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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Teresópolis já teve geração própria de energia elétrica

Aberta em 1922, Usina do Fischer atendeu a cidade até meados dos anos 1960

Wanderley Peres

O caos no abastecimento de energia elétrica que o teresopolitano vem experimentando desde o final de semana, quando muitas localidades ficaram até esta quarta-feira, 22, sem energia elétrica, por conta da queda de árvores sobre a rede de distribuição, problema que tem origem na falta de prevenção e a completa falta de estrutura da companhia prestadora do serviço fez o município inteiro reclamar da luz, novamente, como fazia, cerca de 50 anos atrás, quando o abastecimento era precário em função da precariedade da nossas usinas de geração de energia elétrica, que funcionava, no Fischer.

Havia ainda, nesse tempo, as usinas menores, da Fazenda Guinle, da Granja Guarani, da Cascata Guarani, e no Quebra-Frascos, entre outras ainda menores, serviço que era municipal e particular, de quando a cidade tinha cerca de 50 mil habitantes apenas, nos anos 1960, e menos indústrias e grandes consumidores. Mas, a usina de energia que mais atendeu a cidade foi a do Fischer, empresa municipal criada em 1922, e que funcionou até 1967, quando não havia ainda a energia elétrica via linhas de transmissão, que pôs fim à indústria artesã, mas própria.

Nesse ano de 1967, mais de 50 anos atrás, durante a administração do prefeito Waldir Barbosa Moreira, o Município passou ao estado a responsabilidade do abastecimento, e este incluiu Teresópolis como subsidiária da CELF, Centrais Elétricas Fluminense, empresa privada que em 1977 que se transformaria em CBEE, Companhia Brasileira de Energia Elétrica, e em 1980 se passaria a empresa estadual Companhia de Energia Elétrica do Rio de Janeiro, CERJ, privatizada em 1996, quando nos decepcionamos com a Ampla, empresa estrangeira que mudou o nome e piorou ainda mais a qualidade do serviço prestado pela CERJ.

Ampliação da capacidade da Usina

Projetada pelo engenheiro Arthur Grenhalgh, servidor de carreira do Estado nomeado prefeito de Teresópolis e que foi substituído pelo vereador presidente da Câmara Municipal, Sebastião Teixeira, quem instalou o serviço, a modesta Usina do Fischer, que ainda existe resquícios dela no bairro do mesmo nome, foi recebendo investimentos do governo estadual desde então. Durante a gestão do engenheiro Lauro Antunes Paes de Andrade, 1941-1944, foram feitas grandes melhorias, nos governos dos antecessores deste também, Waldemar de Assis Ribeiro (1939) e Egon Prates (1937) também, e ainda durante o governo de José Jannotti, primeiro prefeito eleito depois do fim da Ditadura Vargas. Jannotti, aliás, em seu governo de 1955 a 1958, regulamentou o Serviço Municipal de Energia Elétrica, pela Lei Municipal 253, de 29 de novembro de 1955, que vai publicada em página seguinte.

Onze anos antes, comemorando o investimento do governo do Estado no município, o prefeito Lauro Antunes Paes de Andrade afirmou que “em breve, poderemos prever a rápida implantação de pequenas indústrias, convenientemente localizadas no município, promovendo o surto de desenvolvimento do comércio local, o fomento das construções residenciais, o aumento da população, dotados de todos os recursos e requisitos devidos às modernas urbs”. Prefeito nomeado pelo Interventor do Estado, Ernani Amaral Peixoto, Lauro lembrou em discurso que “Todos esses benefícios, oriundos da luz e da força elétrica, tiveram a sua fase inicial no dia de hoje, 16 de dezembro”, na Teresópolis de quase 30 mil habitantes.

O gerador de energia elétrica da usina Fischer

Mais de 20 anos depois, com o dobro da população, até meados dos anos 1960, ainda era essa usina, do Fischer, que fornecia a luz para a cidade, quando em 1967, a Centrais Elétricas Fluminense passou a responder pelo serviço, e outra forma de energia foi sonhada, acabando-se a primitiva usina que completou 100 anos no ano passado a sua abertura, chegando aos poucos as linhas de transmissão, trazendo de longe uma energia mais regular, e mais cara também.

A Usina do Fischer, em 1922

Vereador desde 1913, tendo assumido a Prefeitura por um mês em março de 1915, assim que se elegeu presidente da Câmara, em substituição ao prefeito Simões Corrêa, depois de governar o município por 3 anos e 8 meses como prefeito interino, de agosto de 1916 a abril de 1920, quando foi retirado do cargo para assumir o último dos quatro engenheiros nomeados pelo governo do Estado, Arthur Greenhalgh; e depois de assumir interinamente o governo de Grenhalgh por quase um mês, o português Sebastião Teixeira voltaria à Prefeitura mais uma vez, em 8 de maio de 1921, ficando prefeito por um ano e dois meses até ser substituído por ele mesmo – eleito em 9 de julho e diplomado no dia 14 -, somando-se o período 1 ano e 8 meses de governo, até janeiro de 1923, quando teve seu mandato interrompido pelas consequências do resultado da eleição para o governo do Estado em Teresópolis.

Assim que reassumiu interinamente a Prefeitura quando a cadeira vagou para ele pela última vez, com a saída do engenheiro
Arthur Greenhalgh, Teixeirinha continuou o projeto do antecessor no cargo, da usina hidrelétrica destinada a “iluminação pública, particular e força motora”, às margens do rio Paquequer, na localidade do Fischer, concedendo-a ao empresário Tancredo de Moraes Veiga. Não vingando o processo de concessão, assumiu a municipalidade a empreitada, a partir de empréstimo bancário, “com a garantia dos impostos municipais, predial e do serviço a ser instalado”, ermitindo os vereadores, também, que fossem “desapropriados a cachoeira e terrenos adjacentes necessários às obras hidráulicas, casas de máquinas e de empregados e outros serviços”, quando o prefeito levantou empréstimo de 400 contos de reis no Banco Português do Brasil, “para a construção da usina hidrelétrica e instalação da rede de iluminação pública e particular”.

Edição 04/05/2024
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