A roda de samba carioca Moça Prosa vai estrear no Sesc Teresópolis um show em homenagem à trajetória de Jovelina Pérola Negra, um dos maiores nomes do samba. Na apresentação, que vai acontecer nesta sexta-feira (15/03), às 19h30, o grupo, formado somente por mulheres, mergulha no universo de canções e regravações da artista, que completaria 80 anos em 2024.
Jovelina teve uma história de luta e superação. De empregada doméstica a vendedora ambulante de linguiça, nunca desistiu do sonho de se tornar cantora. Nascida em Botafogo, na Zona Sul do Rio, logo mudou-se para o subúrbio, onde começou a se apresentar no Vegas Sport Clube, em Coelho Neto, levada pelo amigo Dejalmir. Foi o próprio Dejalmir quem escolheu seu nome artístico, Jovelina Pérola Negra, em homenagem a sua cor.
De Coelho Neto foi para Belford Roxo e depois para Madureira onde, na Escola de Samba Império Serrano, desfilou anos a fio na ala das Baianas. Na Estrela de Madureira conheceu Roberto Ribeiro, Jorginho do Império e outros nomes de peso da escola. Começou a cantar ao lado desses artistas e virou atração no Show Botequim do Império, que acontecia na quadra da escola, durante os ensaios, para aumentar o caixa que financiava desfiles.
Não demorou muito tempo para que seus fãs a considerassem herdeira natural de Clementina de Jesus na dinastia das grandes vozes femininas do samba. Jovelina foi uma das peças mais importantes na condução do samba de fundo de quintal e do pagode para a linha de frente da MPB.
A artista estreou na música tardiamente, em 1985, quando já tinha 40 anos, com sua participação em três faixas da coletânea Raça Brasileira. No ano seguinte a cantora gravava seu primeiro disco solo com sambas de sua autoria e de compositores como Nei Lopes e Monarco.
Ao todo gravou seis discos, entre eles, “Sorriso Aberto”, em 1988, “Sangue Bom”, em 1991, “Vou da Fé”, em 1993, quando conquistou um disco de platina. A dama do samba Jovelina Pérola Negra, morreu de enfarte, aos 54 anos, enquanto dormia em sua casa, no bairro da Pechincha, em Jacarepaguá. O corpo da cantora foi enterrado em clima de pagode, com familiares e populares cantando seus maiores sucessos. Jovelina deixou três filhos e dois netos.
Essa é a história que a roda de samba Moça Prosa, surgida no entorno da Pedra do Sal, berço do samba carioca, vai resgatar no projeto “No mesmo manto: 80 anos da Pérola Negra”. Selecionada pelo Edital de Cultura Sesc RJ Pulsar, a série de shows vai circular por unidades da instituição, fazendo um passeio por canções autorais, gravações e regravações feitas por Jovelina, considerada a maior partideira do país.
SERVIÇO
Show da roda de samba Moça Prosa
Projeto “No mesmo manto: 80 anos da Pérola Negra”
Sesc Teresópolis
Sexta-feira, 15/03, às 19h30
Endereço: Av. Delfim Moreira, 749 – Várzea
Ingressos: R$ 10 (inteira), R$ 5 (meia-entrada), gratuito (credencial plena Sesc e público cadastrado no PCG).