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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Teresópolis escolhida para receber ações de projeto da ONU

Iniciativa tem como um dos focos a prevenção e adaptação do município a fenômenos climáticos

O Governo do Estado, em parceria com o Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), lançou nesta quarta-feira (05), Dia Mundial do Meio Ambiente, o projeto Rio Inclusivo e Sustentável. A iniciativa, inédita no Brasil, tem como objetivo fortalecer a resiliência urbana e climática em todo o estado, planejando ações de prevenção e adaptação a fenômenos climáticos intensos. Teresópolis e mais oito cidades do Rio de Janeiro serão o foco da primeira fase de planos. “Não governamos para números, tijolos nem paredes. A resiliência não é número. Temos a oportunidade de transformar a vida das pessoas. Entendemos o tamanho da responsabilidade e desafio que nós temos. Desde o início da gestão, investimos mais de R$ 3 bilhões em obras de prevenção e de mitigação de desastres naturais e colocamos em prática programas e ações planejadas para que esse tipo de fenômeno não se repita. Esse novo plano é mais um avanço para que a gente não viva momentos tão dolorosos – avalia o governador Cláudio Castro.
Os nove municípios foram escolhidos por serem mais vulneráveis aos eventos climáticos extremos observados nos últimos anos. Além de Teresópolis, participam Paraty, Angra dos Reis, Mangaratiba, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Belford Roxo, Nova Friburgo e Petrópolis. O programa, realizado por meio da Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, tem previsão de que os planos sejam realizados e entregues até o final de 2025. Os planos de ação climática são apenas uma das entregas previstas na parceria.
O projeto Rio Inclusivo e Sustentável é dividido em três trilhas de atuação, todas baseadas na promoção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). “Nesta primeira fase, foram escolhidos os municípios que demonstram maior urgência na necessidade de adaptação para os efeitos das mudanças climáticas. A expertise da ONU-Habitat, assim como a experiência que trazem de diversos países, agregará imensamente nos planos do estado do RJ, conhecido pela sua histórica vanguarda nas políticas ambientais brasileiras”, explica o secretário de estado do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi. A primeira fase anunciada é a de construção de planos específicos para cada município, que contenham mapeamento dos principais problemas e políticas locais de enfrentamento.

Vidas em risco
Ao menos 8,9 milhões de brasileiros moram em áreas de risco. É o que revela um estudo do governo federal, divulgado no início do ano, mostrando que em 1.942 municípios, mais de um terço do total, há pessoas suscetíveis a desastres naturais, como deslizamentos, enxurradas e inundações.De acordo com o estudo, as 10 cidades com maior número de áreas de risco são: São Paulo, Teresópolis (RJ), Blumenau (SC), Petrópolis (RJ), Nova Friburgo (RJ), Maceió, Fortaleza, Belo Horizonte, Jaboatão dos Guararapes (PE) e Salvador (BA). A capital baiana lidera o dado negativo, uma vez que tem mais de 1,2 milhão de moradores em áreas de risco, o que representa 50,3% da população.
Por região, Sudeste e Nordeste têm o maior número de municípios com áreas de risco. O estado de Minas Gerais, por exemplo, é o que registra o maior número de cidades na lista, com 283. A unidade federativa com a maior população exposta a áreas suscetíveis a desastres naturais, contudo, é São Paulo, onde 1.552.836 estão nessa situação.

Região Serrana
Já analisando números divulgados pelo último levantamento do IBGE sobre o assunto, nosso município está na segunda posição na lista de risco na Região Serrana, ficando apenas atrás da terra de Pedro. De acordo com os dados do IBGE o número de viventes em área de risco é o seguinte: Petrópolis – 72 mil pessoas; Teresópolis – 45 mil pessoas; Nova Friburgo – 33 mil pessoas; Cachoeiras de Macacu – 6.262; Areal – 5.036 pessoas; São José do Vale do Rio Preto – 3.881.

Tomara que saia do papel
Mesmo se tratando de um projeto que envolve a ONU, espera-se que realmente se transforme em ações concretas. Em 12 de Janeiro de 2011, nosso município viveu a maior Tragédia natural do país. Centenas de pessoas perderam suas vidas em bairros como Campo Grande, Santa Rita, Bonsucesso, Vieira, entre tantos outros. Nas semanas e meses seguintes, projetos milagrosos, ideias para retirar pessoas de áreas de risco, para mitigar possíveis alagamentos e escorregamentos, mas a maior parte das ações não saiu do papel. De lá para cá, vivemos outras catástrofes, que, mesmo menores, ceifaram muitas outras vidas. Mas basta olhar para regiões como o populoso São Pedro ou áreas de grande risco, como a Coréia, para perceber que os gestores continuam só pensando em colocar o cadeado quando a porta está arrombada.

POPULAÇÃO EM ÁREA DE RISCO
Petrópolis – 72 mil pessoas
Teresópolis – 45 mil pessoas
Nova Friburgo – 33 mil pessoas
Cachoeiras de Macacu – 6.262
Areal – 5.036 pessoas
São José do Vale do Rio Preto – 3.881

  • Moradores da Região Serrana, segundo último levantamento do IBGE

Edição 22/11/2024
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