Luiz Bandeira
As baixas temperaturas chegaram e essas alterações climáticas provocam também mudança nos hábitos alimentares da população, que tende a consumir, durante estas estações mais frias, alimentos mais quentes em detrimento das opções mais frescas, como as saladas por exemplo. Ou seja, menor demanda refletindo em decréscimo na produção nas lavouras e também no escoamento desses produtos, que estão entre os mais cultivados aqui no nosso município. Esse movimento econômico no setor afeta toda uma cadeia produtiva e de consumo que precisa se adequar buscando soluções que minimizem a elevação dos custos de produção. O consumidor pode deixar de consumir determinado produto, trocando por outro com mesmos valores nutricionais, no entanto, o produtor nem sempre tem a opção de cultivar outro produto mais atraente ao consumidor, durante esse período mais frio, de baixo consumo de folhosas. Essa é uma das questões apontadas em estudo realizado pela Universidade.
Segundo estudo publicado pela organização Hortfruti Brasil (www.hfbrasil.org.br), que reúne pesquisadores e analistas de mercado, dedicados aos aspectos econômicos dos setores de frutas e hortaliças; como o ritmo de plantio sofreu uma desaceleração, o resultado foi de uma oferta controlada nas lavouras de Teresópolis. Além desse cenário, houve alto escoamento para outros estados, como Espírito Santo e Rio Grande do Sul, sem deixar de atender a demanda local. De acordo com a equipe do Hortifruti Brasil, que realiza estudos no nosso mercado para identificam problemas e oportunidades, esse equilíbrio entre oferta e demanda contribuiu para manter o mercado aquecido e, consequentemente, provocando um aumento nas cotações. Na média mensal, o preço da alface crespa na praça fluminense fechou maio a R$ 1,18 por unidade, acréscimo de 31,5% em relação ao mês anterior.
Na tarde desta quinta-feira, 01, a reportagem do Diário procurou um comerciante do setor para saber como está atualmente a venda de folhosas. Misael Machado, proprietário de um hortifrúti no Centro da cidade, já detectou a queda nas vendas destes produtos. “Sim, alface crespa caiu bastante, agrião, rúcula também caiu bastante, deu uma diminuída nas vendas. Teve aumento de preço, a alface crespa aumentou um pouquinho e esse período é complicado tem que ir segurando aí até o clima voltar a esquentar, quando volta a aumentar as vendas de hortaliças”.
O comerciante admitiu que mesmo contraindo algum prejuízo, prefere manter o preço sem passar o aumento para o consumidor. “A gente segura o preço para não repassar ao consumidor, a gente mantém o preço aguardado para ver o que é que muda, mais pra frente a gente vê o quê que faz, as vezes se aumentar demais aí não tem jeito né, tem que repassar parte do aumento para o consumidor”, pontuou Misael.
O fato é que em todas as regiões produtoras de hortaliças, acompanhadas pelo Hortifruti Brasil/Cepea, produtores estão preocupados com a diminuição no consumo de folhosas, para este próximo mês, com temperaturas ainda mais baixas. Com isso o plantio segue desacelerado, ação que somada ao tempo estendido de desenvolvimento da planta (em função do clima ameno), deve manter a oferta controlada, evitando maiores desvalorizações.