O lixo é um problema de todos. Ou, pelo menos, deveria ser. Afinal de contas, não é porque não lhe interessa mais que você tem o direito de deixar em qualquer lugar, causando incômodos, prejuízos e até risco de doenças para terceiros. Junte a essa história a inoperância na prestação do serviço de coleta e limpeza e crie, em diversos pontos do município, verdadeiros “lixões clandestinos”. Um desses locais onde a falta de respeito das regras básicas de convivência e o atraso na realização de serviços essenciais tem causado muitos problemas é a servidão Pastor Belarmino Teixeira Martins, no Parque São Luiz. Acessado pela Rua Arnaldo Rizzi Lippi, o local é um verdadeiro caos quando se fala no despejo de lixo de todo tipo e atraso na coleta.
Mais uma vez, recebemos pedido de ajuda de pessoas incomodadas com o grande volume de resíduos depositado diária e frequentemente no local, que dá acesso a um conjunto de residências e é vizinho a um condomínio, em uma área que não fica muito distante da região central do município. Porém, a impressão que se tem é que estamos falando de uma localidade que já faz divisa com outros municípios, onde, às vezes, os governantes fingem desconhecer a exata localização e sua responsabilidade sobre tal problema. “Já cansamos de reclamar, mas ninguém faz nada. O atraso na coleta é frequente e, com o lixo jogado no que era para ser uma calçada por vários dias, outras pessoas se vem no direito de continuar jogando ali o seu lixo. Ou seja, é um problema que tem parte de culpa da prefeitura e parte da população, que não consegue seguir uma regra tão simples que é só colocar as sacolas nos dias que o caminhão passa”, alertou ao Diário a leitora Camilla Collina, que diz diariamente se deparar com vergonhosa situação.
A culpa é de quem?
Em relação à parcela de culpa da população, ela tem bastante razão. Não é exclusividade do Parque São Luiz moradores que todos os dias depositam em portões, entradas de servidões, muros ou qualquer outro lugar o lixo que retiraram de sua residência, mesmo que o caminhão da coleta tenha acabado de passar e sua próxima visita só seja três dias depois. Nesse meio tempo, cachorros, que não tem nenhuma culpa nessa história, rasgam as sacolas em busca de algum tipo de alimento e os resíduos ficam espalhados pelas ruas, indo, muitas vezes, parar dentro de bueiros ou cursos d´água, gerando assim outro problema: o aumento do risco de alagamentos. É preciso frisar ainda que o lixo depositado por um longo período aumenta o risco de proliferação de vetores de doença, como ratos e mosquitos.
Também é comum encontrar em locais como o “lixão clandestino” do Parque São Luiz sofás velhos, armários e outros objetos que sabidamente não são recolhidos pela coleta normal e, mesmo assim, há quem acredite que tem o direito de abandonar em via pública esse tipo de material. Tal situação tem sido frequente em diversos bairros de Teresópolis, indicando que falta também um tipo de ação mais enérgica do poder público municipal para diminuir a incidência desse problema.
Nesta quinta-feira, 05, buscamos um posicionamento do governo Vinicius Claussen sobre o assunto. Mesmo que a coleta seja de responsabilidade de uma empresa terceirizada, é função da gestão cobrar que o serviço, pago com o dinheiro do contribuinte, seja realizado de maneira eficiente. Porém, não recebemos da Assessoria de Comunicação nenhuma reposta até o fechamento desta edição.