Cadastre-se gratuitamente e leia
O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
em seu dispositivo preferido

Servidores da Prefeitura continuam sem salários

Sindicato revela situação dramática dos funcionários públicos de Teresópolis

André Oliveira

Salários de outubro em aberto, pagamento de novembro em atraso e sem previsão para quitação de dezembro. Junte-se a isso a falta de conclusão da folha do 13º salário e ainda a ausência de benefícios adquiridos como vale alimentação e plano de saúde. Esse é o atual quadro enfrentado pelos servidores públicos do município de Teresópolis. Para agravar ainda mais a situação, a representação da categoria enfrenta dificuldades para abrir uma mesa de negociação com o chefe do Executivo, seja ele Mario Tricano ou Sandro Dias. O início de novo exercício fiscal na municipalidade, que poderia ser encarado com esperança, não provoca esse sentimento. O que surge é a desconfiança.

Nesta terça-feira, dia 2 de janeiro, primeiro dia útil do ano de 2018, O DIÁRIO entrevistou a servidora Andrea Pacheco, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teresópolis – SindPMT. A representante lamentou a mesa vazia dos colegas nas festas de fim de ano e agradecer a solidariedade da população para que muitos não passassem fome, literalmente.

“A situação está muito mais grave do que no ano passado. Na época a gente conseguiu a se equilibrar, o servidor ainda tinha crédito. Esse ano a categoria passou fome no Natal e Ano Novo. Só não foi pior porque a sociedade civil, empresários e população nos ajudaram com doações de cestas básicas. Foi o que salvou e garantiu comida na mesa de ativos e principalmente de aposentados”, revela. 

Salários em aberto

Andrea explica que atualmente os servidores estão sem parte do salário de outubro, mesmo com o pagamento de R$ 1600 realizado nesta terça-feira, 2 de janeiro. Falta também o ordenado integral de novembro e uma parcela do 13º salário, já que foram depositados apenas R$ 1450. “Podemos contar também o salário de dezembro, que vence no dia 5 de janeiro. Então continuamos com três salários vencidos e o nosso décimo-terceiro. É triste, humilhante e desesperançoso. Nossa luta parece ser em vão. A Justiça não faz nada e a impunidade é o que reina. Vemos em outras cidades, outras prefeituras que conseguem pagar seus funcionários. Só mesmo os municípios administrados pelo MDB e pelo PP é que não honram o compromisso com os servidores”, compara. 

De acordo com a sindicalista, a categoria continua em greve. Porém, o recurso não tem surtido efeito junto à população e ao próprio Governo, vez que são obrigados a manter 70% dos serviços públicos em funcionamento. “Hoje estamos com cerca de 500 servidores em greve, ou seja, mantendo o que determina a Justiça. A Lei manda que haja manutenção de 30% dos serviços essenciais, mais esse prefeito, o homem das liminares, conseguiu que sejamos obrigados a manter 70% dos servidores nos postos de trabalho. Mesmo assim continuamos em greve”, garante.

A luta continua

Os funcionários públicos deverão ter nova assembleia na próxima segunda-feira, dia 8 de janeiro, na sede do SindPMT. Nessa data, que o primeiro dia útil após o prazo legal para pagamento dos salários, a categoria vai analisar o quadro atual e deliberar sobre novas ações, podendo inclusive decidir sobre a continuidade do movimento. 

No final do ano passado havia a expectativa da abertura de uma mesa de negociação entre o Sindicato e o Executivo. Porém, tudo não passou de promessas políticas. “Não houve negociação, eles não vão sentar com a gente. É um governo que está maquiando contas, mentido. Nós estamos vigiando. Eles marcaram de sentar com a gente no dia 22, mas a reunião foi adiada alegando que haveria uma audiência no Ministério Público para falar sobre a Saúde da cidade, que também está um caos. Depois remarcou para o dia 27 (de dezembro), mas nesse dia o Nilton Canto (Secretário de Planejamento) alegrou que o Sandro Dias estaria com problemas de saúde e que não poderia nos receber. Vai continuar assim. Um governo que trata os servidores dessa forma, perseguindo e não priorizando o pagamento, dando preferência para amigos e fornecedores. Mas vamos continuar nossa luta, não vamos desistir. O Sandro Dias é uma decepção. Dizem que é pau mandado, mas não acho. Pra mim quem anda com porco, farelo come”.

Expectativas

A abertura de novo ano fiscal e a expectativa de aumento na arrecadação do município não representam bons tempos para os servidores. “O carnê do meu IPTU já chegou à minha casa. Eu não tenho esperança que isso vai possibilitar a quitação dos atrasos. Eles pagam primeiro os fornecedores e os amigos. Acredito, sim, que vamos passar mais um ano no sufoco como foi 2017. Pra você ter uma ideia a LOA (Lei Orçamentária Anual) foi aprovada pela Câmara dos Vereadores e publicada no dia 26 de dezembro, no apagar das luzes, sem prever os treze salários dos aposentados e dos ativos. Esse montante total representa em torno de R$ 71 milhões. Eles previram só R$ 56 milhões. Você acha que vai ter pagamento? Vai chegar setembro e tudo vai se repetir. Não estão previstos também os nossos benefícios, como plano de saúde e vale alimentação. Minha esperança é a Câmara, que fará sua parte e cassará esse homem. Só vou conseguir respirar quando Mario Tricano estiver fora do poder”, finaliza Andrea. A presidente se refere à Comissão Processante instalada no Legislativo contra o Prefeito. Uma audiência está prevista para acontecer no dia 10 de janeiro, quando haverá a oitiva da denunciante que proporcionou o processo legal. A oitiva de Tricano está prevista para acontecer no dia 17 de janeiro.

 

Tags

Compartilhe:

Edição 26/11/2024
Diário TV Ao Vivo
Mais Lidas

Bolsonaro atuou de forma “direta e efetiva” para tentar golpe, diz PF

Idosa furta quase R$ 300 em loja na Várzea

Atletas do 30º BPM se destacam em competições nacionais e internacionais

Traficantes correm e abandonam carga de drogas

Teresopolitano conquista Taça Rio de Futebol Sub-17 pelo Nova Iguaçu

WP Radio
WP Radio
OFFLINE LIVE