Marcello Medeiros
Localizado entre as Ruas João Pessegueiro do Amaral e Dr. Paulo Sá, no Parque do Ingá, o clube que leva o nome do aprazível bairro guarda muito pouco ou quase anda do brilho dos anos 70. Dos famosos bailes de Carnaval, divulgados em grandes revistas e que atraiam inclusive muitos turistas, à quase total depredação, o que já foi um clube recreativo hoje é motivo de muita preocupação para os moradores da vizinhança. O pouco que sobrou da estrutura do Clube do Ingá sofre com a ação de vândalos, o que é demonstrado através de criminosas pichações ou destruição de paredes, janelas e outros ambientes. Outra situação que chama a atenção é a piscina, hoje um reservatório de água esverdeada e consequentemente um grande criadouro de mosquitos como o Aedes aegypti.
Através do canal de contato do Diário com seus leitores, o WhatsApp, 2742-9977, recebemos novo pedido de ajuda de uma vizinha do local. Ela relata que, além do foco de dengue e outras doenças transmitidas pelo mosquito, a escuridão tem abrigado pessoas mal intencionadas. “Está muito perigoso passar ali perto, principalmente à noite. Escutamos barulho, às vezes baderna, parecendo que há pessoas usando drogas. E, nessa situação, não sabemos o que esperar. Esperamos que o proprietário ou a prefeitura tome realmente alguma atitude”, pontuou a vizinha, pedindo que não seja identificada na reportagem.
Na última quinta-feira (25), o cinegrafista Gilberto Oliveira utilizou o drone da Diário TV para registrar, de cima, a atual situação do outrora badalado ambiente recreativo. E o que se viu foi apenas destruição e a denunciada piscina em tom de verde. O antigo ginásio foi demolido, restando pelos cantos pedaços da parede, os tablados e outras lembranças de um tempo onde a prática esportiva por ali era comum. O telhado de um antigo salão, que até duas décadas atrás era utilizado para eventos, também desapareceu. Há muitas pichações e também grafites nas poucas paredes ainda de pé.
E essa não foi a primeira vez que O Diário realizou imagens aéreas do antigo espaço. “O local que já recebeu grandes eventos sociais no seu disputadíssimo salão, onde aconteceram grandes casamentos, aniversários de 15 anos e também eventos corporativos, hoje é mais um exemplo de um clube que teve que fechar as portas, por decisão de um grupo responsável pela sua manutenção. A desistência de antigos associados teria inviabilizado o funcionamento e os sócios que restaram se viram frente a obrigação de pagamento de contas de energia elétrica, água e impostos municipais. De acordo com o que foi apurado em reportagens anteriores, não haveria intenção em reabrir o clube, mas os responsáveis ainda não teriam decidido o que será feito da atual estrutura”, publicou o jornal em 2019.
Três anos antes, nossa reportagem esteve por lá para mostrar que a portaria havia sido incendiada. “Em 2010 o Ingá suspendeu as atividades sociais e paralisou também a locação de suas instalações, como os salões sociais – preferidos para casamentos, festas de debutantes e eventos corporativos”, destacou o texto, que também falava de outros dois clubes sociais que tiveram o mesmo destino: Panorama e Caxangá.
Na internet, resgatamos uma imagem do acervo da Biblioteca Nacional, que mostra um ambiente muito diferente do que se vê hoje. Datada de 1964, a fotografia mostra uma bonita piscina, ainda dividida em duas, com uma parte mais rasa, e o trampolim. A reportagem destaca ainda os bailes carnavalescos que faziam sucesso na região do “Alto de Teresópolis”.
Direitos autorais: Não é autorizada a reprodução do texto e fotos da nossa página mesmo com crédito.