Contemplada com prêmio do edital “Folia RJ 2023”, da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, a tradicional folia Estrela Guia se apresenta na Casa de Cultura Adolpho Bloch no dia 6 de janeiro. Marcada para as 19h, com entrada franca, a apresentação encerra a programação do projeto “Teresópolis Terra de Luz – Natal 2022”. Atualmente, Teresópolis tem duas folias de Reis em atividade: a Estrela Guia, com 40 anos de tradição, e a Estrela Marte do Oriente. As duas são tombadas pela Secretaria de Cultura como patrimônios imateriais do Município. “Há 12 anos realizamos encontros de Folia de Reis para garantir a continuidade dessa importante manifestação cultural, que alia cultura e fé e que merece todo o nosso incentivo. Desta vez, teremos uma apresentação especial, cumprindo o edital lançado pela Secretaria Estadual de Cultura, e que vai encerrar a programação de Natal realizada pela Prefeitura. Vamos prestigiar, no dia 6 de janeiro, esse bonito festejo popular e tradicional brasileiro”, convida a secretária de Cultura de Teresópolis, Cléo Jordão.
Também chamada de Reisado ou Festa de Santos Reis, a Folia de Reis está associada a uma tradição cristã de origem portuguesa e espanhola, provavelmente trazida para o Brasil no século XIX. De caráter cultural e religioso, ocorre no período de 24 de dezembro a 6 de janeiro, celebrado como Dia de Reis ou Dia dos Reis Magos e que festeja a visita dos três Reis Magos ao Menino Jesus. Entoando m& uacute;sicas tradicionais da cultura popular brasileira, as Folias reúnem vários participantes, que se distribuem em posições que compreendem especializações vocais e instrumentais, numa rica manifestação cultural e artística.
Folia Estrela Guia
Filho de Francisco de Lima Lopes, mestre de Folia de Reis na década de 1950, Reginaldo da Silva Lopes ficava deslumbrado ao ouvir seu tio, Francisco Lippi, contar histórias, junto do fogão a lenha ou no moinho, de como era a folia de seu falecido pai. E o desejo de dar continuidade crescia no seu coração. Ele encontrou uma cópia de 15 versos de seu pai e rapidamente gravou-os na memória. Pouco tempo depois, Osmiro Barroso comentou com seu Francisco Lippi o desejo de montar uma folia, mas não conhecia quem cantasse. Seu Chico Lippi, como era conhecido, falou com entusiasmo de seu sobrinho Reginaldo.
No dia 8 de dezembro de 1982 eles se reuniram pela primeira vez, com alguns poucos instrumentos, e o mestre Reginaldo saindo somente como “cantador”. Assim nasceu a Folia de Reis Estrela Guia. No ano seguinte, o mestre Reginaldo aprendeu a tocar um instrumento e o cavaquinho já o acompanhou. Em 1984, aprendeu o bandolim, que é tocado até os dias de hoje pelo mestre. Um diferencial da Folia Estrela Guia é o fato de não ter palhaço, uma tradição que o mestre Reginaldo da Silva Lopes optou em seguir da extinta folia de seu pai. Ao longo dos anos os integrantes se modificaram, foliões faleceram, inclusive os co-fundadores, ou mudaram de cidade. Porém, mestre Reginaldo sempre cuidou para levar em frente a tradição.