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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Teresópolis-Friburgo, a estrada dos incontáveis buracos

Rodovia, conhecida pelas muitas mortes em acidentes de trânsito, volta a ser motivo de preocupação

Responsável pela ligação entre Teresópolis e Nova Friburgo, e consequentemente o principal caminho para o escoamento de produção rural que atende grande parte do estado do Rio, a RJ-130 remete hoje um dos piores momentos da sua história, em meados dos anos 90, quando era conhecida como “a estrada da morte” – diante do grande número de acidentes de trânsito, sendo muitos casos imputados ao péssimo estado de calçamento e sinalização da rodovia de 68 quilômetros de extensão e sob a responsabilidade do Departamento Estadual de Estradas de Rodagem (DER). Do cruzamento com a BR-116, na Prata, ao encontro com a rodovia Presidente João Goulart, já no município vizinho, são incontáveis os buracos que colocam em riscos motoristas, pedestres e ciclistas: Devido a quantidade e profundidade, e às vezes sequências de crateras, muitos condutores de veículos têm realizado manobras arriscadas para evitar danos nas suspensões e acidentes devido a possibilidade de perderem o controle da direção com os fortes impactos. A situação é tão crítica que muitos ciclistas que geralmente utilizam a estrada como suporte para roteiros entre Segundo e Terceiro Distritos de Teresópolis estão deixando de circular pela RJ-130. “Está perigoso demais. Os carros desviam dos buracos e jogam para o acostamento, que já é quase inexistente. Nesse cantinho espremido geralmente vai o ciclista, que pode ser atropelado e perder a vida por conta dessa falta de ações dos governantes”, relatou ao jornal O Diário uma ciclista que cancelou uma atividade que realizaria no próximo sábado como medo de entrar para a estatística de acidentes de trânsito.


Nas proximidades de Albuquerque há tantos buracos que os moradores improvisaram uma sinalização para alertar os passantes: As bordas das crateras foram pintadas com tinta branca. Seria cômico, não fosse trágico

Atendendo a solicitação de moradores de comunidades vizinhas à rodovia estadual, nesta quarta-feira (16) percorremos um longo trecho para registrar o descaso das autoridades – municipais e estaduais – ficando assustados com o que encontramos somente nos primeiros 20 quilômetros da rodovia, a partir do bairro da Prata. Já no início, bem pertinho da placa de inauguração da última grande obra realizada no local, há quatro grandes buracos, um contraste com as placas que indicam interesses turísticos da região. Em um deles, há até marcas de frenagens de motoristas surpreendidos pelo desnivelamento da pista. Seguindo em direção à Nova Friburgo, a situação só vai piorando. Nas proximidades de Albuquerque há tantos buracos que os moradores improvisaram uma sinalização para alertar os passantes: As bordas das crateras foram pintadas com tinta branca. Seria cômico, não fosse trágico. Um pouco mais à frente, um dos muitos exemplos de como a falta de manutenção pode ser prejudicial inclusive ao turismo. Quase no acesso do Le Canton, o principal hotel da região e um dos maiores do estado, se o motorista consegue desviar de um buraco, cai em outros três. 
E os problemas vão se repetindo ao longo de toda a rodovia. Utilizando as redes sociais, moradores de localidades mais distantes, próximo à divisa do município vizinho, relatam casos parecidos e também o problema de falta de sinalização. “Venho aqui pedir que esse recapeamento saia do papel, que possam sinalizar melhor, pois essa estrada está muito perigosa. Precisamos de ajuda, de qualquer coisa que possa melhorar essa situação”, comentou o internauta Carlos Rosa, morador de Santa Rosa, vizinha a Bonsucesso. 

Problema se arrasta
E não é de hoje que uma das principais rodovias da nossa região está abandonada. Em abril do ano passado, O DIÁRIO publicou grande reportagem mostrando o risco devido às crateras, principalmente nas proximidades de Morro Grande. Pouco tempo depois foi feita uma operação “tapa buraco”, serviço improvisado que não demorou muito tempo. Quase que exatamente um ano atrás, a Confederação Nacional de Transportes realizou diagnóstico das condições das rodovias pavimentas brasileiras, mostrando que duas das três principais que dão acesso a Teresópolis precisavam de intervenção urgentemente. Levantamento feito pela CNT apontou para problemas na BR-495, que liga nosso município a Itaipava, Distrito de Petrópolis, e a RJ-130. "Do quilômetro 0 ao 22, nas proximidades do acesso ao Vale dos Frades, o estado geral é considerado péssimo, pavimento e sinalização ruins e geometria pessoa. Desse ponto até Nova Friburgo, o estado geral passa a ser regular, pavimento bom, sinalização ruim e geometria ainda péssima", publicou O DIÁRIO.

Obra ficou na história
Um dos motivos de a RJ-130 estar nessas condições é o tempo que não é realizada uma grande intervenção no local. A última inauguração de obra de recapeamento e sinalização aconteceu no dia 09 de junho de 1998, com a presença do então Governador Marcello Alencar. À frente da prefeitura estava a médica Afaf Ribeiro. Até meados do ano anterior, a Teresópolis-Friburgo era conhecida como a “estrada da morte”, justamente por estar em condições semelhantes à atual, com o número de acidentes sendo ampliado por conta das péssimas condições do calçamento e sinalização. Após dezenas de reportagens publicadas pelo jornal O DIÁRIO e encaminhadas para o governo do estado, o serviço de colocação de nova camada asfáltica em toda a rodovia foi iniciado. Hoje, a placa de inauguração do serviço está parcialmente escondida em meio à grande vegetação. Quase 20 anos depois do momento de festa, é até difícil acreditar que, na ocasião, a RJ-130 foi citada como “a melhor estrada do 
interior do estado”. 
Em nota encaminhada para a nossa redação na tarde de ontem, a Assessoria de Comunicação do DER-RJ informou que “a manutenção de todas as rodovias da malha rodoviária sob a jurisdição da 1ªROC em Nova Friburgo, incluindo a RJ-130, vai iniciar em novembro”. Também cobramos um posicionamento do governo Vinicius Claussen, que há cerca de um mês assinou termo de cooperação com o órgão, e logicamente tem interesses no desenvolvimento do nosso município através do agronegócio e turismo ecológico naquela região. Porém, não obtivemos nenhuma resposta até o fechamento desta edição.

 

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Edição 21/11/2024
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