Isla Gomes
A categoria bancária sofre com a sobrecarga no ambiente de trabalho, tendo que lidar com a exigência para o cumprimento de metas abusivas e muita incidência de assédio moral, o que leva estes trabalhadores do setor financeiro a apresentarem um dos maiores índices de adoecimento por transtornos mentais, como ansiedade, depressão e síndrome de burnout, doenças que mais resultam em afastamentos do trabalho. Recentemente, sindicatos de todo o estado deram início a uma cobrança feita para o banco Itaú e outras diversas agências bancárias pelo o fim do assédio moral e ambiente tóxico. A equipe da Diário TV esteve com Cláudio Mello, presidente do Sindicato dos Bancários de Teresópolis, que esclareceu essa questão alarmante.
Ele ressalta que esse tipo de gestão gera problemas psicológicos nos funcionários da área. “Nos últimos anos tem crescido em todo o sistema financeiro de bancos a prática infeliz e adoecedora do assédio moral e sexual, nós temos averiguado que muitos funcionários desse sistema estão pedindo afastamento por não suportarem mais essas práticas, então nós estamos em contato com os bancos pedindo para que modifiquem essa forma de gestão, para se ter uma ideia, a cada dez bancários quatro estão tomando remédios de tarja preta, essa é a maior prova de que esse tipo de gestão ríspida não melhora o ambiente de trabalho, pelo contrário, existem pessoas funcionários sendo acometidos com a síndrome de burnout, síndrome do pânico, entre outros transtornos”, explica.
Ambiente tóxico
O assédio moral é todo comportamento abusivo (gesto, palavra e atitude) que ameaça, por sua repetição, a integridade física ou psíquica de uma pessoa, degradando o ambiente de trabalho. “Nosso foco principal no momento é negociar e cobrar dos bancos que coloquem um fim nesse ambiente tóxico em que as pessoas estão sendo subjugadas a trabalhar, deve haver o respeito acima das cobranças, gerando um tratamento humanizado no ambiente de trabalho. Muitos funcionários alegam que são ameaçados constantemente de serem mandados embora se não fizeram o que está sendo pedido, pior que isso, há muitos casos de assédio sexual nesse meio do sistema financeiro, prática que nós temos assiduamente denunciado”, ressalta.
Como denunciar
Cláudio salienta que é de fundamental que as vítimas denunciem e exponham a situação. “O sindicato está sempre à disposição para receber todas as denúncias, nós mantemos o sigilo necessário e tomamos as providencias cabíveis para que consigamos cessar esse tipo de prática inadmissível. A primeira medida para quem está nesse âmbito de situação é procurar o diretor do sindicato que trabalha na sua agência, caso não um diretor na sua agência basta procurar o nosso sindicato (Travessa Ranulfo Féo 36 cobertura 05 e 06, Edifício Túlio Spector, Várzea), é possível entrar em contato também pelo número (21) 2742 – 7386. É importante ressaltar que é crucial a vítima não se isolar, ao invés disso exponha o que está ocorrendo e documente com anotações, fotos, print, ou de qualquer outra forma, o importante é nunca se isolar”, declara.
Pesquisa
O Sindicato dos Bancários está realizando uma pesquisa que tem por objetivo coletar informações sobre as condições, a gestão e as patologias do trabalho dos bancários, contribuindo com as políticas sindicais e institucionais de prevenção e promoção em saúde mental da categoria. “Nós estamos realizando nesse momento, até o dia 31 de outubro, uma pesquisa em todo o país sobre a satisfação no ambiente de trabalho e as práticas no local de trabalho, para que os resultados dessa pesquisa possam nos subsidiar na próxima mesa de negociação que vai acontecer com a FENABAN (Federação Nacional dos Bancos) pois esse se tornou o principal assunto no momento da categoria bancária e dos trabalhadores do setor financeiro, então essa pesquisa é importantíssima pois será nossa base de análise na hora da negociação com os banqueiros”, conclui.