e com transmissão pelas redes sociais

Entre os 49 prefeitos que Teresópolis já teve, Vinícius é o quinto a ficar por mais tempo

Desculpando-me com o ex-prefeito Celso Dalmaso pela comparação, por também ter ficado no cargo por seis anos, quando fez grandes obras na cidade e manteve boa a organização municipal, os 2.190 dias de caos com Vinícius à frente da Prefeitura de Teresópolis faz dele o quinto prefeito por mais tempo no cargo entre os 49 prefeitos que o município teve desde a criação da Prefeitura, em 1913.

Vinícius acumula, ainda, o título de “pior prefeito da história”, pelos motivos que não carece publicar, porque as obras então existentes, e destruídas, são muitas e nenhuma obra de vulto foi feita, e provam bem essa realidade o que se ouve nas ruas.

Em tempo de casa, Vinícius é superado por Mario Tricano, que foi eleito para cinco mandatos de quatro anos (em 1989, 1996, 2000, 2012 e 2016), ocupando o cargo por cerca de 12 anos; Roger Malhardes, que foi prefeito nomeado por dois períodos entre 1945 e 1946, totalizando 1 ano e 9 meses, e eleito para dois mandatos, entre 1951 e 1954 e 1973 e 1976, totaliza 9 anos e 9 meses no cargo. E ainda o prefeito José Jannotti, prefeito por 3 anos e 9 meses entre 1955 e 1958 e três anos e 3 meses, entre 1947 e 1950, total de 7 anos.

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Edição 05/07/2024
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