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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Serra de Itaipava, o “paraíso” do ciclismo de estrada na Região Serrana

BR-495 tem boa distância e inclinação, além de visuais que remetem ao famoso “Tour de France”

O “Tour de France” é a prova de ciclismo mais famosa do mundo, realizada desde 1903 e que no mês de julho atrai expectadores do mundo inteiro – atleta ou não! O grande número de etapas, a dureza das montanhas, a disputa dos “sprints” nas retas, a estratégia das equipes, a beleza de cidades não só na França, mas em países vizinhos, frequentemente visitados pelo Tour, garantem o sucesso da competição e incentivam a prática do ciclismo de estrada em todo o planeta. Em nossa região, uma das rodovias que muito bem poderia ser utilizada pelos competidores se houvesse etapas em outros continentes é a BR-495, que conecta Teresópolis a Itaipava, distrito de Petrópolis. A estrada Philúvio Cerqueira Rodrigues tem boa distância e inclinação, além de beleza cênica que não deixa nada a dever às terras europeias.
Afinal, a Serra de Itaipava, como é chamada por alguns, atravessa o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, terceira mais antiga e uma das mais importantes unidades de conservação do país. Além dos fragmentos de Mata Atlântica e formações rochosas vizinhas à rodovia, no lado de Teresópolis se avista majestosamente o Parque Estadual dos Três Picos. Quando o ciclista termina a subida e começa a descer em direção a Petrópolis, mais um pouco de Serra dos Órgãos e ao fundo a Mona Maria Comprida, recém-criada unidade de conservação que garantirá que esse belo visual continue o mesmo por muito tempo.

Boa inclinação, beleza cênica e clima de montanha… A Serra de Itaipava é o paraíso dos ciclistas de estrada

Terra do rei
São 36 quilômetros da região central de Teresópolis até Itaipava, mas muitos atletas preferem focar somente no trecho de serra. No lado teresopolitano, são quase nove quilômetros de subida. No sentido contrário, 12 aproximadamente. Além de muita beleza natural, clima de montanha e água gelada em vários pontos, com direito a uma fonte na vertente da terra de Teresa, o atleta tem grande chance de cruzar com o principal representante do ciclismo nacional, Henrique Avancini. Aliás, o morador de Petrópolis, destaque no MTB e que recentemente se aposentou das competições, é o dono do melhor tempo na subida por Teresópolis, com 22:54 e média de velocidade de 22,8 Km. Além dele, a equipe Caloi Avancini frequentemente utiliza a BR-495 para seus treinamentos.

A aproximadamente 1.400m de altitude fica o ponto mais alto, que marca o limite entre os municípios. Foto: Acervo Mochileiro/Marcello Medeiros

Tour do Rio
Nos moldes do famoso “Tour de France”, temos em terras cariocas o “Tour do Rio”, que por algumas vezes realizou etapa na Serra de Itaipava justamente pela rodovia oferecer todas as condições para a prática do ciclismo de estrada.

Tem espaço para MTB também: quem não tem bicicleta de estrada não precisa deixar de rodar na BR-495. Foto: Acervo Mochileiro/Marcello Medeiros

Só falta educação
Em setembro de 2022, tive a oportunidade de pedalar em alguns segmentos onde já foi realizado o tradicional “Tour de France”. Estive nos “cols” de Aubisque, Somport, Portalet e Marie Blanc, cruzando ainda o povoado de Laruns, que por várias vezes recebeu a famosa prova ciclística. Em relação à beleza cênica, posso afirmar que não devemos nada aos europeus. Porém, o que ainda falta por aqui e parece estar muito longe de pelo menos se aproximar são a educação e o investimento no ciclismo.
Quando falo em educação, é sobre como condutores de automotores tratam quem está em duas rodas. Na Europa, assim como no Brasil, a orientação é passar a 1,5 metros do ciclista. Porém, enquanto na Espanha, França e Andorra vi motoristas passando até o dobro disso de distância, por aqui quase fui atingido dezenas de vezes, mesmo havendo espaço suficiente para passar dois caminhões na pista.
Lá fora o ciclismo é muito tradicional, os atletas de estrada recebem salários no padrão de jogadores de futebol e o fanatismo das torcidas não só no “Tour de France”, mas em provas como a “Volta da Espanha” ou o “Giro da Itália” são impressionantes. Por aqui, temos um potencial enorme, mas ainda é preciso “pedalar bastante” para pelo menos se aproximar do que seria ideal e poderia render frutos para cidades como Teresópolis e Petrópolis, que tanta potencialidade tem e continuam deixando em segundo plano esporte, turismo e conservação ambiental.


Edição 02/05/2024
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