Interditado desde o final do mês de junho por ordem judicial, a pedido do Instituto Estadual do Ambiente (INEA), o antigo aterro do Fischer, atualmente novamente um lixão, foi alvo nesta quinta-feira, 28, de fiscalização dos agentes da Guarda Civil Municipal (GCM), da Ronda Ostensiva Municipal (ROMU) e de policiais do 30º Batalhão de Polícia Militar. O objetivo foi impedir o acesso de catadores de materiais recicláveis na área de transbordo do lixo, pois havia denúncias de acesso ao local nos últimos dias. “O grupo de pessoas que se encontrava no local foi orientado a sair e deixou o espaço, sem tumulto”, informou a Prefeitura. Oito pessoas estavam no insalubre ambiente, catadores que outrora tinham no aterro uma fonte de renda.
Desde o encerramento das atividades, com a prefeitura pagando mensalmente uma grande quantia para o transbordo do lixo para outro município, muitos deles ficaram sem o principal sustento. Em outubro passado, um grupo de catadores fez um protesto em frente ao Palácio Teresa Cristina, a prefeitura. Na ocasião, eles informaram que 89 famílias estão sendo prejudicadas com a interdição do espaço, visto que o auxílio oferecido pelo município não foi suficiente para manter essas pessoas. Além de faixas e cartazes alertando para a situação, foi utilizado no protesto um caixão com a inscrição “Aqui jaz o Desenvolvimento Social” e uma foto do prefeito Vinicius Claussen.
“Não estão deixando a gente trabalhar mais e nem ao menos na área onde está sendo feito o transbordo do lixo, pois eles estão pagando R$ 900 mil por mês com renda tirada do município para colocar na empresa que faz o transbordo, e enquanto isso tem 89 famílias desempregadas e desamparadas, todo mundo em casa, isso é uma covardia, em 107 dias deram apenas duas cestas básicas mínimas para nós, nós vamos direto na prefeitura e no setor de desenvolvimento social e só recebemos porta na cara, não conseguimos nenhuma resposta, nós estamos abandonados e por isso estamos aqui nos manifestando e reivindicando nossos direitos, não queremos auxílio de dinheiro, queremos trabalho”, declarou na ocasião o catador Vitor da Silva.
PMT diz que está ajudando
Também na nota encaminhada à redação do Diário nesta quinta-feira, o governo municipal informou que esses trabalhadores foram assistidos pela Prefeitura com o pagamento de três parcelas do auxílio eventual emergencial, no valor de R$ 1.000,00 cada, pago com recursos próprios, e que atualmente as 89 famílias desses profissionais continuam recebendo cestas básicas, entregues pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos.
“Outras ações da Gestão Municipal são a inclusão dos catadores de materiais recicláveis em oportunidades no Programa Operação Trabalho (POT), de acordo com os vencimentos dos contratos; em vagas no programa municipal Recicla Terê e na empresa responsável pela coleta de lixo domiciliar. Emissão de documentos como carteira de trabalho digital e de CPF, cadastros no banco de emprego do SINE e encaminhamentos para entrevistas de emprego foram outras ações de acolhimento social garantidas pela Prefeitura”, informa a PMT.