Marcello Medeiros
Após aproximadamente um ano e meio de proibição, devido à pandemia da Covid-19, a direção do Parque Natural Municipal Montanhas de Teresópolis libera, a partir deste sábado, 28, a utilização das linhas de rapel e escalada e da área de camping da Pedra da Tartaruga. Porém, ainda em consequência das restrições previstas pelo atual momento sanitário que vivemos, os frequentadores devem ficar atentos às novas regras para utilização dos atrativos do principal núcleo da unidade de conservação ambiental. Os horários estão reduzidos, assim como o número de barracas permitidas no “casco” do quelônio de pedra. Também será feito o controle de acesso de acordo com a ordem de chegada e a exigência de uma pulseira de identificação para escalar, rapelar ou acampar, além de serem cobradas ações já bastante conhecidas em relação aos cuidados com a transmissão do novo coronavírus.
Veja as regras de acordo com o atrativo: Área de camping (Pernoite) – Acesso de terça à sábado, até às 18h. As barracas só podem ser montadas a partir das 17h e devem ser desmontadas até às 8h. Limite máximo de barracas permitido, com instalação apenas dentro de áreas previamente delimitadas pela unidade de conservação, que fará o controle do público por ordem de chegada e com o limite máximo de 25 pessoas por pernoite. – No caso do rapel e escalada, só poderão ser realizados das 9h às 16h, também de terça a domingo, com máximo de sete pessoas por grupo (incluindo os instrutores). Será obrigatório uso de pulseira de identificação que será disponibilizada mediante preenchimento do termo de responsabilidade para ambas as atividades. “Lembrando ainda que o PNMMT continua cobrando a utilização de máscaras e pede que seja utilizado álcool gel para a higienização das mãos, além da liberação das áreas ao término das atividades e que se evite aglomerações”, divulgou a direção do Parque nesta sexta-feira.
Mais sobre o parque
Criado em 6 de julho de 2009 pelo então prefeito Jorge Mario Sedlacek, com uma área de 4.397 hectares, o Parque Natural Municipal Montanhas de Teresópolis é a maior unidade de conservação de proteção integral, criada por um município, do estado do Rio de Janeiro. Abrange parcialmente alguns bairros e localidades, tais como: Campo Grande, Caleme, Posse, Salaco e Granja Florestal – na cidade, Santa Rita e Ponte Nova – no interior. Faz limite com Petrópolis e São José do Vale do Rio Preto. Possui em seu território uma imponente cadeia de montanhas, onde se destacam afloramentos rochosos como as pedras da Tartaruga, do Camelo e de Santana. A unidade de conservação também protege nascentes e importantes remanescentes florestais que abrigam significativas espécies da fauna e flora do bioma da Mata Atlântica na região. Atualmente a infraestrutura e os equipamentos necessários para a realização das atividades de visitação no parque estão concentradas em duas áreas: o Núcleo Pedra da Tartaruga e o Núcleo Santa Rita. Entre as atividades que podem ser realizadas estão caminhada, escalada, rapel, acampamento, lazer ao ar livre e observação de aves.
Sede no interior
Instalada na antiga Fazenda Urso Branco, a sede Santa Rita recebe cada vez maior o número de visitantes interessados em conhecer os atrativos oferecidos pela unidade de conservação ambiental gerenciada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente. E, desde o início do mês, quem procura o espaço pode desfrutar de mais um, a Trilha Tangará. Um pouco mais exigente que a do Jacu, e menor do que a trilha da Pedra da Alpina, o trajeto de pouco mais de um quilômetro permite aos mais atentos admirar diferentes aves. Por isso, ela recebeu o nome do pássaro da família Pipridae, também conhecido como "Tangará dançarino" ou "Dançador".
“Essa nova trilha vem paralela a trilha do Jacu em uma região que temos observado muitas aves interessantes aqui, que até não tinha registro antes em Teresópolis, como o Falcão de peito laranja. Já tinha um traçado que estávamos pretendendo trabalhar para ter mais uma opção em Santa Rita, mas era preciso de uma obra de infraestrutura pesada. Aí a equipe do Bandeira (Paulo Sérgio, Chefe do PNMMT) fez uma ponte pênsil muito legal. Com isso, criamos um caminho onde conseguimos registrar 60 espécies de aves. Vamos ampliar esse programa de observação de aves em Teresópolis, iniciando a partir do interior do parque”, explica o Secretário Municipal de Meio Ambiente, Flávio Castro, entusiasta dessa prática.
A Tangará tem pouco mais de um quilômetro de extensão, tendo início próximo a sede do PNMMT, no lado esquerdo. Após atravessar uma pequena floresta de pinheiros, com o caminho forrado pelas folhas adaptadas dessa espécie, que mais parecem agulhas, além de muitas pinhas, o caminhante passa por um trecho um pouco mais íngreme para se deparar com a grande atração, a ponte pênsil com 22 metros de extensão. Em seguida, a Tangará se liga a trilha do Jacu, outro caminho bem curto e recomendado para todas as idades. A sede Santa Rita tem ainda uma opção para os que buscam distância e altimetria maior, a Trilha da Pedra Alpina, com cerca de quatro quilômetros e que permite chegar ao cume dessa montanha, a 1.280 metros de altitude.
Um borboletário é outro projeto em andamento no núcleo do interior da unidade de conservação ambiental, criada em 06 de julho de 2009 e que tem como símbolo a Pedra da Tartaruga. Para chegar até o local, existem dois acessos. O principal, e mais fácil, é via BR-116. A referência é a localidade de Holliday, pouco depois do Fischer e antes do posto da PRF em Três Córregos. Saindo da rodovia federal, há placas indicando o caminho até Santa Rita.